tag:blogger.com,1999:blog-53094646652283216582024-03-08T03:14:29.503-03:00Canto do DuduAuto-Ajuda ... Ocultismo ... Espiritualidade ... Alimentação NaturalCanto do Dudu - Dudu Lopeshttp://www.blogger.com/profile/09823802994474043506noreply@blogger.comBlogger138125tag:blogger.com,1999:blog-5309464665228321658.post-45054517683519128512020-05-06T12:00:00.000-03:002020-05-06T13:47:13.163-03:00O Lado Oculto de uma Pandemia<h5>
Texto de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Mira_Alfassa" target="_blank">Mirra Alfassa - "A Mãe"<br />
</a> em 22 de julho de 1953.<br />Do Livro "The Mother's Vision"</h5>
<img alt="Mirra-Alfassa-A-Mae.jpg" height="212" src="https://sites.google.com/site/cantododudu/imagens/Mirra-Alfassa-A-Mae.jpg" style="display: inline; float: left; height: 212px; margin: 4px 10px 0px 0px; width: 146px;" width="146" /> <br />
<b><i>COM A MANIFESTAÇÃO da pandemia da gripe chinesa (também conhecida como COVID-19), causada por um coronavírus, nada mais oportuno do que a descrição de Mirra Alfassa, discípula de Sri Aurobindo, sobre a gripe espanhola, que ocorreu no fim da I Guerra Mundial.</i></b><br />
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<h1>
Uma Epidemia de Gripe</h1>
<br />
Eu estava no Japão no começo de janeiro de 1919. No tempo de uma gripe que se espalhou por todo o Japão, e matou centenas de milhares de pessoas. Foi uma daquelas epidemias que raramente são vistas.<br />
<br />
<h2>
A Doença </h2>
<br />
Em Tóquio, todo dia havia centenas e centenas de casos novos. A doença parecia tomar esse rumo: durava três dias, e no terceiro dia o paciente morria. E as pessoas morriam em tão grande número que elas não podiam ser cremadas, era impossível, haviam muitos mortos.<br />
<br />
Por outro lado, se a pessoa não morresse no terceiro dia, no final de 7 dias ela ficava curada completamente, um pouco exausta, mas completamente curada ainda assim.<br />
<br />
<h2>
Efeitos na Sociedade</h2>
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Havia pânico na cidade, pois epidemias eram muito raras no Japão. Eles são pessoas muito limpas, muito cuidadosas e com uma<span class="st"> <i>tine morale</i></span>. Doenças eram muito raras. Mas ainda assim essa veio e veio como uma catástrofe.<br />
<br />
Havia um medo terrível. Por exemplo, pessoas caminhavam nas ruas com uma máscara no nariz, a máscara era para purificar o ar que elas estavam respirando, para que não ficasse cheio de micróbios da doença. Era um medo comum...<br />
<br />
<h2>
Sofrendo a Doença</h2>
<br />
Eu morava com uma pessoa que nunca parava de me perturbar:<br />
<br />
— O que é essa doença? O que existe por trás dessa doença?<br />
<br />
O que eu estava fazendo era simplesmente me cobrir com minha <i>força</i>, minha proteção para que eu não pegasse a doença, e não pensava muito nisso e continuava fazendo meu trabalho. Nada aconteceu e eu não estava pensando muito nisso. Mas constantemente eu ouvia:<br />
<br />
— O que é isso? Eu gostaria de saber o que está por trás dessa doença? Mas você não pode me dizer o que é essa doença, por que ela existe? — e etc.<br />
<br />
Um dia fui chamada para o outro lado da cidade por uma jovem que eu conhecia, que desejava me apresentar para alguns amigos e me mostrar certas coisas, e eu tive que cruzar toda a cidade em um bonde. Eu estava no bonde e vendo essas pessoas com máscaras em seus narizes, e na época havia uma atmosfera de medo constante, então veio uma sugestão até mim, e eu comecei a me perguntar:<br />
<br />
— Sério, o que é essa doença? O que há por trás dessa doença? Quais as forças que estão nessa doença?...<br />
<br />
Eu cheguei na casa, passei uma hora lá e voltei. E voltei com uma febre terrível, eu tinha pegado a doença. Ela chega até você dessa forma: sem preparação, instantaneamente.<br />
<br />
Doenças, geralmente doenças de germes e micróbios levam alguns dias no sistema; elas vêm, há uma pequena batalha interna, você vence ou você perde; se você perde, você pega a doença — não é complicado.<br />
<br />
Mas essa, você apenas recebe uma carta, por assim dizer, abre o envelope e... PUFF! No momento seguinte você estava com febre. E naquela tarde eu tive uma febre terrível.<br />
<br />
O médico foi chamado (não fui eu quem o chamou), e ele me disse:<br />
<br />
— Eu realmente preciso lhe dar esse remédio.<br />
<br />
Era o melhor remédio para febre e ele tinha um pouco, todo o estoque havia se esgotado, todo mundo estava tomando. Ele disse:<br />
<br />
— Eu ainda tenho algumas caixas, vou lhe dar algumas.<br />
<br />
— Eu imploro: não me dê nenhuma, eu não vou tomar. Guarde para alguém que tenha fé no remédio e queira tomá-lo.<br />
<br />
Ele ficou indignado:<br />
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— Então não adiantou nada eu vir aqui.<br />
<br />
Então eu disse:<br />
<br />
— Talvez não.<br />
<br />
<h2>
Por Trás da Doença</h2>
<br />
Eu permaneci em minha cama, com minha febre, uma febre violenta. Todo tempo eu me perguntava:<br />
<br />
— O que é essa doença? Porque ela está aí? O que está por trás dela?<br />
<br />
E, no final do segundo dia, eu estava deitada completamente sozinha, eu vi claramente um ser, com parte de sua cabeça cortada, em um uniforme militar (ou o que sobrava de um uniforme militar) se aproximando de mim e, de repente, lançando sobre o meu peito a sua metade de cabeça para sugar minha <i>força</i>.<br />
<br />
Eu dei uma boa olhada, então percebi que eu estava prestes a morrer. Ele estava sugando toda a minha vida (pois eu devo dizer para você que pessoas estavam morrendo de pneumonia em três dias).<br />
<br />
Eu estava completamente presa na cama, sem movimento, em um transe profundo. Eu não podia mais me mexer e ele estava puxando. Eu pensei: agora é o fim. Então eu chamei o meu <i>poder oculto</i>, entrei numa briga feia e eu tive sucesso em expulsá-lo de forma que não ficasse ali por mais tempo.<br />
<br />
E eu acordei.<br />
<br />
<h2>
O Aprendizado</h2>
<br />
Mas eu vi. E eu aprendi, e entendi que a doença era originária de seres que tinham sido arrancados de seus corpos. Eu tinha visto isso durante a primeira grande guerra, no finalzinho, quando as pessoas costumavam viver em trincheiras e eram mortas em bombardeios.<br />
<br />
Elas estavam em perfeita saúde, completamente saudáveis e em um segundo elas eram arrancadas de seus corpos, sem consciência de que estavam mortas. Elas não sabiam que não tinham mais corpo, e tentavam encontrar nas outras pessoas a vida que não conseguiam encontrar em si mesmas.<br />
<br />
Isto é, eles haviam se tornado em uma multidão de vampiros. E eles vampirizavam o homem.<br />
<br />
E, além disso, havia a decomposição de forças vitais de pessoas que adoeciam e morriam. O ser vivia numa espécie de nuvem pegajosa e grossa feita de tudo isso. E, assim, as pessoas que entravam nessa nuvem caíam doente e geralmente eram curadas, mas aquelas que eram atacadas por aquele tipo de ser invariavelmente morriam, as pessoas não podiam resistir.<br />
<br />
Eu sei que muito <i>conhecimento </i>e <i>força </i>foram necessários para eu resistir. Era irresistível. Isto é, se pessoas fossem atacadas por um ser que era o centro desse turbilhão de forças ruins, elas morriam. E havia muitos seres, um grande número.<br />
<br />
Eu vi tudo isso e entendi.Canto do Dudu - Dudu Lopeshttp://www.blogger.com/profile/09823802994474043506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5309464665228321658.post-92162809309866455202017-05-14T13:27:00.001-03:002017-05-14T13:27:44.312-03:00Política e Espiritualidade<h5>Texto de SWAMI TILAK em 1984.</h5> <p style="text-align: justify"><img style="float: left; margin: 4px 10px 0px 0px; display: inline" src="https://sites.google.com/site/cantododudu/imagens/Swami-Tilak.jpg" align="left"></p> <p>NECESSITAMOS de uma revolução no mundo. Há pessoas que falam sobre revolução, mas esta revolução se refere somente às coisas materiais. <p>Eu pessoalmente creio em ou­tro tipo de revolução — a Revolução Espiritual. Esta revolução somente é possível quando nós mudamos por completo nosso pensamento. <p>Falta o equilíbrio em todos os campos da vida. Por isto o homem está muito agitado. A agitação humana é uma característica em cada pessoa. Cada pessoa está terrivelmente desequilibrada. <h2>Mais Leis</h2> <p>E todos pensam que a solução deste problema é fazer cada vez mais e mais leis, e nenhuma pessoa está disposta a seguir as leis. <p>E, aquele que promulga as leis, certamente viola as leis. Formam-se as leis somente para os outros, não para si mesmo. É um grande problema! “Todos os outros têm que se­guir as leis, exceto eu”. <h2>Mais Governo</h2> <p>Eu posso falar em qualquer parte do mundo sobre a ordem, ou sobre o que poderia fazer um Governo. O Governo nada pode fazer. O Governo pode governar umas pessoas, mas quando todo o povo está contra a ordem, qual o Governo que pode Governar assim? O Governo reflete somente a de­terminação do povo. <p>Então o homem tem que governar a si mesmo primeiro. <p>Nas situações anormais, podemos usar a força exterior; mas, quando sempre usamos a força exterior, isto significa que a ordem não pode continuar vitoriosa por muito tempo. Não pode. É verdade. <h2>Mais Esquerda ou Mais direita</h2> <p>Assim também, quando sentimos uma grande inquie­tude em todas as partes, já não é mais problema com um determinado tipo de sistema. Não é mais este ou aquele sistema. <p>Geralmente quando sentimos esta grande inquie­tude em todas as partes do mundo, temos de entrar na consciência própria do homem. <p>Temos que fazê-lo. <p>O ho­mem tem que pensar apropriadamente, profundamente. Não podemos dizer que o problema é de um brasileiro, ou de um indiano, ou de um desenvolvido alemão. <p>O problema neste momento é humano! <h2>Mais Capitalismo ou Mais Comunismo</h2> <p>Felizmente eu tenho visitado quase todo o mundo. Os países capitalistas, os comunistas, os países do terceiro mun­do, e até do quarto mundo. Temos mundos e mundos. <p>E qualquer tipo de mundo trata de provar que é melhor que os outros, mas em todos existe o mesmo problema. <p>E formam-se muitos partidos no mundo, em todas as par­tes. Este partido, aquele e mais partidos. <p>E vocês sabem bem que nenhum partido pode resolver os problemas, por­que todos os partidos têm os mesmos problemas. <p>Antes de estar no Governo dizem uma coisa e depois de estar no Governo têm os mesmos problemas! Então não podemos culpar os partidos, não podemos culpar o Governo, não podemos culpar o sistema. <h2>Mais Humanidade</h2> <p>O problema existe na consciência do próprio homem! Enquanto o homem não mudar a si mesmo, os sistemas não podem fazer nada. <p>O homem tem que revolucionar-se inter­namente. <p>E esta revolução está relacionada com o conheci­mento espiritual, porque eu não sou escravo de nenhum sis­tema! <p>Eu tenho que formar a mim mesmo, eu não quero disciplinar-me para satisfazer este ou aquele sistema. <p><strong>Fonte: <a href="http://www.jnanamandiram.org.br/" target="_blank">Jnana Mandiram</a>.</strong></p>Canto do Dudu - Dudu Lopeshttp://www.blogger.com/profile/09823802994474043506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5309464665228321658.post-45605069474825397302015-04-19T23:01:00.000-03:002015-04-19T23:01:00.151-03:00Magia Negra e Inocência<h5>Texto de LUIZ DA ROCHA LIMA<br>No livro “Luta Contra a Bruxaria”.</h5> <p><a title="Clique para ir ao site do autor." href="http://www.lardefreiluiz.org.br/" target="_blank"><img style="height: 223px; width: 150px; float: left; margin: 4px 10px 0px 0px; display: inline" alt="Luiz da Rocha Lima - clique para o site do autor" src="https://sites.google.com/site/cantododudu/imagens/Luiz-da-Rocha-Lima---Frei-Luiz.jpg" width="150" height="223"></a></p> <p>DEVEMOS DESARRAIGAR de nossas mentes a ideia de que o mago negro não pode prejudicar a nós outros, porque seguimos a senda reta ou porque é vil ou perverso. <p>É uma ideia equivocada difundida para evitar que o homem se fortaleça e propagada pelos seguidores do caminho negro. <p>É tão insensato quanto imaginar que, se um boxeador profissional estivesse boxeando com um menino, este ganha­ria, porque sua alma é pura. <p>Milhares de pessoas carecem de suficiente ambição para desenvolver a força necessária. <h2>Pureza Impura</h2> <p>Vivem honestamente como bons cristãos, mas são tão fragilmente puros que se tornam alvo fácil para qualquer um aproveitar a oportunidade. Não são negros em si mesmos, porém são do tipo que facilita a perpetuação da magia negra. <p>É inegável que, em última instância, o Bem triunfará e que o mago negro terá de cair vítima de seus próprios excessos; é também uma verdade literal, porém, que muitos terão de agachar a cabeça ao passo do tirano, e só os fortes estarão seguros. <p>A geração atual de gente boa, em média, carece em absoluto de possibilida­des para resistir aos embates da magia negra. Somente os insensatos subestimam este perigo. É o Carma que age sobre as criaturas invigilantes; daí ela ser cognominada de Magia de Redenção pelos espíritos de Luz. <h2>Ignorância não é Defesa</h2> <p>Chegamos a um ponto em que a ignorância é um crime e merece mais sério castigo. A ignorância não é a magia negra, porém constitui atualmente o maior aliado do mago negro. <p>Os que não conhecem algo melhor estão constantemente entorpecendo o trabalho dos demais, e esse é o fruto da indolência. <p>Quando intentamos violar as leis divinas, quebrantamos nosso corpo e tornamos negativa a nossa consciência, abrindo aqueles centros de nosso Ser que nos expõem a ser influenciados e às vezes obsidiados pelas forças negras. <p>Isto constitui um crime quase tão grande quanto o de exercer a magia negra. <p>O homem deve compreender que não é possível nenhum compromisso ou pactos entre o Mal e o Bem; ou está de um lado, ou do outro e, quando lhe aparece a dúvida, esta é um atributo de Satã. <p>Encaremos este problema imparcialmente, nem com temor e nem com de­masiada confiança. <p>Com humildade e contrição reconheçamos que o trabalho permanente que as forças trevosas realizam no mundo é muito real! <p>Cientes deste fato bem grave, embandeiremo-nos e unamo-nos aos irmãos de Luz que também porfiam incessantemente neste prélio em prol das almas hu­manas.</p> Canto do Dudu - Dudu Lopeshttp://www.blogger.com/profile/09823802994474043506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5309464665228321658.post-5709624425306924002015-04-05T23:01:00.000-03:002015-04-05T23:01:00.151-03:00A Vida no Relativo e no Absoluto<h5>Texto de SWAMI TILAK.</h5> <p style="text-align: justify"><img style="float: left; margin: 4px 10px 0px 0px; display: inline" src="https://sites.google.com/site/cantododudu/imagens/Swami-Tilak.jpg" align="left"></p> <p align="center"><i>“<font size="2">A atividade é a vida, mas a tranquilidade é a finalidade da vida.</font>”<br><strong>Swami Tilak.</strong></i></p> <p>RESPEITÁVEIS MÃES e irmãos, boa noite. Este é o segundo dia em que estamos aqui com vocês. <a href="file:///D:/Documentos/Leitura/[ Portugu??s ]/Espiritual e Ocultismo/#_ftn1_1359" name="_ftnref1_1359">[*]</a> <blockquote> <p><a href="file:///D:/Documentos/Leitura/[ Portugu??s ]/Espiritual e Ocultismo/#_ftnref1_1359" name="_ftn1_1359"><em><font size="1">[*]</font></em></a><em><font size="1"> Esta foi a segunda conferência proferida por Swami Tilak no auditório do Ministério das Minas e Energia, em Brasília, no dia 20 de outubro de 1973.</font></em> </p></blockquote> <p>Quando eu encontrei meu mestre, meu guru, ele me perguntou: <p>– Qual a finalidade de tua vida? <p>Eu respondi: <p>– Gurudeva, eu quero servir a toda a humanidade. <h2>Primeiro, Eu</h2> <p>Naquele momento ele riu e disse: <p>– Quem pode servir a toda a humanidade? – e depois contou uma história. - Havia um discípulo e um dia seu mestre lhe perguntou: <p>“– O que você quer fazer? <p>“– Eu quero cobrir toda a terra com peles, porque na terra existem muitos espinhos que machucam as pessoas ­respondeu o discípulo. <p>"“– Onde podes conseguir tantas peles? Como é possível? E também não podes conseguir peles sem matar as criaturas. E, depois, quando toda a terra estiver coberta com peles, não restará lugar algum para crescer nada. Então todas as pessoas irão morrer sem comida.” <p>Então eu perguntei: <p>– Gurudeva, que posso fazer? <p>E ele respondeu: <p>– Você tem que calçar sapatos, nada mais, e depois não ter nenhuma perturbação, nenhum medo dos espinhos. <p>Em suma, as palavras do meu mestre indicavam que a pessoa tem que obter sabedoria para eliminar todos os problemas que existem em sua vida. Aquele que não pode resolver seus problemas, não pode ajudar ninguém no mundo. </p> <a name='more'></a> <h2>Conhecendo o Problema</h2> <p>Infelizmente, nós temos, às vezes, muita pressa e tratamos de ajudar a outras pessoas, sem saber a solução do problema. Tratamos de ajudar a outras pessoas sem conhecer o problema: qual é o problema? <p>Como tratei de explicar ontem, às vezes nós pensamos que a ausência do dinheiro é um problema. É uma face do problema! Outra pessoa sente que o sexo é um problema. Quando o sexo não está satisfeito, tem-se perturbação, agitação, e então o sexo deve ser satisfeito. Outra pessoa diz: <p>– Eu preciso de comida. <p>Uma outra necessita de casa e outras mais necessitam de outras coisas. Então nós tratamos de resolver os problemas segundo nossa compreensão da vida. <p>Mas depois de resolver um problema, imediatamente encontramos outro problema, e outro, que se sucedem. É como uma enfermidade. <p>Por exemplo, temos um veneno no corpo e esse veneno aparece na forma de uma enfermidade. E quando essa enfermidade se cura, outra enfermidade surge. Assim, temos todo o tempo enfermidades. Agora vocês podem compreender; me parece que nós não tratamos de eliminar a raiz da enfermidade, simplesmente tratamos de curá-la externamente. Por exemplo, quando uma pessoa tem dor de cabeça, outra logo se prontifica a recomendar que se tome aspirina, e quando tomamos aspirina, no outro dia temos problema com o estômago. Então quem recomendou aspirina diz: <p>– Agora você tem que tomar outro tipo de comprimido. <p>E assim toma-se remédio após remédio até tornar-se um paciente permanente, e o problema não se resolve. <p>Agora nós temos que resolver o problema permanentemente. E a solução permanente não é possível sem o conhecimento de nossa natureza, da natureza própria. Então surgem de imediato as perguntas seguintes: <ul> <li>Quem sou eu? <li>Qual é a minha natureza? <li>Por que estou aqui? </li></ul> <h2>A Morte</h2> <p>Todas as coisas estão relacionadas com os nossos problemas. Como eu digo sempre, fisicamente ninguém pode estar no mundo o tempo todo. Como meu mestre sempre diz, o estômago da morte é muito grande! Tão grande que nem um Buddha, nem um Cristo, nem um Krishna, nem um Swami podem encher seu estômago. Não é possível. Sempre existe lugar no estômago da morte, que come todo o tempo. Nossa fome pode satisfazer-se, mas a fome da morte não pode satisfazer-se. <p>E há outra verdade também: é que nenhuma pessoa morre duas vezes. É verdade. Então não existe nenhuma razão para preocupar-se. Não existe. <p>– Eu tenho medo da morte – ­diz a maioria das pessoas. <p>Por que? Todos morrem! Aquele que trata de viver com todas as facilidades, com toda a segurança, também tem que morrer. Então nós devemos eliminar o medo da morte. O medo da morte é diferente da morte. Tratem de compreender isso, por favor. Quando eu falo sobre essas coisas, as pessoas dizem: <p>- Swami, nós temos que viver no mundo. Então, podemos cometer suicídio? <h2>A Verdade</h2> <p>Não é certo, amigo meu! Uma pessoa que não tem medo da morte não tem que cometer suicídio; tem que realizar a Verdade! <p>E, sem dúvida, essa Verdade é uma coisa extraordinária, muito grande mesmo. A Verdade está relacionada com todo o universo! <p>Por exemplo, algo está relacionado comigo, e não existe em você. É uma verdade parcial, é uma verdade limitada, então não pode tornar-se verdade universal, não pode fazer-se a verdade onipresente. Então o que existe como a verdade onipresente tem que estar presente em vocês e em mim também. Em todos. Não é um privilégio meu ou de qualquer pessoa. <p>Neste campo nós não temos que pensar em milagres, ou que uma pessoa tem esse privilégio e outra não tem. Ou que uma tem mais poder e outra não tem. Não é isso. No campo da Verdade Suprema, sem dúvida, nós temos todos - todos nós - a mesma verdade. Então, agora nós temos que pensar na totalidade do universo, temos que buscar a verdade que está presente em todo o mundo. <h2>O Mundo</h2> <p>Sem dúvida, nenhuma pessoa pode dizer que o mundo não existe; ninguém pode dizê-lo. Não podemos dizer que o mundo não é maravilhoso; não podemos dizê-lo. É uma coisa maravilhosa! Tanta atração! Tanta beleza no mundo! <p>E cada coisa tem sua beleza! Cada pessoa tem inteligência, cada pessoa tem suas particularidades e cada pessoa tem a expressão da Verdade também. Como a Bíblia diz, o homem é a imagem de Deus. Então a imagem de Deus nos lembra o próprio Deus. Portanto, depois de ver uma pessoa não podemos dizer que essa pessoa é insignificante. Não podemos. Assim, temos apenas que buscar a fonte da divindade, nada mais. Temos que entrar no universo para buscar a Verdade. <h2>A Bíblia Não tem Dono</h2> <p>Geralmente eu menciono muitas coisas da Bíblia porque dessa maneira vocês poderão compreender a Verdade mais facilmente, segundo a terminologia que vocês conhecem. Por exemplo, se eu falasse na terminologia que está nos Vedas, nos Upanishads, ou em outras escrituras vocês poderiam não compreender. Então frequentemente eu falo sobre a Bíblia. Sem dúvida, às vezes as pessoas estranham: <p>– Swami, por que fala sobre a Bíblia? <p>Por exemplo, na Austrália uma mãe depois de escutar a conferência perguntou: <p>- Por que fala na Bíblia? <p>- Porque a Verdade existe na Bíblia, então eu falo. <p>- Mas você não é um cristão, você é um hinduísta; então, por que? Quer converter-se ao Cristianismo? <p>- Não, não é verdade, eu não quero me converter. <p>- Então, por que? <h2>Cristo Não tem Dono</h2> <p>- A Bíblia não é sua propriedade; Cristo não é sua propriedade. <p>Cristo é universal. A verdade que existe na Bíblia é universal. Então, qualquer pessoa pode falar sobre a Bíblia. A verdade não pertence a uma pessoa ou a outra pessoa. A Verdade é a Verdade, como a luz do sol pode ser recebida por qualquer pessoa, assim a Verdade pode ser obtida por qualquer pessoa. Nesse campo não devemos manter limitações. Quando as pessoas mantêm limitações, não compreendem a Verdade. <h2>Adão e Eva</h2> <p>Por exemplo, nós encontramos uma descrição muito boa na Bíblia: diz que, no princípio, era Deus. Depois, Deus criou Adão e depois Eva. Sem dúvida Eva foi criada de uma parte de Adão. E eles estavam no paraíso. E no paraíso existiam duas árvores: a árvore da vida e a outra era a árvore do mal e do bem. Dessas duas árvores, segundo Deus, o homem tinha que comer somente os frutos da árvore da vida; não tinha que comer os frutos da árvore do bem e do mal. Depois diz-se que uma serpente que estava no paraíso tratou de criar tentação na mente de Eva, e Eva comeu da árvore do bem é do mal, e depois criou a mesma tentação na mente do homem. <p>É uma descrição. Essa descrição é muito boa. Para aquele que crê na história, essa descrição é histórica, e para aquele que crê na espiritualidade, essa descrição é espiritual. Contém uma grande verdade. E temos que compreender essa verdade. <h2>Matéria e Espírito</h2> <p>Amigo meu, todo o universo é paraíso, todo o universo. Neste paraíso do universo existem duas coisas: a Matéria e o Espírito. Todo o universo é uma combinação de matéria e espírito. É verdade. E em cada partícula está presente a matéria e a energia. Ambas estão presentes. E, sem dúvida, a matéria também é uma expressão da energia, nada mais. <p>Por exemplo, agora nós vemos esta mesa (Swami indica uma mesa próxima), e dizemos que esta mesa existe. Mas quando tratamos de compreender a verdade, imediatamente a mesa se converte em energia. Como Einstein diz: "<em>A matéria não é nada mais que a energia densa.</em>" Então o que nos parece matéria, também é energia. <h2>Alma e Energia</h2> <p>A matéria sai da energia, a matéria sai da Alma; a Alma não sai da matéria, é uma verdade. Então a matéria e a Alma, ambas estão juntas. Então a matéria é Eva e a Alma é Adão. E ambos existem no paraíso do universo. E nesse paraíso do universo, nós temos duas árvores: uma árvore da vida e uma árvore da consciência. Todo o tempo. A árvore da consciência ou, podemos dizer, a mente, produz dois sentidos: o sentido do mal e o do bem. Esses sentidos também persistem todo o tempo. Como uma árvore cresce todo o tempo, assim também cresce a árvore da mente. E, por outro lado, temos também a árvore da vida. <p>Todas as pessoas têm direito de tomar o fruto da vida. Aquele que não diferencia entre o mal e o bem também vive no mundo. Todas as pessoas vivem. Você vive e eu também vivo no mesmo mundo. Cristo viveu no mundo e Buddha também viveu no mundo. Todos vivem neste mundo, mas somente para Cristo não existe nenhum mal. Sem dúvida Ele quer seguir o caminho do bem, mas também não odeia o mal. <h2>A Culpa é de Quem?</h2> <p>Vocês sabem que quando estava na frente de Cristo uma mulher que não tinha um caráter bom, Cristo disse aos que queriam apedrejá-la: <p>– Podem apedrejar, mas somente a pessoa que está isenta, que não tem nenhum pecado na vida, deve apedrejar. <p>Naquele momento não houve nenhuma pessoa que não tivesse pecado na sua vida. Então, o Santo, e somente o Santo, sabe que todas as pessoas têm pecado, todas as pessoas têm culpas na vida. Mas o ego não lhes deixa aceitar suas faltas. Simplesmente culpam as outras pessoas, é certo. O Santo diz: <p>– Eu sou culpável. <p>Mas uma pessoa ordinária ou uma pessoa comum diz: <p>– Eu sou um santo e os outros são pecadores. <p>Por que nós tratamos de esconder nossas próprias culpas? Por que sempre tratamos de culpar outras pessoas? Eu digo neste momento que a vida do Santo é muito diferente. Ele sempre diz que neste mundo não existe nenhuma pessoa mais culpável que ele e que os outros são muito bons. <h2>Como Discriminar</h2> <p>Então, amigo meu, esta atitude é a atitude do Santo. Vive no mundo mas não reconhece o mal! Somente vê o bem. <p>Todo o tempo vê o bem, nada mais. Esta pessoa não tem nenhum problema com o mundo! Mas aquele que não tem esta atitude tem problema todo o tempo. Deus diz que uma pessoa tem que viver, nenhuma pessoa tem que morrer. Mas não deve diferenciar as coisas. <p>A Consciência Divina é contra a diferenciação. É contra as diferenças! É verdade! <p>Então agora eu digo, que esta combinação de matéria e espírito em nós cria o sentido do ego: "eu sou", "eu sou". <p>Na verdade eu sou parte da Divindade. Eu sou um com a Verdade Suprema! <p>Mas sempre trato de criar uma limitação ao redor da minha existência. Desta maneira eu me separo dos demais. Uma gota é simples água, e o mar também é água. Mas a limitação da água cria um sentido de separação, nada mais, nada mais! <h2>O Ego</h2> <p>Ego é uma roupagem. Por favor, tratem de compreender. <p>Nós temos muitas roupas. Estas roupas são para cobrir nosso corpo, para esconder nossa nudez das outras pessoas. <p>Mas nós temos outro tipo de veste. Esta veste é a veste do ego. Nós tecemos esta vestimenta ao redor de nossa personalidade. E tratamos de separar-nos de toda existência e clamamos: "eu sou". Então criamos uma diferença entre eu e os demais! E por sua vez este sentido cria muitos problemas no mundo! Na verdade todos os problemas são resultado desta diferença, desta separação: eu e os demais. <h2>“Esse Mundo Não Presta!”</h2> <p>Todos vivem no mundo, todos vivem no universo, mas todos dizem: "<em>o mundo é mau</em>" ou "<em>o mundo é bom</em>", mas eu pergunto: <p>– Você também está no mundo, por que não diz que você é mau? Por que não diz? Você também é mundo, é certo. Você também está no mundo. <p>E, quando todas as pessoas dizem que o mundo é mau, quem é bom então? Quem é bom? Então todos são maus. <p>Então, este sentido de que eu sou diferente do mundo, cria separação: eu e os demais. Sem dúvida esta diferença não é boa, temos que tirar esta diferença. Para tirar esta diferença, mais uma vez temos que buscar a verdade que existe em mim e nos demais também. <h2>A Natureza do Mundo</h2> <p>Primeiro eu tenho que buscar a verdade no mundo. No mundo da matéria. E quando trato de compreender a natureza da matéria eu tenho uma grande confusão, eu tenho um grande problema! <p>Que é matéria? Eu tenho muitas definições sobre a matéria. Por exemplo, matéria é o que não se move. Mas a ciência diz agora que na matéria existem átomos e nos átomos existem elétrons, prótons e nêutrons. E os elétrons todo o tempo se movem. Então como podemos afirmar que matéria é o que não tem movimento? E nós tratamos de dar definição, tratamos de definir o átomo. Que é átomo? Que é elétron? E então temos problemas. <p>Às vezes o elétron se comporta como uma onda e outras vezes como partícula. E o que é partícula não pode tornar-se onda e o que é onda não pode fazer-se partícula, porque a partícula é estática e a onda é dinâmica! Ambas não podem juntar-se em nosso conceito. Mas é verdade. Então não podemos dizer que matéria é o que não se move. Não podemos determinar que seja estática ou dinâmica. É um grande complexo problema. <p>Vocês sabem que existem coisas que se comportam como pedra e que se comportam como uma planta também. E que existem plantas que se comportam como plantas e se comportam como animais também. Existem plantas que andam [*], capturam os animais, tomam o seu sangue e depois atiram o seu cadáver. <blockquote> <p><font size="1"><em>[*] NOTA DO REVISOR: não se conhece plantas que andam, ainda que existam plantas que se movem de um lugar para outro como o caiauê. Provavelmente, Swami Tilak quis dizer plantas que se movem, e trocou as palavras por não dominar completamente a língua portuguesa.</em></font></p></blockquote> <p>Então que tipo de definição pode dar-nos a matéria? É um problema! <h2>A Natureza da Alma</h2> <p>E neste momento nossa mente diz que em lugar de buscar a definição de matéria, é melhor que busquemos compreender a definição da alma! Que é alma? E para termos a definição de alma, temos que entrar em nós mesmos. <p>Como eu disse ontem, cada pessoa tem a sua dor de cabeça, mas ninguém pode sentir a dor de cabeça fora de sua própria cabeça. Não é possível. Então está muito claro que nós temos que experimentar todas as coisas em nossa existência! <p>E quando nós tratamos de analisar nossa existência, a princípio nós encontramos nossos sentidos. Esses sentidos recebem o mundo exterior. Agora eu vejo vocês. Por que vejo? Porque meus olhos veem. Os olhos são o meio de receber as impressões de sua existência. Mas eu tenho outro tipo de sentido também. <p>Na realidade existem dois tipos de sentidos: os sentidos da cognição ou do conhecimento e os outros são os sentidos da ação. Então temos os da ação e os da cognição. Tato, olfato, visão, audição e paladar são os cinco sentidos de cognição. E temos também cinco sentidos da ação: pés, mãos, voz e os sentidos da procriação e da evacuação. Os sentidos da cognição recebem o mundo exterior e o relacionam com o mundo interior. Os sentidos da ação transmitem o mundo interior e o relacionam com o mundo exterior. <p>Por exemplo, quando vejo o fogo num lugar, imediatamente grito, depois corro, e logo apanho água. Então todos os sentidos neste momento trabalham simultaneamente. Isto indica que nós temos um centro de nossa personalidade, onde se juntam todos os sentidos. Este ponto em nossa personalidade é chamado de mente. E a mente também não é a finalidade, porque tratamos de diferenciar entre as coisas boas e más. Mas o intelecto também diferencia entre o mal e o bem. E por detrás do intelecto nós temos o ego. Esse ego é a particularidade de cada pessoa. Cada pessoa tem sua particularidade. <p>Por exemplo, todos estão presentes aqui e me veem. Mas cada pessoa tem sua impressão particular sobre minha personalidade. Todos não têm a mesma opinião a meu respeito. Uns dizem: <p>– Swami é muito bom. <p>Enquanto que outros dizem: <p>– Não, ele é muito mau. <p>Uma pessoa diz: <p>– Swami é muito inteligente. <p>E outros, ao mesmo tempo, falam: <p>– Não ele não sabe nada. <h2>A Natureza do Ego</h2> <p>Uma pessoa me ama, outra me odeia. E não podemos dizer que essas opiniões se devem apenas a minha personalidade, minha aparência ou minha inteligência. Isso significa que cada pessoa tem o centro de sua personalidade, a que chamamos ego. <p>Esse ego se forma de três atributos, ou três gunas: <i>Sattwa guna, Raja guna</i> e <em>Tama guna </em>[*]. <blockquote> <p><em><font size="1">[*] Guna - atributo ou qualidade da Natureza. Sattwa se refere à serenidade, bondade e lucidez, impulsionadas pela boa vontade, compaixão e amor. Rajas indica atividade e energia, impulsionadas pelas ambições e pelas paixões; e Tamas indica a qualidade referente à inatividade e fraqueza, impulsionadas pela preguiça e perversões.</font></em> </p></blockquote> <p><i>Sattwa guna</i> significa a atividade positiva. A mente também é uma atividade. O pensamento é atividade. O pensamento tem começo, continuidade e finalmente se dissolve. A razão disto é que cada pensamento tem três etapas. Antes de começar, um pensamento é tranquilo, na continuidade, é ativo e, quando se dissolve, é inativo. <p>Então temos tranquilidade, atividade e inatividade, todas presentes em cada personalidade. Umas pessoas têm mais tranquilidade, outras têm mais atividade e outras têm mais inatividade. <p>Sem dúvida, inatividade não é tranquilidade. Quando se tenta compreender a filosofia oriental se diz que ela torna a pessoa inativa. Eu a isto digo, categoricamente, que não é certo. Talvez o que não se tenha é capacidade para diferenciar a tranquilidade da inatividade. Então se confunde uma com a outra. Uma pessoa que é tranquila nunca é inativa. E uma pessoa que é ativa não tem porque ser intranquila. <h2>A Natureza da Tranquilidade</h2> <p>A intranquilidade está relacionada com a atitude mental. A atividade está relacionada com o corpo. Então nós temos que compreender esta verdade. Quando uma pessoa está ativa, muito bem: pode manter sua atividade e sua tranquilidade também. Por que não? <p>Vocês sabem que Cristo era muito ativo, Buddha era muito ativo, Krishna era muito ativo. Todo o Bhagavad Gita foi ensinado pelo Senhor Krishna num campo de batalha, não em casa. Então nós estamos no campo de batalha. Ninguém pode fazer-se totalmente inativo. O coração bate, o sangue corre, a mente pensa. Então, a inatividade não pode ser alcançada no mundo. E aquele que confunde a paz com a inatividade, tem desilusão, nada mais. Então, na atividade, tranquilidade; e na tranquilidade, atividade; é o que nós necessitamos na vida. Então Cristo era ativo, mas tranquilo também. Krishna era, ao mesmo tempo, tranquilo e ativo e, da mesma forma, nós também podemos ser assim. <p>Temos que fazer-nos tranquilos e ativos simultaneamente. Porque o mundo é para agir e nós temos que agir todo o tempo, mas temos que manter a tranquilidade. <p>O Senhor Krishna diz no Bhagavad Gita: "Até as pessoas inteligentes se confundem sobre a tranquilidade e a atividade". Fazem confusão de fato. <p>Aquele que vê atividade na inatividade e inatividade na atividade, é tranquilo todo o tempo. Aquele que é ativo na inatividade e inativo na atividade, é uma pessoa sábia. Como é possível isso? Temos que tentar buscar a tranquilidade cada vez mais e mais! <h2>A Natureza da Vontade</h2> <p>O ego é o centro da personalidade, é o átomo da personalidade. <p>Vocês sabem que no átomo, em cada átomo, existem três partículas: os elétrons, que são positivos, os prótons, positivos e os nêutrons que são neutros. São três, em proporções diferentes. Num átomo temos um número de elétrons e, em outro, outra quantidade, mas a natureza do elétron não muda, nem a do próton tampouco muda. Simplesmente o número muda, a proporção muda. <p>Esta proporção, este número, é responsável pela formação, digamos assim, da personalidade de um outro elemento. Mas, detrás da forma deste átomo, existe a Mente Universal. E detrás da Mente Universal, existe a Natureza, e, sem dúvida, esta Natureza é o equilíbrio de todos os atributos. <p>Vocês sabem que quando nós chegamos a este ponto surge um grande problema, grande problema! Porque o estado de equilíbrio nunca pode mover-se. Então quem move este equilíbrio? A Natureza é o equilíbrio de todos os atributos, mas quem move a Natureza? Então necessitamos da Vontade. <p>Qualquer tipo de movimento necessita força de fora. A vontade não necessita de força de fora: a vontade pode mover ou não mover. Por exemplo, agora meu dedo não se move [Swami simula com uma mão]. Mas quando eu quero, imediatamente ele se move. Então, eu tenho o poder da vontade de mover ou não mover. Assim toda a natureza se move porque existe a vontade. <p>A vontade tem inteligência também, porque não podemos aceitar nenhuma vontade sem inteligência. A vontade que não é inteligente não é vontade, é simplesmente poder mecânico, nada mais. Então, aceitamos a vontade­-inteligência. <h2>A Natureza da Felicidade</h2> <p>E aceitamos que essa Inteligência é eterna. <p>Essa Inteligência é a fonte da sabedoria, da felicidade. Isso, amigos meus, é sua própria natureza. A natureza própria de todos vocês. Vocês são inteligentes e têm felicidade. E têm verdade. Vocês são a Verdade! Vocês são inteligentes! Vocês são a Felicidade! Em sânscrito, este estado se chama Satchitananda. Sat - Verdade; Chit - Inteligência; e Ananda - Felicidade. E os três estão presentes em vocês. <p>Este Satchitananda é, em si, os três aspectos do mesmo Ser, que se manifesta nos vários aspectos da vida. Esta Inteligência aparece ou se manifesta pelo ego, intelecto, mente e sentidos. Esta Felicidade aparece ou se manifesta como os prazeres sensuais, como a felicidade momentânea. <p>E esta Verdade eterna aparece ou se manifesta como vida também. Vida é a manifestação limitada da Verdade Suprema. E os prazeres também são a manifestação da felicidade, da Ananda eterna. E a consciência que, no presente momento, nós temos das coisas é apenas uma manifestação da Inteligência Suprema. <p>Então, quando nós tratamos de compreender nossa existência, todas as coisas se juntam, e nós realizamos nossa existência como Satchitananda – Inteligência, Verdade e Felicidade – todos estão em nossa existência. <p>E, sem dúvida, no mundo da vida limitada, não podemos tomar, não podemos gozar nunca todas essas potências simultaneamente. Não é possível. <p>Por exemplo, quando nós ligamos a lâmpada temos simplesmente um aspecto da eletricidade, que é a luz. E quando ligamos o ventilador, imediatamente temos outro aspecto da eletricidade que é o movimento, o magnetismo; e, quando ligamos uma outra coisa como o aquecedor, imediatamente percebemos mais um aspecto da eletricidade, que é o calor. Vemos com clareza, então, que pelos aparelhos e instrumentos, nunca podemos ter, ao mesmo tempo, todos os aspectos da eletricidade. Não é possível. Simplesmente temos um aspecto ou outro. <h2>A Natureza da Limitação</h2> <p>Assim também, quando o nosso ser está relacionado com um dos sentidos, ou com a mente, ou com o intelecto, ou com o ego, simplesmente nós percebemos um aspecto do Ser. Então, nós sempre temos a inteligência, a felicidade e a verdade limitadas em nossa vida. E, assim, o ser humano não pode ter a experiência ou a realização da Vida Eterna, da Felicidade interminável e da Inteligência ilimitada. Para realizar a eletricidade verdadeira, nós temos que transcender todos os aparelhos. <p>Da mesma maneira, para realizar o Ser mesmo, temos que transcender nossos sentidos, nossa mente, nosso intelecto, toda a natureza. Toda a natureza, e nada mais. E, nesse campo, a mente é um obstáculo muito grande. Temos que vencer este obstáculo, sem dúvida! E, para vence-lo, necessitamos do Yoga. Yoga não é simplesmente uma ginástica, não é simplesmente algumas posturas. <p>Às vezes as pessoas perguntam: <p>– Swami, como eu posso aumentar meu poder físico? <p>Eu digo: <p>– Amigo meu, você deve consultar um médico ou alguém mais. Um médico pode dar melhor conselho nesse campo. Também você deve se alimentar bem, deve tomar leite, manteiga e todas as coisas que alimentam. <p>Para isto, Swami não é necessário. Swami é necessário para transcender tudo. <h2>O Super-Homem</h2> <p>Tudo tem que ser transcendido. Quando nós transcendemos tudo, realizamos a Verdade Suprema! E, então, quando outra vez descemos [*], temos um outro mundo. <blockquote> <p><em><font size="1">[*] À chamada consciência relativa.</font></em></p></blockquote> <p>Primeiro, Cristo tem que crucificar-se. E depois de crucificar-se, tem que alcançar a ressurreição, sem dúvida. E depois da ressurreição, Cristo também tem corpo, porém não este corpo e sim outro corpo. Então, em outro corpo, o homem vive. Assim, aquele que transcende todos os sentidos, toda a mente, todo o intelecto, todo o ego, toda a natureza, também tem que voltar para viver no mundo. Mas nesse momento não é a mesma pessoa. <p>Por exemplo, uma pessoa entra na universidade e depois de estudar muitos anos, regressa a sua casa outra vez. Neste momento não tem quatro braços ou oito pés. Neste momento tem dois pés e duas mãos. Mas a pessoa interior é diferente. <p>Assim, uma pessoa comum diz que o sol nasce e o sol se põe. E quem regressa da universidade diz que o sol não nasce e nem se põe, simplesmente a terra se move, nada mais. Assim a pessoa que realiza seu Ser é pessoa e você também é pessoa e o outro também é pessoa. Uma pessoa realizada come como nós comemos. Em lugar de comida não come ferro e não bebe vapor em lugar de água. <p>- Swami, nós temos grandes iogues que se deitam nos pregos e comem fogo - me dizem, na América Central. <p>Muito bem, amigo! Apesar disso nós temos que saber que existe um fogo muito grande. Este fogo é o da sensualidade. Há muitos espinhos, espinhos da miséria mundana, que é muito grande. Aquele que se deita sobre os espinhos, às vezes, não tem a capacidade de confrontar a miséria da vida. <p>Você sabe que as pessoas que lutam como soldados, no front, também têm angústias. Têm coragem para estarem no front das balas, mas não têm coragem de confrontar a luxúria. Então as flechas da luxúria são mais fortes que as flechas de ferro. <h2>Espiritualidade e Ocultismo</h2> <p>O caminho da espiritualidade não é demonstração, exibição de coisas. Eu posso caminhar no fogo, eu posso caminhar na água. Isto não é espiritualidade, simplesmente é outra coisa. Eu não critico, eu simplesmente digo que aquele que faz, deve fazer, não há problema! Mas não se deve confundir essas coisas com espiritualidade. A espiritualidade é o domínio sobre todas as debilidades e fraquezas que existem em nossa mente. <p>Com estas palavras eu dou muito obrigado aos que nos deram sua atenção e muito obrigado às autoridades que nos deram esta oportunidade de falar a vocês. Amanhã vou falar aqui outra vez. Diversas vezes eu falo sobre meditação e como me parece que muitas das pessoas aqui são novas, eu vou falar novamente sobre meditação. <p>Devemos buscar a solução dos problemas e, sem dúvida, a meditação profunda, com sabedoria, é a solução de todos os problemas. <h2>Perguntas e Respostas</h2> <p>Com estas palavras eu agradeço mais uma vez, e caso tenham perguntas eu posso responder. <p><strong><em>Pergunta: Qual é a diferença entre desejo e vontade?</em> </strong> <p><strong>Resposta</strong>: Desejo não é vontade. E nós não devemos usar nossa vontade para realizar os desejos, porque quando nós usamos nossa vontade para realizar desejos, nós temos fraquezas na vida. Por exemplo, nunca todos nossos desejos podem se cumprir, não é possível, nenhuma pessoa pode realizar todos os desejos. Então quando nós tratamos de usar nossa vontade para realizar os desejos, nossa vontade simplesmente se enfraquece. Então a vontade deve ser usada para realizar o Ser mesmo. Nesse campo não existe nenhuma possibilidade de fraqueza. <p><strong><em>Pergunta: Swami, como é possível àquele que atingiu a Verdade, no plano do Absoluto, fazer-se entender aos seus semelhantes?</em></strong> <p><strong>Resposta</strong>: Na verdade, nenhuma pessoa pode nos dar a Realização, mas nos pode indica-la. Cada pessoa tem que realizar por si mesma. Por exemplo, experimento e sinto que a manga é doce. Eu posso dizer cem vezes que a "manga é doce", "a manga é doce", mas você não pode sentir e ter esse gosto da manga até que a coma você mesmo. <p>Sem dúvida, as palavras podem inspirar a muitos. Por isso Buddha não diz: "Eu posso passar a realização". A doutrina de Buddha não diz que esta experiência da Realização pode-se passar aos outros, não diz. É Auto-realização, amigo meu. É auto-realização. <p><strong><em>Pergunta: Mas se a Verdade é atingida pode ser indicada a outro?</em></strong> <p><strong>Resposto</strong>: É certo. Então Cristo disse, Krishna disse, Buddha disse, e eu também digo neste momento: minhas palavras não têm grande importância, mas a repetição da Verdade confere importância às minhas palavras também. <p><em><strong>Pergunta: Eu fiz esta pergunta para anteceder outra, de ordem mais prática. Qual a relação do tempo em nossa existência, segundo sua opinião?</strong></em> <p><strong>Resposta</strong>: O tempo existe no mundo, e quando uma pessoa transcende todo o mundo, não é escravo do tempo. É dono do tempo. Por exemplo, quando você está com a consciência desperta, só então pensa no tempo, mas aquele que dorme não tem nenhum sentido do tempo. O tempo passa, é certo. <p>Nós devemos compreender que o tempo existe na mente! Com relação a nós o tempo que existe no mundo é o reflexo do tempo que existe na mente. Sem dúvida é a consciência do tempo que muda o tempo, segundo nossa consciência! <p>Por exemplo, esta conferência durou uma hora e meia. E, quando você sonha, ela pode durar cinco minutos ou menos ainda. E, no sonho, talvez você possa ver toda a conferência. Assim como uma conferência pode durar uma hora, e no sonho cinco minutos, então cinco minutos equivalem a uma hora ou a hora e meia. <p>Você sabe que vemos nos sonhos incidentes que ocorrem na época atual ou há vinte e cinco anos atrás. O conceito do tempo muda completamente segundo nossa consciência. E, quando ascendemos à mente mesma - à nossa própria mente - o tempo não existe. É eternidade. O que existe no tempo é relativo e o que existe fora do tempo é absoluto. </p> <p><strong>Fonte: <a href="http://www.jnanamandiram.org.br/" target="_blank">Jnana Mandiram</a>.</strong></p> Canto do Dudu - Dudu Lopeshttp://www.blogger.com/profile/09823802994474043506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5309464665228321658.post-6802211704157597462015-03-23T18:32:00.000-03:002015-03-23T18:32:00.042-03:00Para Que Sofro?<h5>Texto de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Huberto_rohden" target="_blank">Huberto Rohden</a>.</h5> <p><img style="float: left; margin: 4px 10px 0px 0px; display: inline" src="https://sites.google.com/site/cantododudu/imagens/HumbertoRohden.jpg?attredirects=0" align="left"></p> <p>A SAÚDE É natural, a moléstia é desnatural.</p> <p>Ninguém procura explicar o que é natural, todos querem explicar o que é desnatural.</p> <p>Por que é que sofro isto ou aquilo? O primeiro pensamento é o de um castigo infligido por algum ser invisível, algum Deus vingador. Castigo por quê? Por mal cometido, algum pecado.</p> <p>Mas, se eu não tenho consciência de pecado algum, como dizia Jó, meu pecado deve ter sido cometido, então, numa existência anterior cuja memória não persiste na minha encarnação atual.</p> <h2>Por que sofro?</h2> <p>Mas, o que mais importa não é saber por que sofro, mas sim para quê.</p> <p>A causa do meu sofrimento é misteriosa, mas a finalidade do meu sofrimento é clara. Sofro para evolver, ou para me libertar de alguma impureza. Se criei a causa, posso também aboli-la.</p> <p>Se o homem, quer desta quer daquela filosofia, conseguisse ascender a regiões superiores, ultrapassando a zona da matéria e invadindo os domínios do espírito, desapareceria todo o problema e toda a problemática do sofrimento – porque desapareceria o próprio sofrimento compulsório. </p> <p>Assim como a pecabilidade gerou a passibilidade, do mesmo modo a impecabilidade produz necessariamente a impassibilidade. O erro na zona espiritual se chama pecado, o erro na zona material se chama sofrimento. Sendo aquele a causa deste, é lógico que o efeito (sofrimento, passibilidade) não pode ser definitivamente abolido sem a abolição da causa (pecado, pecabilidade).</p> <p>Apenas em caráter transitório, intermitente, esporádico, é o sofrimento abolido no plano do pecado; mas, para a abolição permanente, radical e definitiva do sofrimento, requer-se a destruição radical e permanente do pecado e da própria pecabilidade.</p> <h2>Inteligência e Razão</h2> <p>Com o despontar da inteligência começou o mundo a pecabilidade, que, não raro, acaba em pecado. “Espinhos e abrolhos”, “trabalhos no suor do seu rosto”, “parto por entre dores” são as consequências da intelectualização do homem, da mulher, porque a zona do intelecto é a zona da pecabilidade.</p> <p>Onde não há intelecto não há o “conhecimento do bem e do mal”, não há oscilação entre a luz e as trevas, entre o positivo e o negativo. Quando o homem comeu “do fruto da árvore do conhecimento”, quando o homem sensitivo do Éden se tornou o homem intelectivo da serpente, entrou ele na zona da pecabilidade, e pecabilidade quer dizer passibilidade compulsória.</p> <p>Para se libertar do sofrimento é necessário que o homem se liberte da pecabilidade e do pecado. De que modo? Perdendo a inteligência, essa gloriosa conquista da humanidade post-edênica? Não pela perda desse dom divino, mas pela integração da inteligência na razão, isto é, no espírito. </p> <p>Que poder é esse que nascerá das profundezas da própria natureza humana e sujeitará a seu domínio a própria inteligência? É o poder da Razão, do Espírito divino latente no homem.</p> <p>Um dia, esse espírito acordará – e já acordou plenamente, pelo menos num representante da humanidade, no “filho do homem”, no homem por excelência.</p> <p>Que é que fará acordar no homem pecador e sofredor de hoje esse espírito divino, a Razão, o eterno Lógos, seu verdadeiro Eu divino? A oração, a frequente e intensa submersão no oceano da divindade, a comunhão com Deus, o permanente “andar na presença de Deus”.</p> Canto do Dudu - Dudu Lopeshttp://www.blogger.com/profile/09823802994474043506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5309464665228321658.post-61533986130264636112015-03-08T23:01:00.000-03:002015-03-08T23:01:00.746-03:00Inteligência e Razão<h5>Texto de DUDU LOPES.</h5> <p><a title="Clique para ir ao site do artista." href="http://bikasn.deviantart.com/art/Ganesha-103193995" target="_blank"><img style="height: 167px; width: 150px; float: left; margin: 4px 10px 0px 0px; display: inline" alt="Ganesha - clique para o site do artista" src="https://sites.google.com/site/cantododudu/imagens/Ganesha_by_bikasn.jpg" width="150" height="167"></a></p> <p>VOU FALAR de duas partes que compõe o ser humano. E vou chama-las de <i>inteligência</i> e <i>razão</i>. <p>A <i>inteligência</i> é a aquela parte prática que enxerga as estratégias para alcançar os objetivos enquanto a <i>razão</i> é aquela parte que lida com o que a <i>inteligência</i> não alcança. <p>As pessoas em geral têm a concepção errônea de que existe apenas corpo e mente. Na verdade, existem muitas partes que integram uma pessoa e essas partes se dividem em outras partes. Como a percepção dessas partes varia muito, não existe um consenso de o que são ou como devem ser chamadas; assim, todas as escolas de estudo - a ciência e as várias religiões - dão nomes diferentes pra mesma coisa e evidenciam umas e ignoram completamente outras. Pra completar, a mesma palavra pode ser usada por escolas de estudos diferentes para designar partes diferentes do que somos. <p>O que chamo de <em>inteligência</em> e <em>razão</em> pode não se enquadrar no lugar comum em que se entende esses termos. <h2>Fazendo seus Planos</h2> <p>Por exemplo, uma pessoa pode pensar em estudar e trabalhar para conseguir uma melhora nas suas condições profissionais, e cria estratégias a respeito usando sua <i>inteligência</i>, busca recursos financeiros para as despesas com os estudos, adapta horários e renova o entusiasmo animando a vontade de prosseguir. <p>A <i>inteligência</i> não é suficiente para abarcar os dados de uma questão, é necessário usar a <i>razão</i>. A <i>razão</i> é aquela parte que faz "cair a ficha" e, no nosso exemplo, a ficha poderia ser que a saúde não seria o suficiente para conseguir trabalhar e estudar, ou a falta de tempo poderia minar a relação com o cônjuge, ou o afã de trabalho e estudo pode vir a gerar uma aceleração interna levando o indivíduo a perder atenção, o que pode gerar acidentes de carro, atropelamentos ou acidentes domésticos e de trabalho. <h2>Aprimorando seus Planos</h2> <p>Para evitar essas más consequências do projeto de nosso exemplo, devemos nos voltar à <i>inteligência</i> novamente e criar estratégias e estruturas. No entanto, pra aplicar as estratégias – por exemplo, separar um tempo para o cônjuge ou para se desacelerar – não basta a <i>inteligência</i> ter criado as estratégias, organizando os horários, se a <i>razão</i> não dá força para contornar ou evitar as circunstâncias inesperadas como o trânsito, males físicos como uma indigestão ou uma cólica menstrual, ou a doença ou morte de um parente, a gente não consegue cumprir as estratégias que a <i>inteligência </i>criou. <p>Numa análise inicial, parece estranho associar à <i>razão</i> a força necessária para se evitar uma circunstância que tem causas externas e, aparentemente, fora de nosso controle. Mas a <i>razão</i> é superconsciente, isto é, tem acesso a informações que são completamente invisíveis à <i>inteligência</i>. <h2>Protegendo seus Planos</h2> <p>A <i>razão</i> pode enxergar a possibilidade de um acidente daqui a quatro ou cinco horas e tomar decisões para evita-lo, levando a<i> inteligência </i>a elaborar uma sucessão de ideias que leve, por fim, à ideia da possibilidade do acidente ou pode inspirar uma intuição vaga com um temor sobre o futuro ou, simplesmente, fazer o indivíduo tomar decisões automáticas e por debaixo dos panos da consciência que levariam, no nosso exemplo, a evitar o acidente. <h2>Enfraquecendo a Razão</h2> <p>Se a <i>inteligência </i>se aprimora através de exercícios intelectuais, estudos e informações; a <i>razão </i>se aprimora através do equilíbrio. Uma vida agitada, cheia de entusiasmo por tudo e na maior parte do tempo, cheia de desejos por ganhos e alegrias na maior parte do tempo, cheia de desejos por gastos e festividades na maior parte do tempo, gradualmente vai enfraquecendo o acesso da <i>razão</i> à vida e à consciência, nos deixando cada vez mais à mercê do acaso. Amarguras, revoltas por decepção com a vida, falta de esperança e outros estados mórbidos, assim como o hábito de usar drogas como a cerveja pra se sentir bem com a vida ou pra conseguir levar a vida, também enfraquecem a <i>razão</i>. <h2>Fortalecendo a Razão</h2> <p>A <i>razão</i> é a ponte para o melhor de si mesmo. E fortalecer a <i>razão -</i> seja de forma religiosa através da oração ou lembrar-se da Divindade na forma de Jesus Cristo ou Krishna ou aquela que lhe for mais afim, seja de forma não religiosa como exercícios de relaxamento ou, simplesmente, parando pra nada como se parasse para fumar um cigarro sem realmente fumar – é um ato que não deveria ser negligenciado porque uma pessoa precisa de educação para a inteligência mas também precisa de equilíbrio para a razão. <p>No Hinduísmo, <a href="http://cantododudu.blogspot.com.br/2007/09/ganesha.html">Ganesha</a> é o símbolo da <i>razão</i>, por isso, também é o símbolo daquilo que elimina os obstáculos.</p> Canto do Dudu - Dudu Lopeshttp://www.blogger.com/profile/09823802994474043506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5309464665228321658.post-90292859889464915732015-02-23T23:01:00.000-03:002015-02-23T23:01:00.187-03:00A Vida e a Existência na Espiritualidade<h5>Texto de SWAMI TILAK.</h5> <p style="text-align: justify"><img style="float: left; margin: 4px 10px 0px 0px; display: inline" src="https://sites.google.com/site/cantododudu/imagens/Swami-Tilak.jpg" align="left"></p> <p>O HOMEM TRATA de buscar a solução dos problemas da vida. A vida, aparentemente, é limitada, mas os problemas são ilimitados. <p>Quando está acordado o homem tem pro­blemas; no sono tem problemas; em sua infância tem pro­blemas; em sua juventude tem problemas e em sua velhice também tem problemas. <p>Assim é que quando uma pessoa é uma criança, pensa que na juventude há muita alegria, muita liberdade, muita segurança; mas quando entra na etapa da juventude, enfrenta-se novamente com os proble­mas. Então, temos muitos problemas e temos que vencer todos eles. <p>Quem cria os problemas? <p>Podemos culpar outras pes­soas por nossos problemas, mas em verdade ninguém está contra nós! O mundo nada pode fazer para prejudicar-nos! <p>Por exemplo, quando o vento sopra, o homem saudável se sente feliz, tem alegria; mas quando o mesmo homem está doente, o vento lhe parece prejudicial. Em realidade, a na­tureza do vento não muda nem por mim nem por vocês. O vento tem sua natureza; o sol tem sua natureza. Quando uma pessoa se afoga na água, a água não é responsável. Quando se queima no fogo, o fogo não é responsável. <h2>Os Problemas e a Natureza</h2> <p>Em realidade, quando não se conhece as leis naturais e não se estabelece com harmonia nas leis universais, tem-­se que sofrer! O sofrimento, em realidade, não é resul­tado de outras coisas alheias a nós ou de outras pessoas. O sofrimento é o resultado de nossa própria fraqueza! Te­mos que tirar essa nossa fraqueza para buscar em nós mesmos a fonte interior do poder! <p>A natureza segue seu curso; não pode mudar segundo o desejo de qualquer pessoa no mundo. Os santos e sábios dizem: "Em lugar de culpar aos outros, deve-se buscar o poder de vencer-se a si mesmo." Isso é necessário. A espi­ritualidade não é a ciência da fraqueza; a espiritualidade não é a ciência da mendicância constante! <h2>Encolhendo a Pedra</h2> <p>Uma vez na minha infância tive o desejo de levantar uma pedra muito grande, mas eu não tinha o poder para tanto. Então, constantemente sentava-me frente à pedra e rogava-lhe dizendo: <p>- Ó pedra, tu deves reduzir-te, tu deves reduzir-te, tu deves... </p> <a name='more'></a> <p>Um dia pude levantá-la. Nesse mo­mento eu senti intensa alegria e disse a mim mesmo: <p>- Ó, a pedra se reduziu! <p>Mas em realidade a pedra não tinha se reduzido. Simplesmente minha força aumentara. Assim tam­bém ocorre no campo da espiritualidade; o mundo não muda, a natureza não muda; simplesmente nosso conhecimento muda. <h2>O Maior Poder do Mundo</h2> <p>O conhecimento verdadeiro é o poder maior do mundo! O conhecimento é a maior grandeza! Sem dúvida o homem é a maior das criaturas do mundo, mas a grandeza do homem está em sua Sabedoria! As sombras que cobrem a Sabedoria neste momento têm que se dissipar. <p>A energia atômica está sempre em cada átomo, mas necessitamos da revelação dessa fonte de energia que está presente em cada partícula do Universo. Assim, temos um Einstein que a revela a toda a humanidade, e então chega­mos a saber que ao redor de nós está presente o oceano da energia! As coisas nos parecem muito pequenas e por isso as consideramos por demais insignificantes, mas não são insignificantes. Nessas coisas está presente todo o Uni­verso, e o que está presente em todo o Universo, está pre­sente em nós. <h2>O Nosso Poder</h2> <p>Amigos meus, agora, neste momento, nós também não nos conhecemos, nós não percebemos nosso poder. Pensa­mos que somos simplesmente criaturas que nascem e mor­rem. Um homem não é só uma criatura que come, goza dos prazeres sensuais e depois deixa de existir. <p>Em realidade, aqueles que falam sobre a não existência são ignorantes. Em qualquer campo da vida a existência nunca pode trans­formar-se em "não existência". A Física diz que "a matéria pode transformar-se". Uma coisa pode mudar-se em muitas outras formas, mas a matéria é constante. <h2>A Mente e o Espírito</h2> <p>A Psicologia diz que "a mente é constante". A Espiritualidad­e diz que "o Espírito é constante" e que nenhuma coisa no mundo pode mudar a Natureza do Espírito. O Espírito é Eterno, O Espírito é Imortal, o Espírito é tudo! <p>Detrás de toda e qualquer existência está presente o Espírito e o Espírito que está presente em todo o Universo, está presente em sua existência e está presente em minha Existência também! O que existe no Infinito e no átomo, simultaneamente está presente no espaço do coração também. <p>Aquele que conhece esta verdade, não tem razão alguma para ter qualquer tipo de medo; não tem causa alguma para temer. Sempre a Verdade permanece presente em seu co­ração! <h2>Atenção ao Contexto</h2> <p>Sem dúvida temos que descobrir as coisas nos diferentes níveis, nos níveis diversos das coisas. <p>Por exemplo, se eu perguntar a seu professor de Química o que é a água, ele dirá que a água é um composto de hidrogênio e oxigênio. Se eu perguntar a um engenheiro, ele dirá que a água é um meio de irrigação. Muito bem. Se perguntar a um homem comum o que é a água, ele simplesmente dirá que a água é um meio de satisfazer sua sede. E, por último, se eu per­guntar a um Einstein o que é a água, imediatamente ele dirá que a água é uma forma de ver a Relatividade. A coisa é a mesma, mas a definição muda, segundo o contexto. <p>Do mesmo modo, o historiador fala sobre o homem, di­zendo que o homem é uma pessoa histórica. Muito bem! A Lógica diz que o homem é um ser ou um animal racional. Muito bem! A Sociologia diz que o homem é um animal social. Muito bem! Todas as definições têm seu valor. O homem todo - segundo essas conclusões - é um animal histórico, um animal racional, um animal social. Mas nós temos que buscar uma definição Universal do homem. <p>Quando um homem anda pela rua, não é urna pessoa histórica; quando ama a seu filho ou filha, ou a sua esposa, nesse momento não é um animal econômico. No campo da Economia, nenhum lugar há para o amor. Nenhu­ma ciência física existe que possa provar a existência do amor num tubo de laboratório ou numa jarra. Não é pos­sível! O amor não pode provar-se em parte alguma, exceto no Centro do Homem ou no seu Coração, e nenhuma pes­soa pode experimentar o amor fora de seu próprio coração. Nesse campo todas as definições físicas nenhum valor têm. <h2>Além do Corpo</h2> <p>O amor é a harmonia entre os seres e, exteriormente, não pode ser visível. <p>Mas vejamos: o que é que amamos? O corpo? Eu tenho minhas dúvidas. Pode-se falar que nós amamos o corpo, mas eu sempre digo: quem quiser amar somente o corpo, deve amar um cadáver no cemitério! Ninguém ama o corpo! Detrás do corpo sempre dança a força invisível, a vida. <p>Essa força, invisível, é mais importante do que o corpo visível. O corpo visível não pode mover-se sem a Existência do Ser Invisível! Nenhuma definição há deste Ser; mas ninguém pode negar Sua Existência! Este Ser é todo-po­deroso! <p>Nós vemos a luz mas não vemos a eletricidade; mas nenhuma luz é possível nas lâmpadas sem a existência da eletricidade que é invisível. Assim também, nós tratamos ele descrever a vida, mas a vida necessita de uma Existên­cia invisível que não se pode definir ou explicar em terminologia de coisas físicas! <p>Amigos meus! Busquemos a causa de nossa existência. Alguém pode dizer: "Meu pai é minha causa". Muito bem! E quem é a causa de seu pai? - "Meu avô". Muito bem! E a causa de seu avô? - "Meu bisavô". Muito bem! e de­pois? ... e depois?... e depois? Devemos tratar de seguir questionando, e no fim, teremos que aceitar que existe algo que tem Vontade final! <h2>A Vontade</h2> <p>Que é esta Vontade? Que tem esta Vontade? <p>A ciência sabe que um objeto que está imóvel necessita de um poder para mover-se. Sem o poder que o mova, este objeto não se move. Prosseguindo assim, teremos que per­guntar como em princípio algo se moveu? Eis o problema! Um problema muito sério. <p>A esta altura dos fatos, devemos aceitar que existia algo no primeiro objeto e que era a Vontade! A vontade é um poder que existe no objeto mesmo e que pode ou não usar-se. Por exemplo, neste instante meu dedo não move, mas sob minha vontade pode mover-se. Para fazê-lo não necessito poder algum de fora. O poder de mover está pre­sente no meu dedo; não necessito fazer contato elétrico algum para mover meu dedo. Tampouco necessito de um técnico para imobilizá-lo. O poder de mover e o poder de imobilizar, ambos estão em mim, em minha existência. É a Vontade. <h2>O Prana</h2> <p>O Ser usa esta Vontade para estar no corpo ou para sair do corpo! Este poder em sânscrito se chama PRANA. O prana está presente no Ser de vocês e no meu também. Este prana pode usar-se ou não; mas sempre o prana permanece prana. O prana não pode tornar-se aprana, ou a negação do prana. <p>O prana é o poder. <p>Este poder é intermi­nável! Quando nós compreendemos esta verdade, podemos compreender também que, detrás de todo o Universo, este poder trabalha todo o tempo! Este poder não é contrário a nenhuma pessoa, mas sem dúvida, ele tem várias funções. <p>Tomemos, por exemplo, a eletricidade que produz mui­tos efeitos provenientes dela mesma, da eletricidade. <p>Não podemos dizer que um efeito é da eletricidade e outro efeito qualquer não é da eletricidade. A mesma ele­tricidade está na forma de Luz, na forma de movimento, na forma de calor. Em suma: Há muitos poderes da mesma eletricidade. <p>Igualmente o Ser é poderoso. <h2>A Morte</h2> <p>Sabemos que quando a voltagem é mais forte que o aparelho elétrico, imediatamente ele se queima. Na reali­dade, nesse momento a eletricidade não é responsável. Em­bora o aparelho ou a lâmpada se queime, a Eletricidade não se destrói; simplesmente a lâmpada está incapacitada de conter a eletricidade. <p>Assim, quando o corpo se destrói, isso não é destruição do Ser, do Espírito, do Prana; é simplesmente a destruição do corpo que não pode conter o Ser. Por isso as Escrituras dizem: "Assim como uma pessoa tira suas roupas velhas e veste outras novas, assim também o Ser se desven­cilha do corpo quebrantado e toma outro corpo novo". O corpo sempre está mudando, mas não muda o Ser que exis­te no corpo. É a Verdade! Aquele que sabe esta Verdade, não deve preocupar-se pelo corpo. <p>Neste momento as pessoas podem dizer: <p>- Um Swami vem da Índia e diz que não devemos preocupar-nos pelo corpo. Então, não vamos cuidar de nossos corpos. <p>Mas isto não seria uma interpretação fidedigna de minhas palavras. Em verdade temos que cuidar do corpo, mas não temos que preo­cupar-nos por ele. Há uma diferença entre cuidar e preo­cupar-se. Preocupar-se é muito diferente de cuidar. Eu trato de cuidar e manter minha casa, ou minha habitação; mas quando a habitação se queima, eu não vou querer quei­mar-me junto com a habitação! Eu sou diferente, sou dife­rente da casa. Eu trato de viver sem a preocupação da casa, sem, por isso, deixar de cuidá-la sempre. <p>Uma vez, veio à mim uma pessoa e disse: <p>- Swami, o senhor fala sobre a imortalidade do Ser. Agora, neste mo­mento, se eu trouxesse uma serpente, poderia o Swami pôr seu dedo na boca da serpente? <p>Então eu lhe disse: <p>- Não quero fazer essa classe de demonstração. Não tenho apego algum com minha casa ou habitação porque eu sei que eu não sou casa. Assim também, a Sabedoria do Ser não é para demonstrações como deitar-se numa cama de espinhos ou pregos e demonstrar que não se sente dor alguma. Eu fran­camente digo que aquele que trata de provar estas coisas é um ignorante! <p>Quando se sabe que "eu não sou o corpo", não se trata de demonstrar a Existência do ser nas ações corporais! Ele permanece sempre em tranquilidade. Para esta pessoa, aqui­lo que vem está muito bem e aquilo que se vai está muito bem também. Um sábio nenhuma preocupação tem. Se a ser­pente vier, muito bem e, quando for, muito bem! Assim também o corpo vem, o corpo se vai, tudo está muito bem. O Yogue não tem que matar seu corpo; isso não é neces­sário para provar a imortalidade do Ser. <h2>Não é pra pregar, é pra praticar</h2> <p>Em realidade, a Sabedoria não é para a propagação. A Sabedoria é para ser realizada. Aceitem os outros ou não, isso não é importante. O que importa é a convicção e a con­vicção não é para converter as outras pessoas; convicção é o poder de permanecer firme no Ser! <p>Nos momentos de desespero e nos momentos de miséria, uma pessoa necessita da Sabedoria. <p>Assim é que, na Índia, segundo a tradição, particula­riza-se quatro etapas da vida: <p>1 - BRAHMACHARYA, que significa a vida de celibato; <p>2 - GRHASTHA, ou vida familiar; <p>3 - VANAPRASTHA, vida de retiro nos bosques ou selvas; e <p>4 - SANNYASA, vida de renúncia. <p>Em realidade, isso é assim porque se trata de discipli­nar toda sua vida. Nesta etapa deve realizar sua perfeição como indivíduo; deve aumentar sua tranquilidade, sua ca­pacidade ou habilidade e, depois, deve manifestar essa capa­cidade na vida da família! Em minha opinião, e segundo a opinião da tradição da Índia, a pessoa que não observa o celibato absoluto na primeira fase de sua vida, não pode viver a vida familiar apropriadamente! <h2>Vida de Casal</h2> <p>Sabem bem ou não, o que se passa ao redor de vocês? Acontece que a esposa suspeita de seu esposo e o esposo tem suspeita de sua esposa. Por quê? Porque ambos nenhum autocontrole têm. É um problema, grande problema! Assim, ambos sofrem sempre e o pior é que sofrem seus filhos tam­bém. Assim, nenhuma estabilidade pode haver na vida fa­miliar! <p>Quando se quer ter a liberdade de amar e, em nome desse amor, simplesmente fala-se só em sexualidade, nada mais, eu digo: "Amigo meu, o amor real não pode mani­festar-se sem o autocontrole! Aquele que nenhum autocon­trole tiver nada pode dizer sobre o amor! <p>O amor não é sensualidade. A vida familiar começa com a sexualidade, mas não termina na sexualidade. Quan­do uma vida familiar termina na sexualidade, a família não é família; simplesmente é um meio para satisfazer o sexo! <h2>Vida em Família</h2> <p>Na vida familiar, uma pessoa tem que realizar a uni­dade. A unidade da esposa e esposo e, depois, a unidade entre os pais e filhos. É o triângulo eterno. Neste triângulo eterno da criação existem três pontos: o pai, a mãe e o filho. A vida familiar continua conquanto o triângulo siga apropriadamente. Neste triângulo, os três pontos são igual­mente importantes; ninguém pode dizer que este ou aquele ponto é mais importante que outro qualquer. Em realidade, todos os lados têm que conservar a personalidade do triân­gulo. Assim também, na família, o pai, a mãe e o filho têm que realizar a unificação dessa Unidade. <p>A família tem que ser unificada também para não ser o conjunto de interesses diversos. Infelizmente, hoje temos famílias em que todos os membros têm interesses diferentes. Então o pai vai por um lado, a mãe por outro e os filhos, em consequência, vão por outro. Na realidade, assim, nenhuma família existe, e sim indivíduos a sós. É um sério problema. <p>A Espiritualidade não é contrária à vida familiar, mas a Espiritualidade propõe que todas as partes integrantes da família devam realizar o propósito integral, o propósito co­mum da vida. Vocês já sabem que essa realização não é possível sem o sentido do sacrifício. <p>Como podemos ter o sentido do sacrifício? O sacrifício não é simplesmente o resultado da experiência física; é o resultado da Realização Espiritual! Por exemplo, fora do fogo, uma cadeira é uma cadeira e uma mesa é uma mesa; mas, quando pomos ambas no fogo, ambas ardem; e só o fogo, nada mais, permanece. Assim também, quando pomos o pai, a mãe e o filho sob o fogo da Sabedoria do Ser, ne­nhuma personalidade fica separada. O esposo, a esposa e o filho são três formas de uma Alma, três formas de um Espírito! O esposo não vive para si, mas para a esposa; a esposa vive para o esposo; os pais vivem para os filhos e os filhos vivem para os pais. <h2>Além da Família</h2> <p>Mais tarde, quando esta verdade for realizada, tem que estender-se o campo da realização; deve-se viver em con­tato com a Natureza, no bosque, à beira de um rio. Então, à noite, as feras passeiam e rondam a casinha desta pes­soa. Quando estava em sua aldeia, em sua cidade, tinha medo dos animais e dizia a si mesmo: "O leão é muito perigoso, pode matar-me". <p>Sempre temos medo, mas parece-me que nenhum ani­mal é mais perigoso que o homem! O homem mata sem propósito algum! <p>Um dia, quando estávamos falando com o Embaixador da Índia, dissemos-lhe que o homem não deve comer carne. O embaixador disse: <p>- Swami, parece-me que o senhor tem razão. Mas o problema mais grave é que o homem mata por matar; o animal mata a outro animal para comer; mas o homem mata, mas não come, simplesmente o faz por ca­çar... Nesse momento o animal é melhor que o homem, não? O homem mata simplesmente pelo prazer de atirar, para divertir-se, mata por matar, como passatempo, para brincar! <h2>O Amor dos Animais</h2> <p>Então, na proximidade dos animais, podemos compreen­der o amor que existe no coração do leão e o amor existente no coração da serpente também. Todos os animais têm amor! Eu tenho minha própria experiência neste campo, mas não quero falar destas coisas agora. <p>Quando uma serpente tem a confiança de que nós não vamos fazer-lhe mal algum, ela senta perto de nós e não trata de picar-nos. O leão também faz o mesmo. Um grande santo, como Ramana Maharshi, sentava-se perto de leões e serpentes; não tinha medo algum em seu coração. O medo em nosso coração cria também o medo nos corações de outros! Então sempre temos a luta entre o medo e medo! A Espiritualidade diz: "Uma pessoa deve eliminar todos os medos". <p>Assim sendo, no coração da selva, uma pessoa pode realizar o amor com todos os animais. Toda a Natureza nesse momento é amiga do homem. Quando esta pessoa não sente diferença alguma entre os homens que vivem nas aldeias ou cidades e os animais que vivem nos bosques, então, tem o sentido de unidade com a natureza! <p>Eu sei que vocês têm amor pelos animais; sim, têm muito amor, mas têm muito medo também. Então o medo oculta o amor. Nas casas eu vejo leões, elefantes, serpentes, tigres, mas sabem de que tipo? De madeira, não é verdade? Vocês querem amar as serpentes, os leões, mas não vivos, e sim artificiais, de madeira! <p>A Espiritualidade diz: Por que essa hipocrisia? Quan­do você quer amar o leão, por que não ama o leão vivo? Por que quer ter somente a figura de um leão em sua casa? Ame! Ame a um leão na selva, ame a uma serpente vivente! Sem dúvida, o medo o converte em um hipócrita! A Espi­ritualidade nos desafia a amar todo ser vivente! <p>Uma vez havia um gato que disse: <p>- Eu amo aos ratos. <p>– Bravo, mas como? <p>- Eu os amo, mas não fora de meu estômago. <p>Assim também, agora a gente ama, ama e ama! Mas não aos seres viventes! Não! Nas páginas da história amam a Cristo, morto; depois de tê-lo crucificado, antes não! Depois de converter a pessoa em matéria, nós a ama­mos, não antes. A Espiritualidade diz: "Amigos meus, de­vem amar ao homem vivente, ao animal vivente. No campo da espiritualidade nenhuma palavra há para matar, des­truir. Nesse caminho, todos têm direito de viver no mundo e "eu vou amar a todos". Todos significa todos, não apenas a uma, duas, três ou mais pessoas! Somente quando a pes­soa tem coragem de afirmar isso, então tem direito de Renunciar. Então não faz diferença alguma; para essa pes­soa tudo é igual! Os Estados Unidos, a Rússia, a China: todos são os rostos do mesmo Espírito! <p>Esta pessoa, sem nenhum tipo de medo, vive no mundo com Amor, Fé e a Espiritualidade! <p>A Espiritualidade não é simplesmente para repetir ter­mos, palavras, imitar; é a Vida vivente! Por isso, sempre repito que agora necessitamos de um Deus que ande pelas ruas, que não esteja simplesmente fixo nos templos, ou nas Igrejas. Nós necessitamos de Deus andando, movendo-se, vivendo conosco! <p>Nós necessitamos do homem que esteja contente de que existe Deus! A todo tempo suas ações são a história de Deus! Toda sua vida é Divina. É a Espiritualidade! <p>OM Shanti, Shanti, Shanti <p>OM PAZ, PAZ, PAZ <p><strong>Fonte: <a href="http://www.jnanamandiram.org.br/" target="_blank">Jnana Mandiram</a>.</strong></p> Canto do Dudu - Dudu Lopeshttp://www.blogger.com/profile/09823802994474043506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5309464665228321658.post-58703565678486531992015-02-10T00:01:00.000-02:002015-02-10T00:01:00.103-02:00Variedades de Experiência Religiosa<h5>Texto de Nolini Kanta Gupta.</h5> <p><img title="Nolini Kanta Gupta." class="Nolini Kanta Gupta." style="height: 200px; width: 150px; float: left; margin: 4px 10px 0px 0px; display: inline" alt="Nolini Kanta Gupta" src="https://sites.google.com/site/cantododudu/imagens/2013-11-26%2074271419%5B1%5D-150x185.jpg" width="150" height="185"></p> <p>JÁ HOUVE religiões, tentativas de aproximação do Divino, que não acreditavam na divindade do homem como, por exemplo, a linha da Caldéia ou a Semítica. De acordo com elas, o Criador e o Criado são separados em ser e natureza; chamar de Deus qualquer coisa criada é blasfêmia. <p>Os egípcios antigos, os hebreus ou muçulmanos, colocam Deus lá em cima no paraíso e, do seu ponto de vista, o homem só pode ser seu servo ou escravo, seu trabalhador ou guerreiro. <p>O homem é muito pequeno e muito terreno para identificar-se com Deus: só pode ser um adorador. O homem pode amar a Deus, no máximo, como seu Amado. Mas esta devoção é dirigida a algo distante, como o desejo da mariposa pela estrela. E igualar os dois é confundir realidades. O homem, como adorador e devoto, pode alcançar certas qualidades divinas, mas limitadas e modificadas e sempre humanizadas de um modo geral. E Deus nunca pode se tornar homem. <p>Ele envia seu representante, seu vigário, profeta ou apóstolo que age por ele, em e através de quem Ele age, mas Ele próprio não desce e se reveste da forma carnal. O universo é obra de Deus e atesta seu milagre e sua glória; mas o universo não é Deus. Entre o relógio e o relojoeiro há sempre um hiato e uma incomensurabilidade. <h2>Deus e o Vedanta</h2> <p>Mas podemos nós dizer: <p>- Nasci de Deus e contudo não sou Deus? <p>Assim, os indianos audaciosamente declaram que tudo isto é o Divino supremo, não há nada que não seja o Divino — <i>sarvam khalvidam brahma</i> — Eu sou Ele, Tu és Aquilo, ou ainda, Aquilo que está em mim e o Ser consciente que está lá no sol, são uma e a mesma coisa. Deus criou o homem e o mundo, Ele está no homem e no mundo, Ele tornou-se e é o homem e o mundo. <p>Não apenas isso. </p> <p>Deus não apenas tornou-se o torrão de terra reduzindo Seu potencial a zero, por assim dizer, mas Ele desce, frequentemente, em Seu próprio Ser e consciência, aqui para baixo, assumindo uma forma humana, para um trabalho e propósito especiais. Esta é a concepção indiana do <i>Avatar</i>. <h2>Deus e o Cristianismo</h2> <p>A concepção cristã parece ocupar uma posição intermediária, sendo uma espécie de elo que liga as duas. Cristo não é apenas o Filho de Deus, mas é também o Deus-Homem — ele afirma muito clara e categoricamente que ele e o Pai no céu são um e que todos deveriam ser tão perfeitos como o próprio Deus. <p>Contudo, uma diferença é ainda mantida. Em primeiro lugar, a respeito do nascimento. O Deus-Homem não nasceu do pecado como os mortais comuns, mas uma virgem imaculada deu-lhe nascimento. </p> <a name='more'></a> <p>E em relação à união ou identidade de Pai e Filho, a fusão não é absoluta. Pede-se ao homem que seja tão puro e perfeito como Deus, mas unicamente em espécie e não em ser e substância. <h2>Deus e os Vaishnavismo</h2> <p>As almas purificadas e perfeitas sentam-se ao lado de Deus no céu, não se perdem em Deus. A concepção <i>Vaishnava</i> na Índia pertencia à mesma linha. De acordo com ela, a alma liberada mora com Deus no mesmo mundo, possuindo as qualidades de Deus — a união é a de <i>Salokya </i>[1] e <em>Sadharmaya </em>[2] — mas ela não se torna una e indivisível com Deus (<em>Sayujya </em>[3]). <p>[1] - Salokya: morada da alma do Divino.<br>[2] - Sadharmaya: identidade em natureza.<br>[3] - Sayujya: identificação com o Real e o Eterno.</p> <h2>Deus e o Sufismo</h2> <p>A doutrina Sufi também ocupa uma posição intermediária como a Cristã, entre a da Caldeia e a Vedântica. A absoluta identidade do amante humano e o Divino Amado, a completa fusão dos dois em um estágio particular ou num momento de consciência, é uma das experiências cardinais da disciplina Sufi. <p>Mas este é um estado íntimo, não normal e habitual na vida e na atividade, onde a diferença, a separação entre o adorador e o adorado, é mantida exatamente para o deleite do jogo. <h2>Deus Encarnando</h2> <p>Mas o dualismo da disciplina Hindu é mais do que compensado pela doutrina da Encarnação, que elimina fundamentalmente toda diferença entre o humano e o Divino. <p>De acordo com ela, Deus não se torna homem apenas uma vez, como na concepção Cristã, mas isso é uma de suas funções constantes. De fato, a tradição indiana diz que Ele é sempre o líder da evolução terrestre; a cada crise, a cada momento quando é necessária sua orientação, Ele desce em carne e osso, na forma de criatura terrena para mostrar o caminho, como viver e andar e agir. <p>A contribuição especial da linha de disciplina da Caldeia volta-se para outra direção. Ela não cultivava tanto as linhas mais elevadas de realização espiritual, mas ocupava-se com o que pode ser chamado de regiões intermediárias, o mundo oculto. <h2>Deus Move o Mundo</h2> <p>Este universo material não é movido por forças físicas, vitais [4] ou mentais, que são aparentes ou demonstráveis, mas por outras forças secretas e sutis. De fato, estas são as forças-motivo, os agentes reais que planejam e iniciam os movimentos na Natureza, enquanto que as forças aparentes são apenas as formas externas ou mesmo máscaras. Este ocultismo também foi praticado largamente no Egito antigo, de onde os Gregos adotaram umas poucas linhas. <p>[4] – relativo ao Plano Astral ou estado sutil da consciência. <h2>Deus e o Ocultismo</h2> <p>Os mistérios — Órficos e Eleusianos — cultivaram a tradição dentro de um círculo restrito e de um modo muito esotérico. A tradição continuou na Igreja Cristã também e num grupo fechado formado no seu coração, que praticou e manteve vivo algo desta ciência antiga. Os princípios e dogmas externos da Igreja não admitiam nem toleravam aquilo que era considerado magia negra, a Ciência do Diabo. A razão evidente disso era que, se alguém seguisse esta linha de ocultismo e provasse o poder que ela conferia, podia muito provavelmente desviar-se do caminho direto e estreito que conduzia ao Espírito e à salvação espiritual. <p>Também na Índia, os <i>siddhis</i> ou poderes ocultos são sempre evitados por aqueles que são verdadeiramente espiritualizados, embora sejam procurados por muitos que seguem a vida espiritual—frequentemente com resultados desastrosos. No Cristianismo, lado a lado com os maiores santos, sempre houve um grupo ou uma linha de praticantes que seguiram o sistema oculto, embora externamente observassem o credo oficial. É curioso notar que, geralmente, onde o texto original da Bíblia fala de deuses no plural, referindo-se às deidades ou poderes ocultos, a versão oficial traduz como Deus, para dar a atmosfera e os valores teísticos necessários. <p>Mas, se o ocultismo deve ser temido por causa do seu mau uso e perigo potencial, a espiritualidade também deve ser colocada no mesmo plano. Todas as boas coisas no mundo têm sua deformação e perigo, mas isto não é razão para que sejam completamente evitadas. É necessário atitude e discriminação corretas, treinamento e disciplina. <h2>Espiritualidade Dinâmica</h2> <p>Visto sob a luz verdadeira, o ocultismo é espiritualidade dinâmica. Em outras palavras, procura expressar, executar e trazer para a vida material, os poderes e princípios do Espírito, através da intervenção de forças mais sutis da mente e da vida e do físico sutil. O ocultismo é naturalmente evitado por aqueles que adoram, que procuram experimentar o Espírito transcendente, Deus nos Céus, mas é um instrumento indispensável para aqueles que se empenham em manifestar o Divino em uma forma concreta. Canto do Dudu - Dudu Lopeshttp://www.blogger.com/profile/09823802994474043506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5309464665228321658.post-19186847877319916572015-01-27T19:43:00.001-02:002015-01-28T12:55:27.924-02:00A Vida e a Cultura<h5>Texto de SWAMI TILAK.</h5> <p style="text-align: justify"><img style="float: left; margin: 4px 10px 0px 0px; display: inline" src="https://sites.google.com/site/cantododudu/imagens/Swami-Tilak.jpg" align="left"></p> <p>A VIDA É como uma árvore muito grande. Esta árvore tem seu DHARMA - lei, virtude, força - como raiz, tem ARTHA ou riqueza como tronco, KAMA ou desejo como ramos e MOKSHA ou salvação como seus frutos. <p>Na realidade esta árvore da Vida tem que se regar e tem que crescer apropriadamente. A cultura de um país ajuda a árvore da vida na sua manifestação. <p>Agora, por exemplo, nós estamos neste lugar, no Insti­tuto Cultural Peruano-Japonês, que representa uma união de culturas de dois países: a cultura do Peru e a cultura do Japão. Na realidade, uma terceira cultura também está pre­sente, nós, os Swamis, representamos a Cultura da Índia. <p>A Cultura antiga do Peru tem sua característica Espiritual e o Japão representa o país do Sol Nascente. As pessoas no Japão acreditam que toda a humanidade cresceu no Japão e que toda a civilização manifestou-se no Japão. De igual modo, as pessoas na Índia também acreditam que a Índia é o berço da civilização. Isso significa que todo o mundo tem desejo de avançar no campo da cultura e da civilização segundo sua natureza. <h2>Princípios da Vida</h2> <p>Todas as culturas têm o direito de desenvolver-se. Por isso temos que buscar os princípios da vida que formam a base de todas as civilizações. São esses Princípios que for­mam o fundamento de todas as civilizações, de todas as cul­turas. <p>Cada sociedade vive para realizar quatro fins. Em sâns­crito, "quatro fins" é "PURUSHA ARTHA". Purusha signi­fica "o Homem" e Artha, neste caso, "o fim","o significado". <p>Por que trabalha sempre o homem? Para que vive o homem neste mundo? </p> <p>Há quatro finalidades, desígnios. A pessoa enquanto vive, cumpre as leis divinas da vida. Ninguém pode viver contra as leis da vida. A ciência pode chamá-las de leis naturais, mas, na verdade, a Divindade e a Natureza não são duas coisas diferentes. A "natureza" que contraria a Divindade não é natureza real e a “divindade” que é contrária à Natureza não pode ter continuidade. Então, em nossa Natu­reza, temos que buscar a Divindade e, na Divindade, temos que estabelecer nossa Natureza! <h2>Karma e Dharma</h2> <p>Com referência a isto há duas palavras em sânscrito que são: DHARMA e KARMA. Karma (ação) é da natureza e Dharma, do divino. Quando nossas ações sucedem segundo as leis divinas, significa que são ações segundo o dharma. <p>Às vezes encontramos pessoas que somente falam sobre dharma, sobre divindade, mas que nunca agem segundo a virtude. Essas são hipócritas. Outras, agem sem pensar se­quer na virtude; em verdade, essas pessoas criam confusão e constituem o atraso da sociedade. Não necessitamos de hipo­crisia nem tampouco necessitamos de atrocidade; necessita­mos sim de virtude, equilíbrio, tranquilidade. </p> <a name='more'></a> <p>Quando se fala sobre virtude, há pessoas que replicam dizendo: <p>- Nós só que­remos seguir nossa natureza. <p>Quando um Santo diz: <p>- Filho meu, você deve observar o auto-controle em sua vida, deve manter um progressivo celibato. <p>Logo as pessoas respon­dem: <p>- Não! Nós seguimos nossa natureza. <p>Na realidade há dois tipos de natureza: natureza baixa e natureza alta. A natureza baixa consegue sua expressão na animalidade. Necessitamos de <em>samskara</em> ou modificação da natureza baixa. Não podemos aceitar as coisas tal como existem e ficar imunes. Quando nos vestimos, não é a natu­reza a que nos proporciona vestidos. Nenhuma árvore há que produza vestidos nem minas que produzam máquinas. A máquina é uma forma modificada dos metais que existem na terra. Sendo assim, a humanidade que aceita a modifica­ção dos metais, nenhum direito tem de negar ou recusar a modificação da natureza do homem. <h2>A Permissão da Natureza</h2> <p>Todas as universi­dades, todos os colégios, todas as escolas existem simples­mente para modificar a natureza humana! <p>A modificação da natureza consiste, sem dúvida, em melhorar a natureza. Mas nenhuma modificação é possível sem a permissão da natureza. Não se pode derreter o ferro contra a natureza do ferro. Quer dizer então que o poder de derreter-se é intrínseco à natureza do próprio ferro. <p>A água pode fluir, é sua natureza; e tanto pode fluir para baixo como para cima também. Assim, quando usamos tubulações, a água flui e trata de buscar seu nível. Igualmente existe o recipiente da Divindade, de Deus, de onde provém o homem que com tubulações da Divindade, Virtude, do Dharma, toda religião, civilização, cultura, personalidade, sociedade, enfim tudo, fluem e tratam de buscar seu nível mais alto. Assim sendo, a Virtude tem sua importância, sua significa­ção no mundo. <h2>Leis Universais</h2> <p>Nada nem ninguém pode existir contra as leis universais. <p>É de se admirar que sigamos estritamente as leis no campo da física, da química, da matemática, mas que não tenhamos muito desejo de seguir as leis no campo da Vir­tude. Ninguém se rebela contra as leis físicas porque sabe que não se pode lutar contra elas. Sabemos que não deve­mos tocar a eletricidade e se a tocamos teremos um choque e já não a tocaremos pela segunda vez. Assim, também, exis­tem as leis da vida que uma vez cumpridas pode-se viver adequadamente. Se não se cumpre sobrevém a destruição inevitável. <p>Os sentidos muitas vezes tratam de enganar-nos e en­tão não percebemos o que é bom para nós e o que é ruim. <h2>Jovens e Velhos</h2> <p>Atualmente há diferença de opiniões entre jovens e as pes­soas de certa idade. Há uma grande e contínua luta entre eles. Porquê? Isso é devido ao fato de que o jovem tem energia e não tem experiência e os velhos têm experiência e não têm energia. <p>Então, a juventude é como o cego que tem os pés fortes, mas não tem olhos e os velhos têm olhos mas não têm pés fortes. Por isso necessitamos que os idosos se situem na juventude, para poder sentir os jovens. Não mais seria necessária luta alguma, já que ambos se comple­mentariam. <p>Cada jovem deve compreender que ele também tem que tornar-se velho e cada velho deve compreender que foi um jovem. Sem passar pela juventude, ninguém pode tornar-se velho. Então, quando os idosos esquecem de seu passado, eles têm orgulho e os jovens que não compreendem toda a extensão da vida, crêem que sabem tudo. Falo frequen­temente com os jovens e às vezes eles dizem que seus pais são ignorantes e que não sabem nada. Assim ele pensam, e então eu lhes digo: <p>- Amigos meus, vocês devem preparar-se para escutar as mesmas palavras de seus próprios filhos em sua velhice. <p>Neste momento você diz que seu pai e mãe são ignorantes, mas depois seus filhos também dirão "meu pai é ignorante" e assim sucessivamente. Então se trata só da multiplicação da ignorância... Suponhamos que ante­riormente meu avô tivesse uma ignorância e que meu pai então tivesse duas ignorâncias e que depois eu terei três e logo mais, continuando o processo, meus filhos terão quatro ignorâncias! Então, toda a humanidade aproxima-se, se­gundo nos parece, à totalidade da ignorância! Muito embo­ra as pessoas digam que "nós estamos evoluindo". Mas que classe de evolução é essa? É natural que necessitemos da evolução; mas devemos evoluir com integridade. <h2>Os Antepassados</h2> <p>Um grande Santo e Sábio disse: <p>- Eu sou mais alto que meu pai. <p>O estudante perguntou o porquê. <p>- Porque estou nos ombros de meu pai. <p>Quando uma criança senta nos ombros de seu pai, parece muito alta, não? Muito alta, mas não deve se esquecer que está sobre os ombros de seu pai. <p>Na realidade, temos grande dívida para com nossos an­tepassados. Nossa inteligência no presente é o resultado dos esforços feitos por eles. <p>Amigos meus, quando a humanidade esquece da grati­dão para com seus antepassados, então abre as porta de sua própria destruição! Criamos o conflito entre uma e outra parte da sociedade e então só se ouve falar, e muito, sobre os conflitos diversos. <p>Sabemos que há muitos tipos de con­flitos. Mas para aprender sobre conflitos não necessitamos de homens, podemos aprender dos macacos e cães. Facil­mente eles lutam. Se houver um pedaço de pão e quatro ou cinco cães, eles lutarão encarniçadamente. <h2>Homens e Macacos</h2> <p>Agora, o ser hu­mano tem que aprender que não somos sucessores dos ma­cacos. Talvez Darwin assim o acreditasse, mas esse é um problema dele, não é meu problema, porque eu não aceito essa teoria. <p>Agora a ciência cada vez mais demonstra que essa teoria não tem muito fundamento, porque os antropó­logos estão encontrando crânios de homens que existiram há milhões de anos e também acharam crânios de animais dessas épocas, mas nenhuma semelhança há entre eles. <p>Então a teoria de que o homem é sucessor do macaco, em minha opinião, não tem muita razão de ser e não seguirei falando dessa teoria; neste momento tenho mais urgência em dizer que o homem está aqui para resolver o conflito; não para criá-lo. <p>O conflito visível está na percepção sensória da natureza baixa; temos que eliminar este conflito para poder seguir à natureza alta. Na natureza alta não há conflito al­gum; há sim, sacrifício. <p>Sem a Sabedoria do Ser, sempre estaremos a ver o conflito. Mas quando temos a Visão da Verdade eterna, o conflito se converte no Sacrifício mútuo. Porque assim como a infância se sacrifica para poder trans­formar-se em juventude e a juventude se sacrifica transfor­mando-se em velhice, assim também, todas as pessoas na sociedade sacrificam-se para que essa sociedade cresça. <h2>Fins e Meios</h2> <p>Por exemplo, eu tenho cabeça, pés, braços, estômago, etc. e sem dúvida há um lugar para cada órgão diferente, mas todos estão para servir-me. Em realidade nenhum órgão tem im­portância alguma sem minha existência. <p>Então, os órgãos não são o fim, são o meio. Assim sendo todas as pessoas na sociedade, em todo mundo, devem simultaneamente viver para a humanidade. <p>Amigos meus, os pés estão lá embaixo e a cabeça está muito alta, não é? Mas quando se trata de algum apuro, a cabeça não pode correr, nem resolver nada. Nesse mo­mento, os pés correm e os braços tratam de proteger a cabeça. Quando há dor no estômago, o estômago não grita, grita a boca. Quando se introduz um espinho na planta do meu pé, a cabeça não pode tirá-lo, são meus dedos da mão que o tira. Igualmente há muitas categorias de pessoas na sociedade. Todas as pessoas devem dar-se conta que existem para servir à causa de toda a humanidade. Então, todas as pessoas complementam-se. <h2>A Sociedade e o Homem </h2> <p>Há dois tipos de sociedade no mundo: uma diz que o homem é para a sociedade e a outra diz que a sociedade é para o homem. Mas em verdade, ambos estão relacionados. Não queremos ver o homem como escravo da sociedade nem queremos ver uma sociedade em que o homem seja egoísta. Queremos uma sociedade que seja como meu Eu. Toda a humanidade deve ter uma idéia total da Vida, incluindo a vida do passado e do futuro também. <p>Amigos meus, a hu­manidade não significa só as pessoas que existem agora; a humanidade está relacionada com as pessoas que existiram no passado e que existirão no futuro. Quando a humanidade começa a pensar exclusivamente nos homens que existem neste momento, essa humanidade se faz egoísta e começa a destruir-se! <p>Então o sacrifício constante é necessário para viver. Nenhuma vida é possível sem o sacrifício constante. A isto se denomina, em sânscrito, YAJÑA. É como a corrente elétrica, que por ser constante produz a luz... e se não fluísse não poderíamos ter luz. Do mesmo modo, o tempo corre. Devemos seguir a natureza da vida e, para poder ter a "continuidade" dessa vida, o sacrifício se faz necessário. <p>Assim sendo, digo que a vida é uma árvore e a virtude sua raiz. Sem raiz nenhuma árvore pode viver e a árvore tem que produzir frutos também. Se encontrássemos uma árvore sem raízes e sem frutos, que tipo de árvore seria essa? Apenas um tronco que se poderia queimar e queimar tudo a seu redor. A salvação, liberação ou realização do Espírito é o Fruto da vida! As leis divinas são as raízes dela. <h2>A Economia</h2> <p>Quando nós ignoramos as leis, acontecem duas coisas: toda a humanidade se queima, cada pessoa se queima e quei­ma a outros. Podemos verificar isto em qualquer tempo e em qualquer classe de sociedade. Então, devemos ponderar sobre a necessidade da riqueza, sobre a utilidade da economia. A economia por si mesma nenhum fim teria. A humanidade está além da riqueza. <p>Na Califórnia, um professor de economia disse-me: <p>- O senhor fala sobre Espiritualidade, Swami, mas na minha opinião, a economia é mais importante. <p>Amigos meus, sem dúvida a economia é importante, e muito; mas ninguém pode convencer-me que a economia seja mais importante que eu. É possível que se necessite de um carro; eu aceito isso. Mas eu posso viver também sem o carro. O homem já vivia no mundo antes mesmo que existisse o carro. <p>Assim sendo, o carro não cria o homem, o homem cria o carro. Isto quer dizer que uma pessoa não deve depender de sua criação. Isto apenas é um fantasma! Nós mesmos criamos o fan­tasma e depois o fantasma trata de dominar-nos. Não ne­cessitamos desse fantasma. <h2>Facilidades Modernas</h2> <p>Dizem que uma pessoa, certa vez, submeteu-se a um ri­goroso auto-controle. Então Deus lhe apareceu e perguntou: <p>- Que desejas? <p>O homem disse: <p>- Ó senhor, quero um gênio que possa cumprir meus pedidos com rapidez. <p>Deus res­pondeu: <p>- Muito bem, mas há uma restrição a fazer: se você não puder manter o gênio ocupado, ele poderá devorá-lo. <p>O homem supunha que tinha suficiente trabalho para man­tê-lo ocupado. Assim, o gênio apareceu e foi levado para a sua casa. De imediato ordenou que construísse um edifício. Num momento o edifício estava pronto. Logo pediu um carro… Mal terminou de falar o carro já estava ali. E agora? Então o homem enviou o gênio à Lua... e em um instante, já estava lá. E, depois, nenhuma ocupação tinha para dar-lhe. O gênio falou: <p>- Como não tens mais trabalho para dar-me então tenho que devorar-te. <p>O homem estava aterrorizado, mas nesse momento veio um Sábio e Santo ao qual o homem disse: <p>- Ó Santo, eu tenho um grande proble­ma: o gênio quer devorar-me porque não tenho mais ocupa­ção alguma para dar-lhe. <p>Então o Sábio lhe sugeriu o se­guinte: <p>Coloca um poste em teu jardim e pede que o gênio suba e desça pelo poste até que tenha outra coisa a fazer. <p>Dessa maneira, o gênio subia e descia até ficar cansado. E o gênio disse: <p>- Que tipo de trabalho é esse? Eu não entendo. Posso fazer tudo o que me pedires, mas isso de subir e descer, subir e descer... é muito cansativo! É muito difícil, não acha? Eu não posso fazer isso! <p>Então entraram num acordo que foi: "Tu não deves perturbar-me mais e eu também não te perturbarei". <p>Atualmente nós temos muitos engenhos e trabalhamos todo o tempo; mas não sabemos para que trabalhamos! Para que nos empenhamos tanto em ganhar dinheiro? Não o sabemos, não é? Vocês podem incomodar-se ouvindo-me, mas eu digo a verdade. <p>Em cidades tão grandes como Nova York, Paris, Londres, trabalha-se o dia inteiro. As pessoas trabalham feito junta de bois, dia e noite. E ao entardecer ainda vão aos comércios e compram vestidos ... e que vesti­dos! São tão transparentes, tão finos, que não cobrem a nudez do homem, nem protegem seu corpo. Em tempos an­tigos o homem criou as roupas para cobrir sua nudez e pro­teger seu corpo. Isso era no passado; mas e agora? Que vestes são essas? Não protegem o corpo do frio. Eu não entendo. Não sei. As pessoas vestem-se com roupas tão transparentes em nome da elegância, que naturalmente pas­sam frio. <p>Então eu digo: amigos meus, para que trabalham dia e noite? Por que gastam seu dinheiro nessas roupas? Se quiserem ficar nus, simplesmente andem nus, sem tanto afã. Assim nenhum problema terão nesse sentido. Esgota-se a energia trabalhando para depois gastar o dinheiro em nada! Essa é uma atitude muito peculiar! <h2>Dignidade</h2> <p>O homem é uma vitima de seu próprio pensamento. É verdade. Tem sentido falso de dignidade; mente. Quer apa­recer perante outros muito atraente. Mas isto não é digni­dade; é simplesmente complexo de inferioridade. <p>Amigos meus, devem realizar sua dignidade. Vocês são homens! O dinheiro, a riqueza e economia são somente meios para manter sua existência, nada mais! Vocês são donos da riqueza! Mas a riqueza converteu-se num fardo sobre os ombros que as carregam de um lugar para outro. Traba­lham o dia todo e no momento de morrer deixam a riqueza para outros... Deve-se usar o dinheiro apropriadamente. <p>Na Índia visitei certa vez uma casa e perguntei ao dono o nome de seus filhos. Ele, por sua vez, perguntou o nome a sua esposa. Então eu disse: <p>- Amigo meu, não é você o pai de seus filhos? Isso acontece porque sai muito cedo pela manhã para atender seu negócio e só regressa à noite. Assim nem sequer pode ver, como deveria, os rostos de seus filhos. Agora eu pergunto: para quê tudo isso? <p>Para que ganhamos dinheiro? Não sei... Não podemos comer, não podemos descansar, não podemos amar, não po­demos falar, afinal, não fazemos nada... Simplesmente nos identificamos com as máquinas. Máquinas de fazer dinheiro e mais dinheiro... O dinheiro não tem coração algum, não é? Eu compreendo os problemas da vida e compreendo também que necessitem de dinheiro, mas o dinheiro não pode dar felicidade. É verdade, amigos meus. <h2>Pobre com Dinheiro</h2> <p>Em outra ocasião, estava com uma pessoa muito rica e enquanto almoçávamos, falei: <p>- Amigo meu, deveria comer muito devagar. <p>Ele respondeu: <p>- Swami, isso era válido no passado, mas agora temos que dar-nos pressa. É a época da tecnologia, temos que trabalhar sem parar. <p>Eu contestei: <p>- Amigo meu, pode-se compreender que um pobre trabalhe para sustentar seu estômago, porque tem fome e se não tra­balhar não consegue comida, mas você, para que trabalha? Não compreendo! Tem milhões de dólares, mas não pode comer tranquilo! <p>Em outra oportunidade, visitei uma casa de gente muito rica também. Havia telefone até no banheiro, extensão na cozinha e em cada compartimento... Quer dizer que não se podia comer com sossego, nem se banhar com tranquili­dade, tampouco se podia dormir. A todo tempo tinha que atender ao telefone... <h2>Pobre sem Dinheiro</h2> <p>Que maneira de viver é essa? Em­bora as pessoas sempre pensem que estão ajudando à huma­nidade. Isso é simplesmente obsessão ou compensação de algo que falta, nada mais. Quando não se pode conseguir tranquilidade na própria vida, não se pode contribuir para a tranquilidade da sociedade. <p>Na sociedade atual, nenhuma tranquilidade há, nenhuma felicidade. O homem é escravo da riqueza. O rico está no cume da montanha da riqueza e o pobre tem a montanha da riqueza a sua frente, por esca­lar... Então um não pode descer, e o outro não pode subir. Assim a montanha da riqueza é um problema tanto para o rico quanto para o pobre. Ambos sofrem. <h2>A Finalidade do Dinheiro</h2> <p>Por isso a Espiritualidade diz que antes de conseguir a riqueza, deve-se saber a finalidade dela. Para que necessita­mos da riqueza? E a resposta é simples: para manter nossa existência, para sustentar nossa natureza e preservar nosso corpo. <p>Necessitamos de casa para proteger-nos da intem­périe; dos vestidos para proteger o corpo. Não necessitamos de casas que não projetem do frio ou calor. Também não necessitamos de roupas que não protejam nosso corpo. <p>Há duas forças na Natureza: uma trata de manter nossa existência, a outra trata de destruir nossa forma. Ambas estão na Natureza. O dinheiro serviria principalmente para lutar contra a força que trata de destruir nossa forma. <h2>A Morte e a Conitinuidade nos Filhos</h2> <p>É nosso dharma; porque embora lutemos contra essa força, sabemos que nem todo o dinheiro e todos os meios podem nos ajudar a vencer a morte da forma. A morte física é inevitável. Mas queremos manter nosso dharma e nossa virtude, também depois da morte. Assim sendo, os filhos são o meio de manter o dharma, a virtude, a natureza; então, depois da morte há também continuidade. Os filhos são para manter o dharma, os filhos não são simplesmente o resultado da sen­sualidade. <h2>A Superpopulação do Planeta</h2> <p>Agora temos um problema e grande problema que é o da superpopulação. As pessoas que nenhum auto-controle tem, como consequência têm muitos filhos. Isso cria muitos problemas e graves. Fala-se muito da superpopulação, da explosão demográfica. Mas eu pergunto <p>- Amigo meu, se há superpopulação, por que mantém relação sexual? <p>As pessoas logo respondem <p>- É a natureza. <p>Muito bem, se o sexo é natural, também a superpopulação é natural! Quem é responsável pela superpopulação? Quer se ter todos os pra­zeres, mas não os resultados deles. Não é possível. Sempre cria problemas. Quando se quer os prazeres deve-se ter tam­bém a grande coragem de enfrentar seus resultados. Do contrário, uma terrível confusão se cria na sociedade. <h2>Aborto</h2> <p>Amigos meus, eu disse um dia e agora torno a repetir que no Vietnam, em dez anos morreram somente setenta norte-americanos, mas só na cidade de Nova York, em um ano houve mais de quinhentos mil casos de abortos! <p>Onde há maior guerra, no Vietnam ou em Nova York? Em Nova York! Nenhum partido político ou econômico há que pro­teste contra essa guerra. Todos gritam e choram contra a guerra no Vietnam dizendo que não suportam essa guerra, mas eu digo também que a humanidade tem que se opor à guerra no útero das mães. <p>A criança não pode gritar nem chorar nem protestar e nós simplesmente terminamos com a vida de uma criatura sem nenhum remorso. É terrível isso. A mãe quer ter o direito de abortar. Que classe de mãe é essa? Amigos meus, a mãe, o médico e o Estado, os três, são protetores da vida; mas agora os três voltam-se contra a criança. Os médicos que provocam abortos, inconsciente­mente, estão unidos na destruição da humanidade! Quando digo estas coisas, as pessoas dizem: " <p>- Você não sabe ter co­ração. Não compreende os problemas da humanidade, das mães e dos pais. <p>Mas eu digo, amigos meus, eu compreendo seus problemas, muito bem, mas vocês não compreendem os problemas eternos, simplesmente apressam-se em julgar. <h2>O Aborto dos Outros é Refresco</h2> <p>Aquele que quer resolver os problemas da humanidade, por que não se atira no oceano? Assim o problema poderia ficar resolvido em um momento. <p>Mas nunca encontro nenhum perito na matéria, nenhum biólogo, nem mãe alguma, nem médico que esteja disposto a atirar-se no oceano para resol­ver o problema da superpopulação. Simplesmente, em nome do "bem servir" ou em nome de seus próprios interesses sa­crificam a vida de outra pessoa. <p>Por que não fechamos todos os hospitais? Para que necessitamos deles então? Seria o caso de perguntar se aquele que não tivesse condições de saúde, teria o direito de viver. Por que tratamos de conser­var sua vida? <p>Amigos meus, por um lado tratamos de con­servar a vida de pessoas fracas, inválidas, etc., e por outro destruímos vidas de pessoas que no futuro poderiam ser grandes pessoas para a humanidade. Que paradoxal é isso! <p>E, ainda, é de se admirar que uma pessoa de oitenta anos queira ser Presidente de seu país. Nesse momento nem co­gita nos grandes problemas do mundo e nem pensa para que ele vive até essa idade. Nem sequer pensa que ele está fazendo parte do problema e não quer sacrificar sua vida para solucioná-los, mas, quer e permite sacrificar a vida de outras pessoas. Isso é egoísmo, nada mais! <p>Pode-se aceitar ou não minhas palavras, não me preocupo. <p>Todos devem compreender que eu não estou contra os idosos e que não tenho ódio algum contra os velhos ou os doentes. Mas pergunto, que tipo de vida é essa? A humani­dade agora luta contra a humanidade. A humanidade trata de destruir a humanidade! <h2>O Dharma</h2> <p>Só depois que possamos compreender a finalidade da vida, é que poderemos realizar também a Emancipação. A pessoa que segue o caminho do Dharma, o caminho da Vir­tude, pode compreender que o Dharma é a superfície do Ser Eterno. Nesse momento, o sentido do sacrifício revela a Na­tureza do Ser. Então, o ser humano fica livre, completa­mente livre e goza do fruto de sua Vida. <p>Temos que conseguir, em nossa própria vida, a virtude. E para manter a virtude necessitamos da riqueza da vontade. E para que haja continuidade da virtude, do Dharma, ainda depois da morte, todavia necessitamos do desejo do sexo, do matrimônio, etc. E ainda necessitamos da Emancipação. <p>Essas coisas são necessárias para nossa vida. <p>Om Shanti, Shanti, Shanti. Om Paz, Paz, Paz. <p><strong>Fonte: <a href="http://www.jnanamandiram.org.br/" target="_blank">Jnana Mandiram</a>.</strong></p> Canto do Dudu - Dudu Lopeshttp://www.blogger.com/profile/09823802994474043506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5309464665228321658.post-26913668457524752062013-11-26T10:14:00.001-02:002013-11-26T15:09:47.341-02:00Verdadeira Caridade<h5>Texto de Nolini Kanta Gupta.</h5> <p><img title="Nolini Kanta Gupta." class="Nolini Kanta Gupta." style="height: 200px; width: 150px; float: left; margin: 4px 10px 0px 0px; display: inline" alt="Nolini Kanta Gupta" src="https://sites.google.com/site/cantododudu/imagens/2013-11-26%2074271419%5B1%5D-150x185.jpg" width="150" height="185" /></p> <p>A CARIDADE, como é geralmente entendida, consiste em prestar auxílio material aos semelhantes, dar esmolas aos pobres, remédios aos doentes, dinheiro ou bens materiais àqueles que necessitam deles e também trabalho físico onde for exigido. Tudo isto é bom e bem. O mundo está repleto de doenças e privações e calamidades. E se algo for feito que possa aliviá-lo, está tudo certo, e atividades nessa direção merecem total encorajamento.</p> <p>Mas isto não leva muito longe, não toca a raiz do problema. Essa é a maneira humana de lidar com as coisas e portanto, muito limitada em seu campo de ação e eficiência. Há uma forma mais elevada e mais divina — o caminho do espírito — para a cura dos males terrenos, cura e não meramente alívio.</p> <p>Esta era a inspiração secreta por trás da mensagem de Cristo e de Buda.</p> <a name='more'></a> <h2>Infelicidade e Condições Materiais</h2> <p>Não é verdade que, quando nossas necessidades são resolvidas, ficamos ou continuamos sempre felizes; nem todos os pobres são infelizes, nem são os ricos invariavelmente felizes.</p> <p>Felicidade é uma qualidade que depende de algo mais e vem de algum outro lugar: não é diretamente proporcional ao bem-estar material. Também a infelicidade é uma entidade psicológica, e consiste de uma vibração especial da mente e da vitalidade — e consequentemente do ser físico — devido a uma deformação da própria consciência, no âmago da personalidade interior.</p> <h2>Privação Material é Sintoma</h2> <p>As condições materiais servem apenas para manifestá-la, mantê-la ou agravá-la, mas não a criam na verdade, são criadas por ela.</p> <p>É por isso que os curadores espirituais sempre se referem à bem-aventurança do espírito como único remédio para os males físicos, até para a doença, a miséria e a morte. E os infelizes mortais são sempre chamados para voltar-se apenas para o Divino em suas aflições — <i>bhajasva mam</i>.</p> <h2>Caridade de Verdade</h2> <p>A verdadeira caridade consiste em colocar o bálsamo curador sobre a chaga que está escondida por trás de todas as misérias externas, que derivam daquela fonte e sustentáculo.</p> <p>E ela é posse exclusiva apenas daquele que encontrou a bem-aventurança do espírito, e vive sempre nela. Uma pessoa assim não requer acessórios externos para seu trabalho de cura e conforto. Ele não precisa fazer nada, aparentemente, pode mesmo parecer distante e indiferente. Mas sua própria presença é um poder curador; o paciente sente-a e surpreende-se com a calma e a felicidade que lhe vem como se fosse do nada.</p> <h2>Médico de Verdade</h2> <p>Muitos médicos têm esta espécie de poder curador; na verdade, sem isso, um simples médico, com sua farmacopeia, não é um médico. Pode não ser bem conhecido nem reconhecido, mas é um fato que uma boa parte da eficácia dos remédios está na influência sutil, na saúde vital que o médico adiciona a seu remédio ou mesmo diretamente ao corpo do paciente.</p> <p>E no caso de um <i>Bhishak</i> (médico) espiritual, o poder pode ser aumentado ao grau infinito. O curador não precisa nem mesmo estar presente fisicamente, perto do paciente, porque sua influência pode muito bem agir à distância. É bastante natural e compreensível que seja assim. </p> <h2>O Poder de Curar</h2> <p>O poder curador está na consciência espiritual, na felicidade inalienável do próprio status no Espírito. Ele se torna identificado com todo objeto, pessoa ou coisa, dentro de seu próprio eu, no verdadeiro ser e substância; e a luz e a felicidade que ele possui transferem-se num fluxo espontâneo para outros que não são realmente outros, mas partes e porções integrais do mesmo eu.</p> <p>Esta condição é alcançada, completa e soberanamente, quando há ausência absoluta de ego, quando não há consciência de uma pessoa separada, a dual consciência do que ajuda e do ajudado, o reformador e o reformado, o médico e o paciente. O senso humano normal dos valores é baseado nessa divisão, no egoísmo, <i>mamatvam</i>.</p> <h2>Piedade Perigosa</h2> <p>Um filantropo ajuda outros através de um sentido de simpatia, dando margem a um sentimento de dever e obrigação. Este sentimento de piedade, de comiseração, é perigoso pois o coloca numa disposição de mente que tende fazê-lo olhar de cima, a assumir um ar de superioridade em relação a seu objeto de piedade.</p> <p>Você torna-se autoconsciente, com a consciência de seu eu inferior, pensando estar ajudando os outros, estar fazendo bem ao mundo, fazendo algo que aumenta seu valor; este sentido de mérito pessoal é apenas um outro nome para vaidade.</p> <h2>Empatia e Simpatia</h2> <p>Vaidade e ambição são os poderes que motivam e que estão por trás do espírito filantrópico nascido da simpatia.</p> <p>Para indicar uma nuance de sentido diferente daquele que é usual mente expresso pela palavra "simpatia", a psicologia moderna achou uma outra palavra —"empatia".</p> <p>Pode-se dizer que simpatia seja a relação ou contato entre dois egos; é um vínculo ou ponte entre duas entidades separadas e independentes.</p> <p>Empatia, por outro lado, significa penetrar no próprio ser e consciência do outro, tornando-se aquele outro; é identificação e identidade e somente a consciência espiritual pode fazê-lo.</p> <p>Simpatia leva à filantropia, empatia é a origem da verdadeira caridade, a compaixão espiritual de um Buda ou de um Cristo. Filantropia é humana, caridade (<i>caritas</i>) é divina.</p> Canto do Dudu - Dudu Lopeshttp://www.blogger.com/profile/09823802994474043506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5309464665228321658.post-80813750574147612672013-10-04T11:16:00.001-03:002013-10-04T19:04:34.674-03:00Oração a São Francisco de Assis<p> </p> <p><a href="http://lh5.ggpht.com/-AihLadEBKdk/Uk7NWxEr-vI/AAAAAAAAAXw/XyslfKvCzmQ/S%2525C3%2525A3o%252520Francisco%252520de%252520Assis%25255B7%25255D.jpg?imgmax=800"><img title="São Francisco de Assis" style="border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; background-image: none; border-bottom-width: 0px; padding-top: 0px; padding-left: 0px; display: inline; padding-right: 0px; border-top-width: 0px" border="0" alt="São Francisco de Assis" src="http://lh4.ggpht.com/-5wYfSCUCBoM/Uk7Noi132pI/AAAAAAAAAX4/D3fXUz_xaYs/S%2525C3%2525A3o%252520Francisco%252520de%252520Assis_thumb%25255B5%25255D.jpg?imgmax=800" width="584" height="830" /></a></p> <p align="center"><strong>QUE minha inteligência <br />Proteja os ignorantes. </strong></p> <p align="center"><strong>Que meus músculos <br />Protejam os frágeis. </strong></p> <p align="center"><strong>Que minha beleza <br />Inspire a pureza. </strong></p> <p align="center"><strong>Que minha saúde <br />Inspire aos doentes. </strong></p> <p align="center"><strong>Que minha fortuna <br />Dê vida ao pobre.</strong></p> <p align="center"><strong>Que minha pobreza <br />Dê utilidade ao rico. </strong></p> <p align="center"><strong>Que minha doença <br />Me faça ver além do corpo. </strong></p> <p align="center"><strong>Que minha feiura <br />Me faça ser mais do que o corpo. </strong></p> <p align="center"><strong>Que minha fragilidade <br />Me ensine a força da Alma. </strong></p> <p align="center"><strong>Que minha ignorância <br />Me exiba a força da Providência. </strong></p> <p align="center"><strong>Que minhas crenças <br />Não substituam a realidade. </strong></p> <p align="center"><strong>Que imaginando Deus no coração <br />Não fique cego à realidade de Deus <br />No dia a dia do mundo exterior.</strong></p> Canto do Dudu - Dudu Lopeshttp://www.blogger.com/profile/09823802994474043506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5309464665228321658.post-50814459592635746542013-09-09T23:40:00.001-03:002013-09-10T00:00:40.425-03:00Videntes, Médiuns e Entidades<h5>Texto de DUDU LOPES.</h5> <p><img style="height: 200px; float: left; margin: 4px 10px 0px 0px; display: inline; width: 150px" alt="Emmanuel" src="https://sites.google.com/site/cantododudu/imagens/Emmanuel.jpg" width="150" height="200" /></p> <p>MUITA GENTE, e me arrisco a dizer, a maioria, tem a ilusão de que  videntes, médiuns e entidades são seres perfeitos quando estão trabalhando nessas atividades nada convencionais.</p> <p>Não são.</p> <p>Nesse mundo em que vivemos – no Plano Físico ou no Plano Astral - não há perfeição. Isso não significa que videntes, médiuns e entidades sejam desprezíveis seres imperfeitos, significa que algumas vezes, por mais boa vontade que tenham, as circunstâncias astrais, as circunstâncias da vida do vidente ou médium, e até da circunstância da vida da entidade, podem atrapalhar seus trabalhos.</p> <p>Talvez porque, na minha opinião, a vidência, a mediunidades e o trabalho de ajudar as pessoas estando fora do Plano Físico, como fazem as entidades, sejam as atividades religiosas mais difíceis que se possa cumprir, muitos se vendem como videntes que acertam sempre ou médiuns que acertam sempre. É uma pena, pois isso só piora as coisas.</p> <h2>Trabalho Difícil</h2> <p>Aconselhar repetindo versículos de algum livro religioso tradicional ou as noções já aceitas da psicologia, ou curar através da  medicina regulamentada em algum hospital religioso, é coisa de criança em comparação com transmitir o conhecimento vindo de um plano fora do Plano Físico, ou fazer uma intervenção na saúde física ou mental de uma pessoa através de seu corpo astral.</p> <p>Apesar dos esforços da Teosofia e do Espiritismo, o Plano Astral como chamam os teosofistas ou o Mundo dos Espíritos como preferem os espíritas, ainda é muito desconhecido, complicado e negado pela maioria.</p> <p>Quando for se consultar com um vidente ou um médium, lembre-se que você tem um ser humano na sua frente. Não fique achando que vidência e mediunidade é sinônimo de adivinhação.</p> <h2>Como se Consultar</h2> <p>Muitos videntes e médiuns fazem adivinhações, mas não é certo que isso aconteça todo o tempo com o mesmo vidente e médium, ou que ele acerte 100% das vezes. Então, não é melhor a gente contar o que a gente pode contar do que ficar achando que o vidente ou médium vá adivinhar aquilo que não nos custa descrever?</p> <p>Não entre em detalhes de nomes completos de pessoas ou de empresas, endereços ou o saldo de sua conta bancária; videntes e médiuns não precisam desses detalhes. Mas por que esconder que seu problema é que um colega de trabalho está passando a perna em você  e os detalhes das circunstâncias?</p> <p>Se não confia num vidente ou médium, não busque sua ajuda. Procure outro.</p> <p>Ninguém é perfeito, tenho certeza que Chico Xavier não recebeu 100% das vezes mensagens diretas de parentes falecidos, muitas vezes recebeu mensagens genéricas apenas para consolar uma pessoa ali presente.</p> <p>Se isso não é suficiente pra você, e você confia no médium ou vidente, seja sincero e converse sobre suas dúvidas. Diga ao “Chico Xavier” na sua frente que aquela mensagem está muito genérica, que você precisa de mais. Nenhum vidente, médium ou entidade de bom coração vai desprezar uma ou muitas dúvidas se você confia nele.</p> <h2>O Mestre Espiritual</h2> <p>Eu tenho muitas dúvidas sobre os ensinamentos de meu Guru ou Mestre Espiritual, <a href="http://cantododudu.blogspot.com.br/2007/09/swami-tilak.html" target="_blank">Swami Tilak</a>, tem coisas até que não concordo, mas não duvido em nenhum momento de sua capacidade de me ajudar ou de sua honestidade.</p> <p>Em relação aos ensinamentos sobre a Divindade e sobre a natureza oculta da vida a confiança tem que ser em quem aconselha ou ensina, se não há confiança, a estranheza da natureza oculta ou do caminho que nos leva à Divindade vai causar desconfiança frequentemente até terminar em desistência.</p> Canto do Dudu - Dudu Lopeshttp://www.blogger.com/profile/09823802994474043506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5309464665228321658.post-46021653006534110882013-09-01T00:00:00.000-03:002015-01-28T12:55:11.075-02:00A Mente Universal<h5>Texto de SWAMI TILAK.</h5> <p style="text-align: justify"><img style="float: left; margin: 4px 10px 0px 0px; display: inline" src="https://sites.google.com/site/cantododudu/imagens/Swami-Tilak.jpg" align="left"></p> <p>ESTA MANHÃ, na Universidade de Brasília, eu tratei de explicar como a nossa mente cria as coisas no mundo.</p> <p>Por exemplo: temos uma mesa ou cadeira. Aparentemente todos têm razão de aceitar a existência da mesa. Mas quando pomos esta mesa em frente a um microscópio poderoso, a mesa desaparece e em seu lugar aparece um conjunto de átomos.</p> <p>E quando pomos os átomos em frente de outro microscópio mais poderoso, os átomos também desaparecem e temos elétrons, prótons e nêutrons. E depois tudo se dissolve no oceano da energia.</p> <p>Então, o mundo da forma é uma criação da limitação de nossa visão. Necessitamos da visão. Necessitamos da visão ampliada para nos liberar das formas porque nossa mente está cativada por elas.</p> <p>Um artista diz:</p> <p>- Esta coisa é muito bela!</p> <p>E outra pessoa diz:</p> <p>- Esta coisa é muito boa para comer!</p> <p>Por exemplo: temos uma maçã. Então um artista trata de pintar a maçã maravilhosamente, mas outra criatura quer comê-la. Então, onde existe a beleza?</p> <p>Uma mulher é muito bela, mas quando um leão se encontra com esta mulher não quer apreciar sua beleza, quer comer. Para o homem, a mulher é bela, mas para o leão, não. Então, onde existe a beleza? Não existe na mulher. Existe na mente. </p> <p>A beleza não é nenhuma coisa eterna ou permanente.</p> <p>É somente uma coisa transitória. Quando uma pessoa pode controlar sua mente, pode ver a beleza em qualquer coisa ou pode liberar-se de qualquer coisa. </p> <p>Neste sentido uma pessoa que tem controle sobre sua mente pode ser o todo, e o todo é o universo.</p> <p>Uma pessoa sem controle sobre sua mente é um escravo do mundo e uma pessoa com controle mental é dono de todo o universo. </p> <a name='more'></a> <h2>Um Paraíso Sem Valor</h2> <p>Uma vez o Senhor Buddha observou que seu discípulo não podia meditar apropriadamente. E lhe perguntou:</p> <p>- Filho meu, por que você não medita?</p> <p>O discípulo respondeu:</p> <p>- Senhor, eu quero meditar, mas quando trato de fazê-lo, aparece o rosto de minha esposa. Então a beleza de minha esposa agita minha mente e não posso meditar em Deus, somente medito na beleza de minha mulher. É um problema.</p> <p>O Senhor Buddha pôs a mão na cabeça do seu discípulo e perguntou:</p> <p>- Agora o que vê?</p> <p>- Senhor, agora eu vejo o Paraíso.</p> <p>- E o que vê mais no Paraíso?</p> <p>- Eu vejo o Paraíso cheio de mulheres. </p> <p>Como nossa mente é, o Paraíso é.</p> <p>O Paraíso é um reflexo de nossa atitude, de nossa mente. Podemos dizer que uma pessoa trata de chegar ao Paraíso para realizar seus desejos mundanos em sua perfeição, nada mais.</p> <p>No mundo não tem juventude permanente, então imagina a juventude permanente no Paraíso. No mundo a gente morre, então imagina a vida eterna no Paraíso.</p> <p>Então, o Paraíso é outro nome do mundo perfeito, nada mais. E todo mundo é uma criação de nossos desejos. Por isto temos que controlar nossos desejos. </p> <h2>Formando o Mundo</h2> <p>Temos de analisar apropriadamente como nós percebemos o mundo, como tratamos de formar o mundo em nossa mente. Como eu disse antes, o mundo existe com as coisas várias, com muita variedade.</p> <p>Então existe todo mundo. Aqui por exemplo, que tipo de mundo temos? </p> <p>No tempo antigo, os pensadores diziam que o mundo se formava de cinco elementos. Estes elementos eram a terra, a água, o fogo, o ar e o éter. Agora os cientistas dizem que na realidade não existem estes elementos porque por sua vez, eles são compostos por outros elementos.</p> <p>Então temos uma lista de mais de 100 (cem) elementos.</p> <p>Segundo minha opinião humilde, estes elementos também não são elementos, porque cada elemento é formado por átomos, e os átomos podem ser divididos, apesar de que a definição de átomo é uma coisa indivisível. Mas o átomo é divisível. Então, o elemento do conceito moderno também não é elemento. </p> <h2>Os Quatro Elementos</h2> <p>Mas quando tratamos de compreender profundamente os elementos do conceito antigo, não fica nenhuma dúvida de que na realidade estes elementos são elementos.</p> <ul> <li>A terra é um tipo de solidez, <li>a água é um símbolo da liquidez, <li>o fogo é um símbolo da aparência da energia como luz, <li>o ar é um símbolo do gás e o éter o símbolo do espaço. </li></ul> <p>E toda vida, toda existência, todo universo está formado destes elementos. Uma coisa é sólida, ou líquida, ou em forma de energia, ou em forma gasosa ou em forma de espaço. Não existe sexta forma no mundo. </p> <p>Então necessitamos de cinco sentidos para referir os cinco elementos.</p> <p>Por exemplo: para captar a luz necessitamos dos olhos. Cada sentido capta um tipo de elemento. Temos cinco sentidos de cognição e cinco sentidos de ação. Os sentidos de cognição são os olhos, olfato, tato, gosto e ouvidos. Os sentidos de ação são as mãos, pés, os dois órgãos privados e a voz. </p> <p>Estes sentidos de cognição e os de ação estão relacionados invariavelmente. Por exemplo, quando vemos fogo ou incêndio em algum lugar, imediatamente gritamos: Incêndio! Incêndio! E nossos pés começam a correr até o fogo e nossas mãos tratam de pôr água no fogo. </p> <p>O olho é um sentido de cognição, enquanto a voz é um sentido de ação; o pé é outro sentido de ação. Então necessitamos de um centro onde se juntem os sentidos de ação e os de cognição. Este centro se chama mente. </p> <p>Há então 5 (cinco) elementos e depois 5 (cinco) sentidos de cognição e 5 (cinco) sentidos de ação e temos a mente.</p> <p>A mente é como um receptor e transmissor juntamente. A mente recebe o mundo exterior e transmite as informações ao mundo interior, porque o mundo interior e o mundo exte_rior têm que se juntar para fazer a vida possível. </p> <h2>A Mente</h2> <p>A mente recebe as coisas como aparentemente parecem.</p> <p>E depois temos o intelecto. Intelecto tem a função ou faculdade de discernir, porque somente os animais aceitam as coisas como parecem. Mas o homem sempre trata de discernir.</p> <p>Por exemplo, às vezes temos as imagens que parecem com uma pessoa. Às vezes a gente tem uma grande confusão.</p> <p>Vê a imagem de uma mulher e pensa que é uma mulher ou vê uma mulher e pensa que é uma imagem.</p> <p>Como a pessoa pode diferenciar entre a mulher e a imagem? Usando seu intelecto, seu discernimento. Temos que discernir apropriadamente para saber o que é verdade e o que não é verdade. Então é intelecto. </p> <p>E depois também temos problema. Uma pessoa discerne de uma maneira e outra pessoa discerne de outra maneira. </p> <p>Por exemplo, há uma pessoa. Eu quero amá-la e outro quer odiá-la. A pessoa é a mesma. A atitude nossa é diferente em relação a essa pessoa.</p> <p>De onde vem esta diferença? Vem do ego. Então o ego está além do intelecto. </p> <h2>Os Três Atributos e o Ego</h2> <p>E, amigos meus, segundo a Filosofia Yóguica, o Ego se forma de três atributos que se chamam em sânscrito: satva, rajas e tamas.</p> <p>Em realidade, o atributo é atividade condensada, nada mais.</p> <p>Como tratei de explicar antes, o elétron é somente energia ou partícula carregada com a energia negativa; próton é uma partícula carregada com eletricidade ou energia positiva e nêutron é uma partícula carregada com a energia neutra.</p> <p>Então, a energia concentrada ou condensada nos parece como atributos. E estes atributos formam o nosso Ego. </p> <p>Amigos meus, todos os seres têm sua personalidade e sua personalidade, em realidade, é seu Ego. E este Ego se forma de três atributos.</p> <p>Vocês podem me perguntar como três atributos formam tantas personalidades. A resposta é que todo mundo tem o mesmo processo.</p> <p>Por exemplo, temos somente três partículas em todos os átomos, mas a combinação e permutação de três atributos faz a diferença entre um e outro átomo.</p> <h2>A Mente Universal</h2> <p>E mais além destes atributos existe a Mente Universal.</p> <p>Nesta Mente Universal existe todo passado, todo presente e todo futuro. Por exemplo, em nossa mente, na mente de um autor, existe todo o livro antes de ser escrito. Então <i>há</i> aqui comigo um livro. Este livro, antes de sua publicação, estava na mente de seu autor. Isto que significa? Que o passado, o presente, tudo está na Mente Universal, que é a Mente de Deus. </p> <p>E todas as mentes individuais estão ligadas com a Mente Universal.</p> <p>Como, por exemplo, temos muitos poços e em cada poço existe a água. Mas nenhum poço tem especialmente a água que é a propriedade de um outro poço, porque a água no poço está relacionada com a água da terra. Então a água da terra esta se manifestando num ou noutro poço. Assim nossa mente individual está relacionada com a Mente Universal. </p> <p>E mais além da Mente Universal existe a Natureza. Natureza é o equilíbrio de todos os atributos. </p> <p>E mais além da Natureza existe o Ser. Sem o Ser a Natureza não pode fazer nada. A natureza é como um instrumento, mas o Ser é a fonte de energia. Toda a força existe no Ser. Nenhum corpo pode fazer nada sem ter o Ser, a força do ser. </p> <p>Amigos meus, temos um ventilador, por exemplo.</p> <p>E quando nele ponho meu dedo, imediatamente o mesmo se corta. Agora, quem é responsável, pergunto, quem é responsável? O ventilador? Quando dizemos que o ventilador é responsável, ele diz:</p> <p>- Eu não me movo sem a eletricidade.</p> <p>E quando dizemos que a eletricidade é responsável, ela responde:</p> <p>- Eu não sou responsável. Eu estou na lâmpada também e a lâmpada não corta ninguém. </p> <p>Então a Natureza do ventilador é responsável. Que é a natureza do ventilador? Sua forma? Seus atributos? Sua matéria?</p> <p>Por exemplo, o ventilador é feito com ferro, mas a cadeira também é feita com o mesmo ferro. A cadeira não corta a ninguém. Então o ferro não é responsável pelo cortar. Somente a forma é responsável. E a forma não tem nenhuma validade. </p> <h2>Os Atributos Agem</h2> <p>Uma faca corta um pedaço de ferro. Agora diga-me: quem está cortando quem? A faca é ferro e o pedaço de ferro também é ferro. Antes de ser cortado era ferro e depois de cortado é ferro.</p> <p>Então, não podemos dizer que o ferro está cortando o ferro não cortado. É um grande problema. Então a resposta é que um atributo está atuando em outro atributo.</p> <p>E imediatamente, por ignorância, uma pessoa coberta de ego pensa que está atuando. Na realidade, o Ser não está atuando. Somente o corpo por sua natureza está atuando.</p> <p>Por isso, pelo poder do Ser, os olhos atuam segundo sua natureza. Eu estou presente nos olhos e também estou presente no dedo do pé e no ouvido. Minha presença, meu poder, fazem os olhos ver segundo sua natureza e os ouvidos ouvir também segundo sua natureza. </p> <p>Então o ser é somente um poder que faz todo o universo atuar. Mas o resultado da ação é uma coisa relacionada com os atributos da natureza. O ser não é fantasma. </p> <p>Agora, amigos meus, esta noite é um momento de resolver o problema. Que é problema? A mente apegada com estas coisas sofre terrivelmente. E a mente quando se dissolve no ser, no Espírito, não tem nenhum problema. </p> <h2>A Morte</h2> <p>Eu dei um exemplo.</p> <p>Uma pessoa teve um sonho (os cientistas dizem que o homem não pode viver sem sonhos). E no sonho o sonhador viu um leão que o perseguia. Imediatamente correu para buscar um rifle ou um lugar para se esconder. Infelizmente não podia conseguir nem o rifle nem o lugar para se esconder. Agora tinha um grande medo. Estava gritando, chorando. Não havia nenhuma esperança para salvar sua vida.</p> <p>Nesse momento despertou. Agora não havia nenhum leão, tampouco necessitava de nenhum rifle ou lugar para se esconder.</p> <p>Amigos meus, o leão da morte nos persegue incessantemente. Queremos ir a um lado ou outro lado. Queremos entrar neste ou em outro mundo. A gente está dizendo que nos outros planetas existem outros seres e eles vão visitar a terra em seus aviões ou discos maravilhosos.</p> <p>Eu digo: Amigo meu! Neste ou noutro planeta você tem que morrer. Não há nenhum planeta, tampouco instrumento que possa fazer um homem imortal. Não é possível. Os poderosos têm que morrer. Os inteligentes têm que morrer. O corpo tem que mudar em qualquer condição. Amigos meus! O nascimento é a morte.</p> <p>Nossa juventude se fixa na tumba da nossa infância e nossa juventude tem de se converter na tumba de nossa velhice. Então tudo é o mesmo. O corpo é tumba, tumba e tumba, nada mais. Antes de nascer, o corpo já está destinado para morrer. A vida e a morte estão incessantemente lutando, lutando. </p> <p>Agora temos que decidir: vivemos ou não vivemos? Antes da morte, vivemos. A morte não pode matar-nos, não pode. A morte não tem nenhum poder de destruir o Ser. O Ser é eterno. Então, quando uma pessoa está desperta no conhecimento do Ser, imediatamente o medo da morte termina.</p> <h2>Meditação</h2> <p>Amigos meus, aqui temos que fazer algo. Temos que transcender tudo, temos que chegar até o Espírito. Por isso necessitamos da Meditação. Meditação é o processo de concentrar num ponto e depois transcender este ponto.</p> <p>Por isso digo, há dois tipos de meditação - um tipo de meditação é expansão da consciência e outro tipo é contração da consciência. </p> <p>Quando a consciência se estende mais e mais e assim não tem nenhum limite e assim é infinita, nesse momento não existe nenhum problema. E quando contrai a mente e se fixa em um ponto, neste momento também o ponto se dissolve no oceano do infinito. Porque não há nenhuma diferença entre o infinito e o ponto. O ponto é um na relação de outros pontos.</p> <p>E o infinito, o que é? A existência sem ponto. É a <i>realidade</i>, nada mais. Então podemos seguir qualquer caminho. </p> <p>No Japão, por exemplo, havia um lutador que tinha muito poder, mas não conseguia vencer seus adversários.</p> <p>Um dia ele disse a um santo:</p> <p>- Eu sei que tenho muito poder, mas não posso vencer ao meu adversário. Que posso fazer?</p> <p>O santo lhe respondeu:</p> <p>- Filho meu, deve sentar-se no Templo, na escuridão da noite e deve sentir que está identificado com seu corpo completamente. Depois seu corpo está expandindo. Então vai incluir toda imagem, toda parede do templo, toda cidade, todo país, todas as montanhas, rios, oceanos, depois todas estrelas, luas, incluí-los todos dentro de si mesmo. E depois irá transcender tudo. Neste momento vai ter uma alegria, uma bem-aventurança única. </p> <p>No dia seguinte, o lutador fez como o santo ensinou e depois, no outro dia, lutou com seus adversários e pôde vencê-los. Então se pode conseguir muita energia, muita vontade com a meditação profunda. </p> <p>Uma pessoa necessita de autoconfiança. Sem autoconfiança e sem vontade, que pode fazer uma pessoa no mundo ou no céu? Necessitamos dessa autoconfiança. E ela vem com a meditação profunda. </p> <p>Outro tipo de meditação também existe. Uma pessoa pode ter uma imagem de Cristo ou Buddha ou qualquer Deus ou Deusa em que acredite.</p> <p>E depois deve olhar bem esta imagem.</p> <p>Quando os olhos estiverem cansados, deve fechá-los e visualizar a mesma imagem na mente. E quando uma pessoa pode visualizá-la sem ajuda da imagem exterior, não mais necessita dela.</p> <p>Depois tem que reduzir a imagem.</p> <p>Por exemplo, a princípio a imagem de Cristo completa, depois reduzir mais e mais até que fique nada mais que o coração de Cristo. E depois temos que sentir no Coração de Cristo, a pulsação. E depois temos que sentir a causa da pulsação porque o coração do coração está no ser Eterno.</p> <p>Então, desta maneira vamos ter uma luz muito forte. </p> <p>Qualquer imagem necessita de duas coisas: luz e sombra. Sem luz e sem sombra não podemos ter nenhuma imagem. E quando se tira a sombra se deixa somente a luz. Então a mente está cheia de luz muito forte. E quando nossa mente está cheia dessa luz forte, todos os problemas se resolvem. </p> <p>Temos que meditar apropriadamente.</p> <p>O problema é que nós não usamos a nossa mente como queremos. Como disse esta manhã na Universidade de Brasília, quando os alunos estão na classe, pensam no cinema e quando estão no cinema, pensam nas aulas.</p> <p>É um problema.</p> <p>Pela meditação nós podemos deter a mente onde estamos. Quando uma pessoa medita apropriadamente, libera-se de todos os problemas.</p> <p>Que todos sejam felizes, que ninguém seja infeliz, que todos tenham boa sorte!</p> <p>OM SHANTI, SHANTI, SHANTI </p> <p>OM PAZ, PAZ, PAZ </p> <p><strong>Fonte: <a href="http://www.jnanamandiram.org.br/" target="_blank">Jnana Mandiram</a>.</strong></p> Canto do Dudu - Dudu Lopeshttp://www.blogger.com/profile/09823802994474043506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5309464665228321658.post-72578763335389653582013-08-25T00:00:00.000-03:002013-08-25T00:00:03.388-03:00Cristo, o Mensageiro–Parte IV (Final)<h5>Texto de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Swami_vivekananda" target="_blank">Swami Vivekananda</a>. <br />Em 1900.</h5> <p><img style="height: 200px; float: left; margin: 4px 10px 0px 0px; display: inline; width: 150px" alt="Swami-Vivekananda.jpg" src="http://cantodaajuda.googlepages.com/Swami-Vivekananda.jpg" width="150" height="200" /></p> <p>A OUTRA GRANDE lição do Mensageiro, que é a base de todas as religiões, é a renúncia. Como você pode fazer o espírito puro? Por renúncia.</p> <p>Um jovem homem rico perguntou a Jesus: "<i>Bom Mestre, o que devo fazer para que eu possa herdar a vida eterna?</i>"</p> <p>E Jesus disse-lhe: "<i>Uma coisa te falta; vai-te, vende tudo quanto tens, e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. E vem, toma a tua cruz e siga-Me</i>".</p> <p>E ele ficou triste com aquelas palavras e foi embora triste, porque possuía muitos bens. <br />Estamos todos mais ou menos assim. A voz está soando em nossos ouvidos dia e noite. No meio dos nossos prazeres e alegrias, no meio das coisas do mundo, pensamos que nos esquecemos de todo o resto.</p> <p>Em seguida, vem um momento de pausa e a voz soa em nossos ouvidos: "<i>Desista de tudo o que tens e siga-Me</i>".</p> <p>"<i>Todo aquele que quiser salvar a sua vida perdê-la-á, e quem perder a sua vida por minha causa achá-la-á</i>"</p> <p>Pois quem desiste desta vida por causa dele, encontra a vida imortal. No meio de toda a nossa fraqueza há um momento de pausa e a voz soa: "<i>Desista de tudo o que tens, dai aos pobres e siga-Me</i>".</p> <p>Este é o ideal que ele prega, e este tem sido o ideal pregado por todos os grandes profetas do mundo: a renúncia.</p> <h2><b>Renúncia</b> <b>é Altruismo</b></h2> <p>Qual o significado de renúncia?</p> <p>Que há apenas um ideal na moral: altruísmo. Seja altruísta. O ideal é o altruísmo perfeito. Quando um homem é atingido na face direita, vira a esquerda também. Quando um casaco de um homem é levado, ele dá sua capa também.</p> <p>Devemos trabalhar da melhor maneira que pudermos, sem arrastar para baixo o ideal. Aqui está o ideal. Quando um homem não tem mais ego nele, nenhuma posse, nada para chamar de "eu" ou "meu", se entregou inteiramente, destruiu a si mesmo por assim dizer – neste homem está o próprio Deus; pois nele a vontade própria se foi, esmagada, aniquilada.</p> <p>Esse é o homem ideal.</p> <p>Não podemos chegar a esse estado ainda; por hora, adoremos o ideal e, lentamente, esforcemo-nos para alcançar o ideal, embora, talvez, com passos vacilantes.</p> <p>Pode ser amanhã, ou pode ser daqui a mil anos; mas o ideal tem de ser alcançado. Pois não é só pelo final, mas também os meios.</p> <p>Ser inegoísta, perfeitamente altruísta, é a própria salvação; porque o homem dentro morre, e somente Deus permanece.</p> <h2><b>Basta Crer em Jesus?</b></h2> <p>Mais um ponto. Todos os instrutores da humanidade são altruístas. Suponha que Jesus de Nazaré estava ensinando, e um homem veio e disse-lhe: </p> <p>- O que você ensina é lindo. Eu acredito que é o caminho para a perfeição, e eu estou pronto para segui-lo; mas eu não me preocupo em adorá-lo como a unigênito Filho de Deus.</p> <p>Qual seria a resposta de Jesus de Nazaré?</p> <p>- Muito bem, irmão, siga o ideal e avance do seu próprio jeito. Eu não me importo se você me dá o crédito para o ensinamento ou não. Eu não sou um lojista. Eu não faço comércio com a religião. Só ensino a verdade, e a verdade não é propriedade de ninguém. Ninguém pode patentear a verdade. Verdade é o próprio Deus. Vá em frente.</p> <p>Mas o que os discípulos dizem hoje em dia é:</p> <p>- Não importa se você praticar os ensinamentos ou não, você dá crédito ao Homem? Se você dá crédito ao Mestre, você será salvo; se não, não há salvação para você.</p> <p>E assim, todo o ensinamento do Mestre é degenerado, e todo o esforço e a luta são para a personalidade do homem.</p> <p>Eles não sabem que ao impor essa diferença, eles estão, de certa maneira, trazendo vergonha para o próprio Homem que quer honrar - o mesmo Homem que teria se encolhido de vergonha de tal ideia.</p> <p>O que lhe importava se havia um homem no mundo que se lembrava dele ou não? Ele tinha que entregar sua mensagem, e ele entregou.</p> <p>E se ele tivesse vinte mil vidas, ele daria todas para o homem mais pobre do mundo.</p> <p>Se ele tivesse que ser torturado milhões de vezes por um milhão de samaritanos desprezados, e se para cada um deles o sacrifício da sua própria vida fosse a única condição para a salvação, ele teria dado a sua vida.</p> <p>E tudo isso sem querer ter seu nome conhecido até mesmo por uma única pessoa. Quieto, desconhecido, silencioso, ele iria trabalhar, assim como o Senhor trabalha.</p> <p>Agora, o que o discípulo diz?</p> <p>Ele vai lhe dizer que você pode ser um homem perfeito, perfeitamente altruísta, mas a menos que você dê o crédito ao nosso instrutor, ao nosso santo, não há qualquer proveito.</p> <p>Por quê? Qual é a origem desta superstição, desta ignorância?</p> <h2><b>Deus Se Fazendo Homem</b></h2> <p>O discípulo pensa que o Senhor pode manifestar-se apenas uma vez. Aí reside todo o erro.</p> <p>Deus se manifesta para você no homem. Mas em toda a natureza, o que acontece uma vez deve ter acontecido antes, e deve acontecer no futuro. Não há nada na natureza que não seja sujeito à lei; e isso significa que tudo o que acontece uma vez tem que continuar e tem que ter acontecido.</p> <p>Na Índia, eles têm a mesma ideia das Encarnações de Deus. Uma de suas grandes Encarnações, Krishna, cujo grande sermão, o Bhagavad-Gita, alguns de vocês devem ter lido, diz: "<i>Embora eu seja não-nascido, de natureza imutável, e o Senhor dos seres, mas subjugando meu Prakriti, eu venho a ser pela Minha própria Maya. Sempre que diminui a virtude e a imoralidade prevalece, então Eu encarno de novo. Para a proteção do bem, para a destruição dos ímpios, e para o estabelecimento do Dharma, eu torno a ser, em todos os tempos</i> ".</p> <p>Sempre que o mundo decai, o Senhor vem para ajudá-lo a seguir em frente, e assim Ele faz de tempos em tempos e um lugar para outro.</p> <p>Em outra passagem Ele fala para este significado: “<i>Onde quer que aches uma grande alma de imenso poder e pureza lutando para elevar a humanidade, saiba que ele é nascido de Meu esplendor, que estou lá a trabalhar através dele</i>”.</p> <p>Vamos, portanto, encontrar a Deus, não só em Jesus de Nazaré, mas em todos os grandes que o precederam, em todos os que vieram depois dele, e todos os que ainda estão por vir.</p> <p>Nossa adoração é ilimitada e livre.</p> <h2><b>Carregando Sua Cruz</b></h2> <p>Eles todos são manifestações do mesmo Deus Infinito. Eles são todos puros e desinteressados; eles lutaram e deram suas vidas por nós, pobres seres humanos. Cada um e todos sofrem expiação vicária por cada um de nós, e também por todos os que hão de vir.</p> <p>Em certo sentido, todos vocês são profetas; cada um de vocês é um Profeta, que carrega o peso do mundo sobre os próprios ombros. Você já viu um homem, você já viu uma mulher, que não esteja silenciosamente, pacientemente, carregando o seu pouco peso da vida?</p> <p>Os grandes profetas eram gigantes – eles carregavam um gigantesco mundo em seus ombros. Comparado com eles somos pigmeus, sem dúvida, mas nós estamos fazendo a mesma tarefa, em nossos pequenos círculos, em nossas pequenas casas, estamos levando nossas pequenas cruzes.</p> <p>Não há ninguém tão mau, ninguém tão sem valor, mas ele tem que carregar a sua própria cruz. <br />Mas com todos os nossos erros, com todos os nossos maus pensamentos e más ações, existe um ponto brilhante em algum lugar, ainda existe em algum lugar o fio de ouro através do qual estamos sempre em contato com o divino.</p> <p>Pois, saiba com certeza, que o momento em que o toque do divino estiver perdido haveria aniquilação.</p> <p>E porque ninguém pode ser aniquilado, há sempre algum lugar no fundo do nosso coração, por mais baixos e degradados que possamos estar, um pequeno círculo de luz que está em constante contato com o divino.</p> <p>Nossas saudações a todos os profetas do passado cujos ensinamentos e vida herdamos, não importa qual tenha sido sua raça, região, ou credo!</p> <p>Nossas saudações a todos os homens e mulheres Divinos que estão trabalhando para ajudar a humanidade, qualquer que seja o seu nascimento, cor ou raça!</p> <p>Nossas saudações a todos aqueles que estão vindo no futuro - Deuses vivos - para trabalhar desinteressadamente para os nossos descendentes.</p> Canto do Dudu - Dudu Lopeshttp://www.blogger.com/profile/09823802994474043506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5309464665228321658.post-13497016288454031362013-08-18T00:00:00.000-03:002013-08-18T00:00:05.464-03:00Cristo, o Mensageiro–Parte III<h5>Texto de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Swami_vivekananda" target="_blank">Swami Vivekananda</a>. <br />Em 1900.</h5> <p><img style="height: 200px; float: left; margin: 4px 10px 0px 0px; display: inline; width: 150px" alt="Swami-Vivekananda.jpg" src="http://cantodaajuda.googlepages.com/Swami-Vivekananda.jpg" width="150" height="200" /></p> <p>POIS, VEJA VOCÊ, de três maneiras o homem percebe Deus.</p> <p>No início, o intelecto subdesenvolvido do homem ignorante vê Deus tão longe, lá em cima nos céus em algum lugar, sentado em um trono, como um grande juiz. Ele olha para Ele como um fogo, como um terror.</p> <p>Agora, isto é bom, pois não há nada de mal nisso. Você deve se lembrar de que a humanidade não viaja do erro para a verdade, mas de verdade em verdade; pode ser, se você preferir, da verdade menor para a verdade maior, mas nunca do erro para a verdade.</p> <h2>As Religiões</h2> <p>Suponha que você comece por aqui e viaje em direção ao sol numa linha reta. Daqui o sol parece pequeno em tamanho. Suponha que você vá em frente milhões de quilômetros, o sol vai parecer muito maior. Em cada fase, o sol vai se tornar cada vez maior.</p> <p>Suponha que vinte mil fotografias foram tiradas do mesmo sol, de diferentes pontos de vista; estas vinte mil fotografias serão todas seguramente diferentes uma da outra. Mas você pode negar que cada uma é uma fotografia do mesmo sol?</p> <p>Assim, todas as formas de religião, altas ou baixas, são apenas diferentes estágios em direção a esse estado eterno de Luz, que é o próprio Deus. Algumas incorporam uma visão mais baixa, outras uma um pouco mais alta, e esta é toda a diferença.</p> <h2>Até Deus </h2> <p>Portanto, as religiões das massas irracionais em todo o mundo devem ser, e sempre foram, de um Deus que está fora do universo, que vive no céu, que governa a partir desse lugar, que castiga o mau e recompensa o bem, e assim por diante.</p> <p>À medida que o homem avançou espiritualmente, ele começou a sentir que Deus era onipresente, que Ele deve estar nele, que ele deve estar em toda parte, que Ele não era um Deus distante, mas evidentemente a Alma de todas as almas.</p> <p>Como a minha alma move meu corpo, assim também Deus é o motor da minha alma. Alma dentro da alma.</p> <p>E algumas pessoas que tinham se desenvolvido o suficiente e eram suficientemente puras, foram ainda mais longe, e finalmente encontraram Deus.</p> <p>Como o Novo Testamento diz: "<i>Bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus.</i>" E eles descobriram, finalmente, que eles e o Pai eram um só. <br />Você descobre que todos esses três estágios são ensinados pelo Grande Mestre no Novo Testamento.</p> <h2><b>Oração</b></h2> <p>Note-se a oração comum que ele ensinou: "<i>Pai nosso, que estais no céu, santificado seja o teu nome</i>", e assim por diante - uma simples oração, a oração de uma criança.</p> <p>Veja, é a "oração comum" porque é destinada para as massas ignorantes.</p> <p>Para um círculo superior, para aqueles que avançaram um pouco mais, ele deu um ensinamento mais elevado: "<i>Eu estou em meu Pai, e vós em mim, e eu em ti</i>".</p> <p>Você se lembra disso?</p> <p>E então, quando os judeus lhe perguntaram quem ele era, ele declarou que ele e seu Pai eram um, e os judeus pensaram que era uma blasfêmia. O que ele quis dizer com isso? Isso foi também dito por seus antigos profetas: "<i>Vós sois deuses, e todos vós filhos do Altíssimo</i>”.</p> <p>Note as mesmas três etapas. Você vai descobrir que é mais fácil para você começar com a primeira e terminar com a última.</p> <h2><b>Pureza</b></h2> <p>O Mensageiro veio para mostrar: que o espírito não está nas formas, que não é através de toda a sorte de dissabores e problemas complicados da filosofia que você conhece o espírito.</p> <p>Era melhor que você não tivesse aprendido, melhor que você nunca tivesse lido um livro em sua vida. Estes não são de todo necessários para a salvação - nem riqueza, nem posição, nem poder, nem mesmo o aprendizado; mas o que é necessário é esta única coisa, pureza.</p> <p>"<i>Bem-aventurados os puros de coração</i>", pois o espírito em sua própria natureza é puro. Como pode ser de outra forma? É de Deus, veio de Deus.</p> <p>Na linguagem da Bíblia, "<i>é o sopro de Deus</i>".</p> <p>Na linguagem do Corão: "<i>é a alma de Deus</i>".</p> <h2><b>Deus e a Impureza</b>.</h2> <p>Você quer dizer que o Espírito de Deus pode de alguma forma ser impuro?</p> <p>Mas, infelizmente, tem sido, por assim dizer, coberto com a poeira e a sujeira das idades, através de nossas próprias ações, boas e más.</p> <p>Várias obras que não estavam corretas, que eram verdadeiras, cobriram o mesmo espírito com a poeira e a sujeira da ignorância das idades.</p> <p>É necessário apenas limpar a poeira e a sujeira, e então o espírito brilha imediatamente. "<i>Bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus</i>".</p> <p>"<i>O Reino dos Céus está dentro de você</i>". Onde tu vais buscar o Reino de Deus, pergunta Jesus de Nazaré, quando ele está lá, dentro de você?</p> <p>Purifique o espírito, e ele está lá. Ele já é seu. Como você pode obter o que não é seu? Ele é seu por direito. Vocês são os herdeiros da imortalidade, filhos do Pai Eterno.</p> <p>Esta é a grande lição do Mensageiro.</p> Canto do Dudu - Dudu Lopeshttp://www.blogger.com/profile/09823802994474043506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5309464665228321658.post-81185645786482842492013-08-04T00:00:00.000-03:002013-08-04T00:00:00.077-03:00Cristo, o Mensageiro–Parte II<h5>Texto de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Swami_vivekananda" target="_blank">Swami Vivekananda</a>. <br />Em 1900.</h5> <p><img style="height: 200px; float: left; margin: 4px 10px 0px 0px; display: inline; width: 150px" alt="Swami-Vivekananda.jpg" src="http://cantodaajuda.googlepages.com/Swami-Vivekananda.jpg" width="150" height="200" /></p> <p>VAMOS AGORA estudar um pouco da vida de Cristo, a Encarnação dos judeus.</p> <p>Quando Cristo nasceu, os judeus estavam nesse estado que eu chamo de um estado de queda entre duas ondas, um estado de conservadorismo, um estado onde a mente humana está, por assim dizer, cansada de avançar por um tempo e está só tomando cuidado do que ela já tem; um estado em que a atenção está mais voltada para as particularidades, para os detalhes, do que para os grandes, gerais, e maiores problemas da vida, um estado de estagnação, ao invés de um seguir adiante; um estado de sofrer mais do que de fazer.</p> <p>Veja, eu não culpo este estado de coisas.</p> <p>Não temos direito de criticá-lo - porque se não fosse por esta queda, a próxima subida, que foi incorporada em Jesus de Nazaré teria sido impossível. Os fariseus e saduceus poderiam ter sido insinceros, eles poderiam ter feito coisas que não deveriam ter feito, eles poderiam ter sido até mesmo hipócritas; mas quaisquer que fossem esses fatores foram a própria causa, da qual o Mensageiro foi o efeito.</p> <p>Os fariseus e saduceus em uma extremidade foram o impulso que saiu do outro lado, como o cérebro gigantesco de Jesus de Nazaré.</p> <h2>A Energia Espiritual</h2> <p>A atenção às formas, às fórmulas, aos detalhes cotidianos da religião, e aos rituais, às vezes pode ser ridicularizada; mas, mesmo assim, dentro deles há força.</p> <p>Muitas vezes, na pressa para avançar perdemos muita força.</p> <p>Como um fato, o fanático é mais forte do que o homem liberal. Mesmo o fanático, portanto, tem uma grande virtude, ele economiza energia, uma quantidade enorme dela.</p> <p>Tal como é com o indivíduo também é com a raça, a energia é reunida para ser conservada.</p> <p>Cercada por todos os lados por inimigos externos, obrigada a se concentrar em um centro pelos romanos, pelas tendências helênicas no mundo do intelecto, pelas ondas da Pérsia, Índia e Alexandria - cercada fisicamente, mentalmente e moralmente – lá estava a raça com uma inerente, conservativa, força tremenda, que os seus descendentes não perderam até hoje.</p> <p>E a raça foi forçada a se concentrar e focar todas as suas energias em Jerusalém e no Judaísmo. Mas todo o poder quando uma vez reunido não pode permanecer recolhido; ele deve gastar-se e expandir-se.</p> <p>Não há poder na terra que pode ser mantido por muito tempo confinado dentro de um limite estreito. Ele não pode ser mantido comprimido por demasiado tempo para permitir a expansão de um período subsequente.</p> <p>Esta energia concentrada entre a raça judaica encontrou sua expressão no período seguinte, no surgimento do Cristianismo.</p> <p>Os córregos recolhidos se reuniram em um corpo. Gradualmente, todos os pequenos riachos se uniram, e tornaram-se uma onda surgindo, no topo da qual encontramos destacando-se a figura de Jesus de Nazaré.</p> <h2>A Criação do Profeta</h2> <p>Assim, cada Profeta é uma criação do seu próprio tempo, a criação do passado de sua raça, ele mesmo é o criador do futuro. A causa de hoje é o efeito do passado e a causa para o futuro. Nesta posição está o Mensageiro.</p> <p>Nele se materializa tudo o que é o melhor e maior em sua própria raça, o significado, a vida, pela qual que essa raça tem lutado por muito tempo; e ele mesmo é o impulso para o futuro, não só para sua própria raça, mas para incontáveis outras raças do mundo.</p> <h2>Jesus do Oriente</h2> <p>Devemos ter outro fato em mente: a minha visão do grande Profeta de Nazaré seria do ponto de vista do Oriente. Muitas vezes você se esquece, também, que o próprio Nazareno era o oriental dos orientais.</p> <p>Com todas as suas tentativas de pintá-lo com olhos azuis e cabelo amarelo, o Nazareno ainda era um oriental. Todas as metáforas, as imagens, com que a Bíblia foi escrita - as cenas, os locais, as atitudes, os grupos, a poesia, o símbolo, - falam com você do Oriente: do céu brilhante, do calor, do sol, do deserto, dos homens sedentos e animais, de homens e mulheres que vêm com jarros em suas cabeças para enchê-los nos poços, dos rebanhos, dos lavradores, do cultivo que está acontecendo ao seu redor; da azenha e roda, da represa, das mós.</p> <p>Tudo isso pode ser visto hoje na Ásia.</p> <h2>Os Gregos</h2> <p>A voz da Ásia tem sido a voz da religião. A voz da Europa é a voz da política. Cada uma é grande em sua própria esfera.</p> <p>A voz da Europa é a voz da Grécia antiga. Para a mente grega, sua sociedade imediata foi tudo em tudo: além disso, é bárbara. Ninguém a não ser o grego tem o direito de viver. O que quer que os gregos façam é certo e correto; tudo o mais que existe no mundo não é nem certo, nem correto, nem deveria ter permissão para viver.</p> <p>É intensamente humana em sua compreensão intensamente natural, intensamente artística, portanto. O grego vive inteiramente neste mundo. Ele não se preocupa em sonhar. Mesmo a poesia é prática.</p> <p>Seus deuses e deusas não são apenas seres humanos, mas intensamente humanos, com todas as paixões e sentimentos humanos, quase o mesmo que como qualquer um de nós.</p> <p>Ele ama o que é belo, mas, lembre-se, é sempre a natureza externa, a beleza das montanhas, das neves, das flores, a beleza das formas e das figuras, a beleza do rosto humano, e, mais frequentemente, na forma humana - isto é o que os gregos gostavam.</p> <p>E os gregos sendo os professores de todos os europeus posteriores; a voz da Europa é grega.</p> <h2>A Ásia</h2> <p>Há outro tipo na Ásia.</p> <p>Pense nesse vasto, imenso continente, cujos topos das montanhas vão além das nuvens, quase tocando a copa do céu azul; um imenso deserto de quilômetros e quilômetros onde uma gota de água não pode ser encontrada, nem uma folha de grama crescer; intermináveis florestas e rios gigantescos correndo para o mar.</p> <p>No meio de todos estes ambientes, o amor oriental pelo belo e pelo sublime desenvolveu-se em outra direção. Ele olhou para dentro, e não fora.</p> <p>Há também a sede pela natureza, e também há a mesma sede de poder; há também a mesma sede por excelência, a mesma ideia do grego e bárbaro, mas ela se estendeu sobre um círculo maior.</p> <p>Na Ásia, ainda hoje, nascimento ou cor ou língua nunca fazem uma raça.</p> <p>O que faz uma raça é a sua religião. Somos todos cristãos, somos todos muçulmanos, somos todos os hindus, ou todos budistas. Não importa se um budista é um chinês, ou é um homem da Pérsia, eles pensam que são irmãos, porque professam a mesma religião.</p> <p>A religião é o laço, a unidade da humanidade.</p> <p>E então, novamente, o oriental, pela mesma razão, é um visionário, um sonhador nato.</p> <p>As ondulações das cachoeiras, o canto dos pássaros, as belezas do sol e da lua e as estrelas e toda a Terra são bastante agradáveis; mas eles não são suficientes para a mente oriental. Ele quer sonhar um sonho além. Ele quer ir além do presente.</p> <p>O presente, por assim dizer, é nada para ele. O Oriente foi o berço da raça humana por muito tempo, e todas as vicissitudes da fortuna estão lá - reinos sucedendo reinos, impérios sucedendo impérios, o poder humano, glória e riqueza, tudo sucedeu lá; um Gólgota de poder e aprendizagem. Esse é o Oriente: o Gólgota de poder, de reinos, de aprendizagem. </p> <p>Não se admire, a mente oriental olha com desprezo para as coisas deste mundo e naturalmente quer ver algo que não muda, algo que não morre, algo que em meio a este mundo de miséria e morte é eterno, bem-aventurado, imortal.</p> <h2>Os Profetas Orientais</h2> <p>Um Profeta oriental não se cansa de insistir a respeito desses ideais; e, como profetas, você também deve se lembrar de que, sem uma única exceção, todos os Mensageiros eram orientais.</p> <p>Vemos, portanto, na vida deste grande Mensageiro de vida, o primeiro lema: "Não esta vida, mas algo superior"; e, como o verdadeiro filho do Oriente, ele é prático nisso.</p> <p>Vocês no Ocidente são práticos em seu próprio departamento, em assuntos militares, e na gestão de círculos políticos e outras coisas. Talvez o Oriental não seja prático nesses meios, mas ele é prático em seu próprio campo, ele é prático na religião.</p> <p>Se alguém prega uma filosofia, amanhã há centenas de pessoas que vão lutar o melhor que podem para praticá-la em suas vidas. Se um homem prega que estar em um pé poderia levá-lo à salvação, ele conseguirá imediatamente quinhentos para ficar em um pé. Você pode chamá-lo de ridículo; mas, veja bem, debaixo disso está sua filosofia – esta intensa praticidade.</p> <h2>Os "Profetas" Ocidentais</h2> <p>No Ocidente, os planos de salvação significam ginástica intelectual - planos que nunca funcionaram, nunca foram trazidos para a vida prática.</p> <p>No Ocidente, o pregador que fala melhor é o maior pregador.</p> <p>Assim, encontramos Jesus de Nazaré, em primeiro lugar, o verdadeiro filho do Oriente, intensamente prático. Ele não tem fé neste mundo evanescente e todos os seus pertences.</p> <p>Não há necessidade de interpretações exageradas e distorcidas (<i>text-torture</i>), como é a moda no Ocidente nos tempos modernos, não há necessidade de esticar os textos até que não se estiquem mais. Os textos não são uma borracha da Índia, e mesmo ela tem seus limites. Então, sem fabricar uma religião para agradar indevidamente ao senso de vaidade dos dias de hoje!</p> <h2>Jesus para os Ocidentais</h2> <p>Veja, sejamos todos honestos.</p> <p>Se não podemos seguir o ideal, vamos confessar a nossa fraqueza, mas não degradá-lo; não deixe qualquer tentativa puxá-lo para baixo. Alguém fica doente do coração diante dos diferentes relatos da vida de Cristo, que os ocidentais dão.</p> <p>Eu não sei o que ele era ou o que ele não era!</p> <p>Alguém poderia fazer dele um grande político; outro, talvez, faria dele um grande general militar; outro, um grande judeu patriótico, e assim por diante.</p> <p>Existe algum fundamento nos livros para todas essas suposições?</p> <h2>O Jesus Verdadeiro</h2> <p>O melhor comentário sobre a vida de um grande mestre é a própria vida dele.</p> <p>"As raposas têm suas tocas e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça."</p> <p>Isso é o que Cristo diz ser o único caminho para a salvação; ele não estabelece nenhum outro caminho. Vamos admitir humildemente que não podemos fazer isso. Nós ainda temos predileção por "mim e minha". Queremos propriedade, dinheiro, riqueza.</p> <p>Ai de nós!</p> <p>Vamos nos confessar e não envergonhar este grande Mestre da Humanidade! Ele não tinha laços familiares. Mas você acha que, aquele Homem tinha quaisquer ideias físicas nele? Você acha que, esta massa de luz, esse Deus e não homem, desceu à terra, para ser o irmão de animais?</p> <p>E, no entanto, as pessoas fazem-no pregar todos os tipos de coisas.</p> <p>Ele não tinha nenhuma ideia do sexo! Ele era uma alma! Nada além de uma alma - apenas manobrando um corpo para o bem da humanidade, e que era toda a sua relação com o corpo.</p> <p>Na alma não há sexo. A alma desencarnada não tem relação com o animal, nenhuma relação com o corpo.</p> <p>O ideal pode estar muito longe, para além de nós. Mas não importa, mantenha o ideal. Vamos admitir que este é o nosso ideal, mas não podemos alcançá-lo ainda.</p> <h2>A Missão de Jesus</h2> <p>Ele não tinha outra ocupação na vida, nenhum outro pensamento, exceto aquele, que ele era um espírito. Ele era um espírito imaterial, ilimitado, não ligado. E não somente isso, mas ele, com a sua visão maravilhosa, descobriu que cada homem e mulher, seja judeu ou gentio, seja rico ou pobre, seja santo ou pecador, era a encarnação do mesmo espírito imortal como ele próprio. </p> <p>Portanto, o único trabalho que toda a sua vida mostrou foi o de chamá-los a realizar sua própria natureza espiritual.</p> <p>Desistam, diz ele, desses sonhos supersticiosos de que vocês são baixos e que vocês são pobres. Não pense que vocês estão sendo espezinhados e tiranizados como se fossem escravos, pois dentro de vocês existe algo que nunca pode ser tiranizado, nunca ser espezinhado, nunca ser incomodado, nunca ser morto.</p> <p>Vocês todos são filhos de Deus, espírito imortal.</p> <p>"<em>Saiba</em>", ele declarou, "<em>o Reino dos Céus está dentro de você.</em>" "<em>Eu e o Pai somos um.</em>"</p> <p>Você se atreveria a se levantar e dizer, não só que "<em>Eu sou o Filho de Deus</em>", mas também encontrar no fundo do meu coração que "<em>Eu e o Pai somos um</em>"?</p> <p>Isso foi o que Jesus de Nazaré disse.</p> <p>Ele nunca fala deste mundo e desta vida. Ele não tem nada a ver com isso, exceto que ele quer se apossar do mundo como ele é, dar-lhe um empurrão e conduzi-lo para a frente e adiante até que todo o mundo tenha atingido a luz resplandecente de Deus, até que todo mundo tenha realizado sua natureza espiritual, até que a morte tenha desaparecido e a miséria banida.</p> <h2>O Jesus Histórico</h2> <p>Nós lemos histórias diferentes que foram escritas sobre ele; conhecemos os estudiosos e os seus escritos, e a mais elevada crítica, e nós sabemos que tudo o que foi conseguido pelo estudo.</p> <p>Nós não estamos aqui para discutir o quanto do Novo Testamento é verdade, nós não estamos aqui para discutir o quanto daquela vida é histórica. Não importa em absoluto se o Novo Testamento foi escrito dentro de 500 anos de seu nascimento, nem importa mesmo, quanto daquela vida é verdadeira.</p> <p>Mas há algo por trás, algo que queremos imitar.</p> <p>Para contar uma mentira, você tem que imitar uma verdade, e esta verdade é um fato. Você não pode imitar o que nunca existiu. Você não consegue imitar aquilo que você nunca percebeu. Mas deve ter havido um núcleo, um enorme poder que desceu, uma manifestação maravilhosa do poder espiritual - e é disso que estamos falando.</p> <p>Isto está ali. </p> <p>Portanto, não temos medo de todas as críticas dos estudiosos. Se eu, como um oriental, tenho que adorar a Jesus de Nazaré, só me resta uma maneira, isto é, adorá-lo como Deus e nada mais. Não temos o direito de adorá-lo dessa maneira, você quer dizer? Se nós O trazemos para o nosso próprio nível e simplesmente prestamos-Lhe um pouco de respeito como um grande homem, por que devemos adorar então? </p> <p align="justify">Nossas escrituras dizem: "<em>Estes grandes filhos da Luz, que manifestam a Luz eles mesmos, que se são Luz eles mesmos, eles, sendo adorados, tornam-se, por assim dizer, um conosco e nos tornamos um só com eles</em>”.</p> Canto do Dudu - Dudu Lopeshttp://www.blogger.com/profile/09823802994474043506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5309464665228321658.post-21262491088455122692013-07-28T06:00:00.000-03:002013-07-28T06:00:00.720-03:00Cristo, o Mensageiro–Parte I<h5>Texto de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Swami_vivekananda" target="_blank">Swami Vivekananda</a>. <br />Em 1900.</h5> <p><img style="height: 200px; float: left; margin: 4px 10px 0px 0px; display: inline; width: 150px" alt="Swami-Vivekananda.jpg" src="http://cantodaajuda.googlepages.com/Swami-Vivekananda.jpg" width="150" height="200" /></p> <p>A ONDA SE LEVANTA no oceano, e surge uma depressão. Novamente outra onda se levanta, talvez maior do que a anterior, para descer de novo, de forma semelhante, para de novo subir – e assim por diante.</p> <p>Na marcha dos acontecimentos, observamos ascensão e queda, e nós geralmente olhamos para a ascensão, esquecendo-nos da queda. Mas ambos são necessários, e ambos são importantes.</p> <p>Esta é a natureza do universo. Seja no mundo dos nossos pensamentos, no mundo das nossas relações sociais, ou em nossos assuntos espirituais, o mesmo movimento sucessivo, de subidas e descidas, está acontecendo.</p> <p>Assim, os ideais liberais são dirigidos adiante, para afundar-se, para digerir, por assim dizer, para ruminar o passado - para ajustar, conservar e reunir forças mais uma vez para uma subida e uma subida maior. </p> <h2><b>Jesus e Sua Época</b></h2> <p>A história das nações também já foi assim.</p> <p>A grande alma, o Mensageiro que estamos a estudar esta tarde, surgiu em um período da história de sua raça que bem podemos designar como uma grande queda.</p> <p>Nós pegamos somente um pouco aqui e ali dos registros dispersos que foram mantidos de seus ditos e feitos; pois na verdade, foi bem dito, que os ditos e feitos daquela grande alma iriam encher o mundo se tivessem todos sido escritos.</p> <p>E os três anos do seu ministério foram como uma era compactada, concentrada, que tem levado 1900 anos para se desenrolar, e quem sabe por quanto tempo ainda vai demorar!</p> <p>Homenzinhos como você e eu somos simplesmente os recipientes de um pouco de energia. Alguns minutos, algumas horas, alguns anos na melhor das hipóteses, são suficientes para gastar tudo, para esticá-la, por assim dizer, em sua força máxima, e então nos vamos para sempre.</p> <h2><b>Jesus e Sua Raça</b></h2> <p>Mas perceba este gigante que surgiu; séculos e eras passam, mas a energia que ele deixou sobre o mundo ainda não está esticada, nem ainda gasta por completo. Ela continua adicionando um novo vigor à medida que as eras passam.</p> <p>Agora, o que você vê na vida de Cristo é a vida de todo o passado. A vida de cada homem é, de certo modo, a vida do passado. Ela vem para ele através da hereditariedade, por meio de um ambiente, através da educação, através de sua própria reencarnação - o passado da raça. De certa forma, o passado da terra, o passado de todo o mundo está lá, em toda alma.</p> <p>O que somos nós, no presente, se não uma consequência, um efeito, nas mãos daquele passado infinito?</p> <p>O que somos nós, se não pequenas ondas flutuantes na eterna corrente dos acontecimentos, irresistivelmente movidos para frente e avante e incapazes de descanso?</p> <p>Mas você e eu somos apenas pequenas coisas, bolhas.</p> <p>Há sempre algumas ondas gigantes no mar dos acontecimentos, e em ti e em mim a vida da raça passada foi incorporada apenas um pouco; mas há gigantes que encarnam, por assim dizer, a quase totalidade do passado e que estendem suas mãos para o futuro.</p> <p>Estes são os postos de sinalização que aqui e ali apontam a marcha da humanidade; estes são, na verdade, gigantescos, suas sombras cobrem a terra - eles permanecem imortais, eternos!</p> <h2><b>Alcançando o Inalcançável</b></h2> <p>Como já foi dito pelo mesmo Mensageiro, "Ninguém jamais viu a Deus, se não por meio do Filho".</p> <p>E isso é verdade. E onde veremos a Deus, se não no Filho?</p> <p>É verdade que você e eu, e os mais pobres de nós, o pior mesmo, encarna este Deus, e mesmo reflete este Deus. A vibração da luz está em toda parte, onipresente; mas temos que acender a luz da lâmpada, antes de podermos ver a luz.</p> <p>O Deus Onipresente do universo não pode ser visto até que Ele seja refletido por essas lâmpadas gigantes da terra - os Profetas, os homens-Deuses, as Encarnações, as personificações de Deus.</p> <p>Todos nós sabemos que Deus existe, e ainda assim não O vemos, nós não O entendemos. Pegue um desses grandes Mensageiros da Luz, compare seu caráter com o maior ideal de Deus que você já conseguiu formar, e você vai descobrir que o seu Deus está aquém do ideal, e que o caráter do Profeta excede suas concepções.</p> <h2><b>O Ideal Mais Elevado Personificado</b></h2> <p>Você não pode sequer formar um ideal mais elevado de Deus do que aquele que o encarnou realmente realizou na prática e colocou diante de nós como um exemplo.</p> <p>É errado, portanto, adorá-los como Deus?</p> <p>É um pecado cair aos pés desses homens-Deuses e adorá-los como os únicos seres divinos no mundo? Se eles estão realmente, na verdade, acima de todas as nossas concepções de Deus, que mal há em adorá-los?</p> <p>Não só não existe nenhum dano, mas é a única forma possível e positiva de adoração. Por mais que você tente lutar, por abstração, por qualquer método que você goste, desde que você é um homem do mundo dos homens, o seu mundo é humano, a sua religião é humana, e seu Deus é humano.</p> <p>E isto deve ser assim.</p> <p>Quem não é prático o suficiente para assumir uma coisa que realmente existe e desistir de uma ideia que é apenas uma abstração, que ele não pode compreender, e é difícil de se aproximar exceto através de um meio concreto?</p> <p>Portanto, essas Encarnações de Deus têm sido adoradas em todas as épocas e em todos os países.</p> Canto do Dudu - Dudu Lopeshttp://www.blogger.com/profile/09823802994474043506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5309464665228321658.post-47267302815607573492013-07-03T00:00:00.000-03:002013-07-03T00:00:02.982-03:00Relações de Amor e Ódio<h5>Texto de Eckhart Tolle.</h5> <p style="text-align: justify"><img style="float: left; margin: 4px 10px 0px 0px; display: inline" align="left" src="https://sites.google.com/site/cantododudu/imagens/Eckhart-Tolle.jpg" /></p> <p>A NÃO SER QUE, e até que, você aceda à frequência consciente da presença, todos os relacionamentos, e particularmente os relacionamentos íntimos, serão profundamente imperfeitos e até mesmo disfuncionais.</p> <p>Poderão parecer perfeitos durante algum tempo, como por exemplo quando você está “apaixonado”, mas invariavelmente essa perfeição aparente será destruída à medida que começarem a ocorrer, com repetida frequência, as discussões, os conflitos, a insatisfação e a violência emocional e até mesmo física.</p> <p>Dir-se-ia que, na sua maioria e a curto prazo, os "relacionamentos de amor" se transformam em relacionamentos amor/ódio. O amor poderá então, num abrir e fechar de olhos, transformar-se em ataques selvagens, sentimentos de hostilidade e perda total do afeto.</p> <p>Isto é considerado normal.</p> <p>Então, durante algum tempo (alguns meses ou alguns anos), o relacionamento oscilará entre as polaridades "amor" e ódio, e dar-lhe-á tanto prazer como sofrimento.</p> <h2>Viciando no Ódio… e no Amor</h2> <p>Não é raro os casais tornarem-se viciados nestes ciclos. O drama fá-los sentirem-se vivos. Quando se perder o equilíbrio entre as polaridades positiva e negativa e os ciclos negativos e destrutivos ocorrerem com uma frequência e uma intensidade cada vez maiores, o que mais cedo ou mais tarde acabará por acontecer, então não demorará muito até o relacionamento chegar ao fim.</p> <p>Você pode pensar que, se pelo menos conseguisse eliminar os ciclos negativos ou destrutivos, então tudo correria bem e o relacionamento poderia florescer muito bem – <a name="bookmark59">m</a>as, infelizmente, tal não é possível. As polaridades são interdependentes.</p> <p>Não pode haver uma sem a outra. A positiva já contém em si a negativa de forma latente. Ambas são de fato aspectos diferentes da mesma disfunção.</p> <h2>Existem Amores e Amores</h2> <p>Estou a falar aqui daquilo a que normalmente se chama relacionamentos românticos - e não do amor verdadeiro, o qual não possui oposto porque a sua origem transcende a mente.</p> <p>O amor, como estado permanente, é ainda muito raro - tão raro como os seres humanos conscientes. No entanto, é possível obter vislumbres breves e fugidios sempre que se dá  um hiato no caudal da mente.</p> <h2>Amor Doente</h2> <p>É evidente que o lado negativo de um relacionamento é mais facilmente reconhecido como disfuncional do que o lado positivo. E é igualmente mais fácil reconhecer a fonte da negatividade no seu parceiro do que reconhecê-la em si próprio.</p> <p>Pode revestir-se de muitas formas: sentimento de posse, ciúme, repressão, introversão e ressentimento não expresso, necessidade de ter razão, insensibilidade e egoísmo, exigência e manipulação emocionais, desejo incontrolável de discutir, criticar, julgar, acusar ou atacar, ira, vingança inconsciente por sofrimentos infligidos no passado por um dos seus pais, raiva e violência física.</p> <p>No lado positivo, você está "apaixonado" pelo seu parceiro. Ao princípio, é um estado que lhe dá muitíssima satisfação. Você sente-se intensamente vivo.</p> <p>É como se, de repente, a sua existência fizesse sentido porque alguém precisa de si, o faz sentir especial, e você retribui da mesma maneira. Quando estão juntos, você sente-se completo. O sentimento pode tornar-se tão intenso que o resto do mundo se torna insignificante.</p> <h2>Viciando no Outro</h2> <p>No entanto, você poderá já ter notado que, nessa intensidade, existe alguma coisa de necessidade e de apego. Fica viciado na outra pessoa.</p> <p>Essa pessoa tem sobre si o efeito de uma droga.</p> <p>Está bem quando a droga está ao seu alcance, mas a mera possibilidade ou mesmo a hipótese de que ela poderá deixar de estar à sua disposição poderá levá-lo ao ciúme, ao sentimento de posse, a tentativas de manipulação através de chantagem emocional, a culpar e a acusar o outro - ao medo da perda.</p> <p>Se a outra pessoa o deixar, isso poderá dar origem à mais intensa hostilidade ou ao mais profundo sofrimento e desespero. Num instante, a ternura amorosa poderá transformar-se numa agressividade feroz ou num desgosto terrível.</p> <p>Onde está agora o amor? Pode o amor transformar-se no seu oposto em tão pouco tempo? E, no fundo, era amor, ou apenas um vício de avidez e apego?</p> Canto do Dudu - Dudu Lopeshttp://www.blogger.com/profile/09823802994474043506noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5309464665228321658.post-58365857646577799992013-06-26T12:01:00.000-03:002013-08-02T13:05:49.753-03:00A Liberação do Ser<h5>Texto de SWAMI TILAK.</h5> <p style="text-align: justify"><img style="float: left; margin: 4px 10px 0px 0px; display: inline" align="left" src="https://sites.google.com/site/cantododudu/imagens/Swami-Tilak.jpg" /></p> <p>A CULTURA DE UM PAÍS é mais importante que nenhuma outra coisa no mundo.</p> <p>Em Sânscrito, o idioma sagrado da índia, Cultura se chama "SANSKRITI”, está relacionada com Samskara, que em realidade é a impressão que se cria.</p> <p>Toda pessoa durante sua vida recebe impressões criativas. Nasce como um animal, mas depois obtém impressões profundas que mudam sua vida. </p> <p>Em verdade, o ser humano está entre a animalidade, por um lado e a divindade por outro. O ser humano, em sua vida, tem a grande oportunidade de escolher entre a animalidade e a divindade.</p> <h2>A Criação da Personalidade</h2> <p>Quando recebe novas impressões uma pessoa muda sua vida. Nesse momento, em verdade, a personalidade é criada.</p> <p>É a criação do homem.</p> <p>Em Sânscrito, as pessoas cultas chamam-se DVIJAS. A palavra DVIJA significa que uma pessoa nasce duas vezes. Esta palavra também se usa para os pássaros, já que estes nascem duas vezes: uma vez, no útero de sua mãe, na forma de ovo e depois, ao sair da casca.</p> <h2>O Ovo da Ignorância</h2> <p>Igualmente, uma pessoa nasce fisicamente do útero de sua mãe, com a casca da ignorância ao redor dela. O homem tem que sair desta casca, o que não é fácil, pois nem todas as pessoas estão preparadas para receber a Sabedoria.</p> <p>Sem dúvida, quem quer ter a Sabedoria em sua vida, deve desapegar-se de todas as coisas que causam escravidão. Infelizmente as pessoas não querem ter a Liberdade, a Liberação!</p> <p>A Liberação não é dada por uma ou outra pessoa e nem está em um lugar ou outro. A Liberação é propriedade do Ser mesmo, e a pessoa mesma tem que realizar esta Liberação. </p> <p>Lembro-me de um incidente. </p> <p>Havia uma mulher muito bela que queria casar-se com um jovem, mas tinha muito orgulho; não queria se casar com alguém menos poderoso que ela. Pois ela tinha o poder de ver todas as coisas no mundo.</p> <p>Ninguém podia ocultar-se dela em parte alguma.</p> <p>Então, estabeleceu que ela se casaria com o jovem que pudesse ocultar-se dela. Assim, todos os jovens tiveram problemas e trataram de se esconder no céu, na terra, no oceano, mas ela os podia ver. </p> <p>Finalmente, um jovem que havia aceitado o desafio, escondeu-se debaixo da cama dela. Procurou-o por todas as partes, mas não imaginou que o jovem pudesse estar debaixo da sua cama. Desta maneira ele pôde vencê-la. </p> <h2>A Verdade Debaixo da Cama</h2> <p>Amigos meus, a Verdade, a Perfeição, a Liberação estão presentes debaixo de nosso leito.</p> <p>Nós tratamos de buscar a liberação em todo o mundo. Buscamos a Verdade no Templo, na Igreja, nos livros, em partes diferentes, tanto nos céus, como nos infernos, então ficamos sem muito tempo para buscar a Liberação em nós mesmos.</p> <p>Eis então que a Espiritualidade se nos apresenta para convencer-nos e dizer que a Liberação está presente em você.</p> <p>A Verdade é de sua propriedade porque o que é imperfeito, não pode fazer-se perfeito nunca, e o que é perfeito não pode tornar-se imperfeito.</p> <p>Nenhuma matemática há que possa converter o infinito em finito, e nem finito em infinito. O infinito sempre é infinito; e o finito é finito sempre.</p> <p>Por isso o Senhor Krishna diz no Bhagavad Gita:</p> <blockquote> <p align="justify"><em>O que não existe, não poderá existir nunca e o que existe não pode deixar de existir; não pode destruir-se.</em></p> </blockquote> <p>Agora têm que decidir: existimos ou não existimos?</p> <p>Ora, se existimos agora, aqui, existimos sempre. Nenhuma coisa há que possa mudar a natureza da existência. </p> <h2>As Coisas Mudam</h2> <p>Neste momento também temos que definir a existência. Talvez confundamos existência com percepção.</p> <p>A percepção é somente momentânea, porque todas as percepções estão relacionadas com a mutabilidade, já que todas as formas mudam. Não podemos ver qualquer coisa que tenha forma e não mude. Todas as coisas mudam, mas detrás de todas as coisas há algo que não muda.</p> <p>Por exemplo, quando vamos ao cinema, no filme vemos um ator que aparece numa forma peculiar e o vemos nessa forma, representando um papel. Vemos ao outro nessa forma, mas não o vemos em sua forma real. </p> <p>No dia seguinte, voltamos ao cinema para ver o mesmo ator mas em outro papel. Podemos ir ao cinema a vida inteira mas não poderemos ver o ator em sua forma verdadeira, no cinema. Daí tirarmos a conclusão que o ator se apresenta sempre, mas nunca em sua forma real. </p> <p>Igualmente todo o Universo é uma sala de espetáculo.</p> <p>O grande ator do Universo é o Ser Universal, o Ser Eterno, Deus, Brahman. Muitos nomes podemos dar-Lhe, mas eu não tenho interesse no nome. O nome também é transitório, embora os nomes tenham seu significado.</p> <p>Por exemplo, Brahman; que é Brahman? Em realidade não é o que podemos conhecer pelo nome. O Brahman é o que pode existir em todas as formas, sem afetar-se por nenhuma forma. Isso é Brahman. Que é o Atman? O Atman é a Verdade que está presente em todo o Universo. </p> <h2>Deus Cria, Mantém e Destrói</h2> <p>A palavra GOD em inglês, também tem sua explicação especial. GOD tem três letras G, O e D. G significa Gerador, O significa Ordenador e D significa Destruidor.</p> <p>Então Deus é quem cria, o que conserva e o que destrói, simultaneamente.</p> <p>A ideia muito peculiar que nós temos é que num determinado momento uma coisa se cria, em outro momento conserva-se e em outro momento se destrói mas não é certo. </p> <p>Simultaneamente os três processos estão presentes em qualquer fenômeno. Simultaneamente! Nenhuma construção há sem destruição. </p> <p>Simplesmente nossa inteligência limitada trata de enganar-nos.</p> <p>Por exemplo, quando se constrói um edifício, dizemos:</p> <p>- Ó, mais se constrói um edifício.</p> <p>Muito bem! Mas nenhum edifício pode construir-se sem a destruição de rochas. Que são em verdade as pedras que se usam na construção de um edifício? As pedras são a destruição da rocha.</p> <p>Uma pessoa diz:</p> <p>- Agora sou muito jovem.</p> <p>Muito bem! Mas nenhuma juventude é possível sem a destruição da infância. Assim acontecem simultaneamente a construção e a destruição contínuas e, entre a construção e a destruição permanece a corrente interminável da Existência.</p> <h2>Existência Contínua</h2> <p>Esta corrente da Existência evidentemente contínua chama-se continuidade. Nenhuma continuidade é possível sem a corrente da existência interminável.</p> <p>A existência não é afetada pela criação ou pela destruição. A construção e a destruição, simplesmente são dois termos visíveis da verdade invisível. Quem possa compreender esta verdade, nenhum tipo de escravidão tem.</p> <h2>A Escravidão dos Milagres</h2> <p>Tem-se fé nos milagres, mas eu sempre digo: amigos meus, o milagre é outro tipo de escravidão. Um dia disseram-me:</p> <p>- Os Swamis meramente falam sobre filosofia, mas não realizam milagre algum.</p> <p>Em meu coração eu disse:</p> <p>- Que tipo de compreensão é essa? O milagre é simplesmente uma mudança, nada mais.</p> <p>Supondo que haja aqui um copo e que eu tenha grande poder em mudar esse copo em ouro, as pessoas logo creriam e diriam:</p> <p>- Swami tem um grande poder!</p> <p>Mas nesse momento não pensariam que o ouro e o vidro, ambos são destrutíveis. Quem tem paixão pelo ouro, ou pelo vidro, ambos são escravos. A escravidão do ouro e a escravidão do vidro, ambos são iguais. Uma pessoa que está numa prisão de ouro, também é um prisioneiro. </p> <h2>Liberdade</h2> <p>A Espiritualidade diz que temos que eliminar todos os tipos de escravidão.</p> <p>Quem não pode ter essa forma, essa força, esse valor, não poderá empreender esse caminho, o da Espiritualidade.</p> <p>O caminho da espiritualidade não é simplesmente outro tipo de dependência. As pessoas sempre buscam um tipo ou outro de dependência. Sempre a dependência!</p> <p>De Swami Tilak, também é uma dependência? Também é uma dependência!</p> <p>Em verdade, os Profetas, os Filhos de Deus, os Avatares, todos vêm para dar a mensagem da Liberdade e Eles dizem:</p> <blockquote> <p align="center">"A Liberdade está em nós".</p> </blockquote> <p>Quando Cristo diz:</p> <blockquote> <p align="center">"Eu estou em meu Pai e Meu Pai está em mim. <br />Eu estou em vós e vós, em mim"</p> </blockquote> <p>Significa que Cristo não quer fazer-nos seus escravos. Quem não tem liberdade em sua vida, trata de fazer os outros seus escravos! Isso não é Espiritualidade! </p> <h2>A Religião Escraviza?</h2> <p>Eu sei que agora há muita confusão. Os jovens dizem:</p> <p>- Nós não acreditamos em Religião, em Espiritualidade.</p> <p>Eu pergunto aos estudantes:</p> <p>- Por que não?</p> <p>- Swami, a religião nos faz escravos.</p> <p>- Não, amigos meus, não é certo. A Religião, a Espiritualidade, o Yoga, não fazem ninguém escravo. </p> <p>Na Austrália demos uma palestra e depois da palestra um jovem disse:</p> <p>- Swami, sua palestra é muito boa, mas há um defeito nela.</p> <p>Eu disse:</p> <p>- Amigo meu, você deve dizê-lo.</p> <p>- O senhor, Swami, fala sobre Deus.</p> <p>Então perguntei:</p> <p>- Que falta há em Deus?</p> <p>- Swami, Deus nos explora.</p> <p>- Amigo meu, Deus não explora, as pessoas exploram em nome de Deus; são pessoas as que exploram.. Então por culpa dos outros, você não deve condenar Deus. Deus não faz nada, então Deus não é culpável. </p> <h2>A Unidade</h2> <p>As pessoas culpáveis podem fazer as coisas más em nome de Deus, e também podem fazer as coisas más em nome da humanidade!</p> <p>As pessoas fazem muitas coisas más.</p> <p>Você não pode dizer "eu não sou homem" só porque homens fazem coisas más em nome do homem. Em lugar de eliminar Deus, devemos resistir a esses ataques e defendê-Lo apropriadamente, devemos seguir a Deus apropriadamente.</p> <p>Deus está em nós, nós somos Um com Deus e devemos realizar a Deus. Quem realiza Deus, realiza em verdade sua Existência! Sua existência não é diferente de Deus e Deus não é diferente do Homem! </p> <p>Quando nós estamos em nossos sonhos, temos a ideia que somos diferentes do sonhador que cria todo o sonho... Logo que nos despertamos, não fica diferença alguma entre o sonhador e eu. Eu sou o sonhador.</p> <p>Igualmente, Deus está além do Tempo e do Espaço. O que existe no Tempo e no Espaço, pode dividir-se, mas o que existe além do Tempo e do Espaço, nunca pode dividir-se. Então não podemos dizer que não somos parte de Deus! Nenhuma diferença há entre Mim e Ele! Quando nenhuma diferença fica entre Mim e Ele, na minha Consciência, então se dá a Liberação!</p> <h2>A Dualidade</h2> <p>Quando nós sentimos a diferença entre Nós, então há dualidade! A dualidade é a fonte da Escravidão! Mas logo que se dissolva a dualidade, nenhuma causa de escravidão fica. A Liberação é a Unidade de tudo! Tudo o mais está em. Tudo. Tudo existe sempre! </p> <p>Vocês conhecem o importante episódio da Bíblia, de Adão e Eva, Deus criou Adão e depois criou a Eva. Eva, em realidade, era uma parte de Adão! No Paraíso haviam duas árvores: a árvore da Vida e a árvore da Sabedoria. Esta árvore tinha o fruto do mal e o fruto do bem. </p> <p>Amigos meus, o Paraíso está aqui, neste momento também. O desejo produz o fruto do mal e o fruto do bem. Ninguém pode ter um desejo sem ter a ideia do mal e do bem. Então Deus diz: "O Homem não deve comer do fruto do desejo". Não aceitando o conselho do Senhor o homem quer esconder-se sob a roupagem de seu Ego. O Ego cria a diferença entre o homem e Deus. </p> <p>A água no lago e no copo é a mesma; mas quando pomos água no copo, a água nos parece ter a forma do copo. Então a forma do copo é a roupagem da água.</p> <p>Assim, em nós todos, criamos as paredes e roupagem do ego.</p> <p>O ego é responsável por criar a separação entre Deus e o homem. O ego cria o sentido do Tempo e do Espaço. O ego cria o sentido do nascimento e da morte.</p> <p>Todos os sentidos que limitam, resultam do ego, como toda limitação da matéria está presente no átomo! O átomo, interiormente, é energia infinita, mas sua estrutura exterior o separa da fonte da energia. Assim, as limitações do ego nas separações de Deus! </p> <p>O ar do ego é muito forte. Quem puder fincar a borbulha de seu ego, o ar de seu apego se vai imediatamente, então não fica mais nada, exceto a água de Deus. Agora, tem-se a Liberação! A Liberação do Ego é a Liberação real! </p> <h2>O Ego é um Espelho</h2> <p>Nosso dever consiste em realizar que, os 'objetos' dos sentidos são simples 'percepções dos sentidos'. Em verdade não 'vemos' diretamente os objetos; apenas sentimos a percepção sensória dos sentidos. Nenhum sentido pode sentir nada sem o poder da mente. Então em todos os sentidos está presente a mente. Todos os sentidos são o jogo da mente! Mas a mente age com o poder do intelecto e o intelecto não pode fazer nada sem o Ser! Assim é que o Ser está em tudo, é tudo! Tudo está no Ser! </p> <p>Quando em Barranquilla, Colômbia, eu disse isso, um Reverendo Padre perguntou-me:</p> <p>- Swami, e depois de dissolver o ego, o que é que fica?</p> <p>Eu respondi:</p> <p>- Bem, agora quem está a perguntar?</p> <p>Porque todas as perguntas são resultados do ego. Por exemplo, eu vejo meu reflexo no espelho e todas as pessoas, incluindo vocês, podem ver seu reflexo no espelho. Mas quando esse espelho se quebra, quem pode ver seu reflexo? Todos os reflexos do mundo estão presentes no espelho do ego! </p> <p>Quando o espelho do ego se quebra, nada resta, exceto a base do ego. A base do ego sempre é a mesma em todos: Deus, o Ser Supremo. Quem realiza esta verdade é livre. Tem Liberdade! </p> <h2>O Cocô e a Dualidade</h2> <p>Há três etapas na Realização.</p> <p>A princípio uma pessoa deve escutar as palavras dos seres Realizados e não apenas ler os livros. Algumas vezes, quando falo com jovens, eles me dizem:</p> <p>- Swami, nós temos muitos livros e lemos...</p> <p>Ler é uma coisa muito diferente de Realização, porque as palavras não podem manifestar sua Realidade enquanto nossa mente não esteja limpa. </p> <p>Não é pelo fato de ler que se pode dar a Realização. Eu sei que tipo de 'realização' têm as pessoas!</p> <p>A propósito, havia um rei que encontrou um grande Mestre. O Mestre disse ao rei:</p> <p>- Tudo é o mesmo; tudo é você, TAT TVAM ASI. Tu és a Verdade.</p> <p>Então o rei, interpretando a seu modo essas palavras, acreditou que já tinha a Realização perfeita em sua vida. Depois de alguns dias, a rainha, esposa do rei, disse-lhe:</p> <p>- Querido, nossa filha tem que se casar. Já é maior de idade.</p> <p>O rei, segundo sua compreensão de filosofia, replicou:</p> <p>- No mundo nada existe a não ser eu, logo nenhuma diferença há entre o esposo da princesa e eu; assim ela pode viver comigo.</p> <p>Então a rainha teve grande temor, já que toda a tradição estava prestes a destruir-se. Foi ter com o Mestre dizendo-lhe:</p> <p>- Mestre, seus ensinamentos são muito perigosos.</p> <p>- Que está acontecendo?</p> <p>- Toda a tradição pode destruir-se pelos seus ensinamentos. A mente de meu esposo está completamente transtornada.</p> <p>Depois de escutar todo o relato, o Mestre disse-lhe:</p> <p>- Não se preocupe, por favor. Amanhã farei uma visita ao palácio e comerei com o rei. Você deverá pôr nos pratos, um pouco de excremento.</p> <p>- Meu esposo pode matar-me.</p> <p>O Mestre disse:</p> <p>- Não deve preocupar-se. A vida é para manter a virtude.</p> <p>No dia seguinte, quando o Mestre estava no palácio e já estavam todos à mesa, chegaram os pratos e neles havia um pouco de excremento. Logo que o rei viu o excremento, zangou-se terrivelmente e queria matar a rainha.</p> <p>Mas o Mestre segurou o braço do rei e disse:</p> <p>- Que tipo de sabedoria tens tu? Ontem nenhuma diferença fazias entre tua filha e teu futuro esposo, e agora estabeleces diferença entre a comida e o excremento? Se tudo és tu e nada existe exceto tu, o excremento tampouco existe.</p> <p>Isso é a grande confusão, amigos meus! Aquele que diferencia entre comida e excremento, tem que diferenciar tudo em toda parte! </p> <h2>Ver as Diferenças</h2> <p>Em Los Angeles, onde dei uma conferência no Instituto de Yoga, eu disse:</p> <p>- Amigos meus, mediante o Yoga vocês devem diferenciar o bem do mal.</p> <p>Os estudantes disseram:</p> <p>- Swami, nós somos yogues, não diferenciamos.</p> <p>Então eu disse:</p> <p>- Amigos meus, vocês diferenciam sim, eu sei. Apenas falam, mas sua consciência ainda aceita as diferenças.</p> <p>O Senhor Krishna diz no Bhagavad Gita, como o Sábio deve comportar-se no mundo. Não deve perturbar a tradição. </p> <p>Agora, neste momento, estamos na "Casa da Cultura".</p> <p>Quero dizer com muita franqueza que em nome da Espiritualidade, nenhuma pessoa deve perturbar a cultura. A cultura é necessária para manter a tradição.</p> <p>Então, na Consciência, a realização da Unidade, da Verdade e, no mundo, a observação da Tradição! Ambas são necessárias.</p> <p>O Senhor Buddha, Cristo, Krishna, Rama, todos eram grandes Yogues, mas simultaneamente trataram de estabelecer a tradição.</p> <p>Assim, Cristo diz:</p> <blockquote> <p align="center"><em>Eu vim para cumprir a Lei.</em></p> </blockquote> <p>Cristo não disse "estou aqui para destruir ou para contradizer aos Profetas".</p> <p>O Senhor Krishna também diz o mesmo:</p> <blockquote> <p align="center">Quando se perturba a virtude e sobrevém o mal, <br />eu nasço como Homem e trato de destruir todo o mal <br />e de restabelecer a virtude.</p> </blockquote> <p>Em realidade, toda virtude é a manifestação da Divindade no mundo e tanto em Deus como na pessoa que está livre, nenhum mal existe nem tampouco bem algum.</p> <h2>Tudo Está em Todos</h2> <p>Tudo é Uno.</p> <p>Assim, o amor está em todos. Mas quando o Senhor Krishna diz que um Sábio nenhuma diferença faz entre um cão, um Sábio, uma prostituta e uma vaca, nenhuma pessoa deve interpretar que Krishna não vê diferença entre uma esposa e uma prostituta!</p> <p>Ele simplesmente quer dizer que o Yogue não odeia a quem quer que seja.</p> <p>Quando um cão está na frente dele, lhe dá comida, quando a vaca está presente, lhe dá comida. Mas sem dúvida que o Yogue não dá a comida do cão à vaca! Ambos necessitam de comida e o Yogue está interessado na questão da comida de ambos, mas aceita a natureza de cada um. </p> <h2>Amar e Seguir</h2> <p>Há diferença entre um ladrão e um santo. O Sábio não diferencia entre o Santo e o ladrão; ama a ambos, mas respeita ao Santo e não pode respeitar a atitude do ladrão. Segue ao Santo, mas não pode seguir ao ladrão. Há uma diferença entre amar e 'seguir'.</p> <p>Quando as Escrituras dizem que um Santo e Sábio deve amar a todos, não dizem que se deve seguir a todos. Seguir é uma coisa, amar é outra. Então o Homem de Realização também tem que agir segundo as Leis Divinas. </p> <p>As pessoas também creem que os Santos e os Sábios não agem, que sentam em suas covas, ou que sempre estão a sós com seus pensamentos.</p> <p>Mas não é certo.</p> <p>Os Santos também veem e se apresentam como nós. Cristo não tinha dez cabeças, não é? O Senhor Buddha não tinha vinte pés.</p> <p>Todos os Seres Realizados viviam como pessoas comuns. Mas há uma grande diferença entre o mundo interior de uma pessoa comum e o mundo interior dos Sábios e Santos.</p> <p>Qual é a definição de um Homem de equilíbrio? É que este no momento da miséria, nenhuma tristeza sente e em presença dos prazeres, também nenhuma alegria sente. Os prazeres vêm, e assim como vêm, se vão; a miséria também vem e se vai.</p> <p>Ele nenhum apego tem, nem medo algum. Essa pessoa não se preocupa com nada, mesmo que se ocupe. Atua com 'motivo' definido, mas não se preocupa pelo resultado, ou pelo fruto. Não elogia nem critica as pessoas sem necessidade. </p> <h2>Elogio e Sinceridade</h2> <p>As pessoas têm a tendência de agradecerem-se mutuamente em nome da 'etiqueta', não é? Admiramos outras pessoas somente para receber sua admiração. Isso é orgulho, é vaidade. É artificialidade. No campo da Espiritualidade, o artifício de nada pode servir! Toda a formalidade, todo artifício devem ser eliminados.</p> <p>Isso é certo.</p> <p>As palavras que carecem de sinceridade enganam a outras pessoas e, finalmente tratam de enganar a nós mesmos também. Não se deve odiar nem se deve elogiar aos outros, sem necessidade. </p> <p>Muitas vezes as pessoas dizem:</p> <p>- Swami é muito duro, e diz palavras muito duras.</p> <p>Mas o Swami, a ninguém trata de enganar. Um Swami tem que dizer em realidade, o que você é. A verdade sempre é amarga, e o falso é muito doce; mas o falso, depois nos cria muitos problemas. Por isso, deve-se habituar-se à Verdade. </p> <h2>Exagerando no Desejo</h2> <p>Por outro lado, quando se pensa nos objetos dos sentidos, a pessoa começa a sentir apego para com esses objetos. Este apego cria o desejo e, quando o desejo não se cumpre, cria-se cólera.</p> <p>A cólera termina na ilusão e a ilusão na confusão; a confusão acaba na perda do discernimento. Desta maneira o homem é completamente destruído.</p> <p>Então uma pessoa deve controlar seus sentidos por meio da mente; deve controlar a mente pelo intelecto e deve dirigir o intelecto por meio da Sabedoria do próprio Ser. Então, a pessoa é um oceano pleno e plácido. Os rios vêm trazendo muita água, mas o oceano nunca se perturba. Assim, uma pessoa de equilíbrio recebe todas as coisas desejáveis, mas não se perturba nunca. Essa pessoa tem a tranquilidade eterna. </p> <p>As pessoas que têm desejos, nunca podem obter a paz.</p> <p>A liberação da perturbação, a liberação da intranquilidade e da preocupação, é a liberação perfeita. A liberação da intranquilidade não é possível enquanto uma pessoa não conheça sua existência eterna! A Existência Eterna, o Ser, é a fonte de toda a liberação. </p> <blockquote> <p align="center">"O Ser está embaixo, <br />Está em cima, <br />Está em frente, <br />Está detrás. <br />Está à esquerda, <br />Está à direita". </p> </blockquote> <p>Em todas partes está o Ser. Nós sempre devemos gozar nossa existência. </p> <h2>Independência em Pensar</h2> <p>Por tudo o que foi dito, a princípio, temos de Escutar, depois, contemplar e finalmente vem a meditação. Devemos escutar as palavras dos Sábios, devemos pensar nelas, devemos assimilá-las, devemos digerir essas palavras. Não devemos repetir simplesmente que o Swami Tilak diz, a Bíblia diz, ou o Bhagavad Gita diz.</p> <p>O que Cristo e Krishna dizem estava com Cristo e com Krishna, mas o que <strong><em>você</em></strong> diz está <strong><em>em</em></strong> e <em><strong>com</strong></em> você, é <em><strong>para você</strong></em>, é a causa da liberação de você! Ou seja, enquanto eu não estiver de posse da <em>visão</em> direta da Verdade, de fato não tem muita importância para mim ou para você as importantes palavras que digam outros, por mais divinos que sejam!</p> <p>A comida ou alimento que comeu Cristo, não pode tirar minha fome. A comida que comeu Krishna tampouco pode tirar minha fome. Cada pessoa necessita de sua comida; assim também, cada pessoa necessita de sua Sabedoria, de sua própria Liberação. </p> <p>Por isso uma pessoa deve contemplar apropriadamente. Depois de contemplar, então pode meditar. A Meditação significa focalizar a mente totalmente nesta Verdade: <em>nada existe, exceto o Ser</em>, e exceto Deus. Quem puder focar sua mente, sempre, nesta Verdade, nunca pode perturbar-se. </p> <p>Om Shanti, Shanti, Shanti </p> <p>Om PAZ, PAZ, PAZ</p> Canto do Dudu - Dudu Lopeshttp://www.blogger.com/profile/09823802994474043506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5309464665228321658.post-18851280957808938882013-06-19T00:01:00.000-03:002013-06-19T00:01:00.283-03:00Cristo e o Conhecimento<h5>Texto de SWAMI PRABHAVANANDA <br />no livro “O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta”</h5> <p style="text-align: justify"><img style="float: left; margin: 4px 10px 0px 0px; display: inline" align="left" src="https://a33a9dbf-a-62cb3a1a-s-sites.googlegroups.com/site/cantododudu/imagens/swami-prabhavananda.jpg" /></p> <p>ANTES DE CHEGADA A hora de pronunciar o Sermão da Montanha, Jesus pregou por toda a Galiléia.</p> <p>As novas revelavam um mestre extraordinário, e multidões afluíam para vê-lo — como haviam feito há milhares de anos no Oriente, e ainda o fazem, à aproximação de um homem-Deus.</p> <p>Jesus ensinava as multidões de acordo com a capacidade delas; mas o Sermão que contém seus ensinamentos mais elevados reservou-o ele para os seus discípulos, para aqueles que estavam espiritualmente preparados.</p> <p>Levou-os à encosta de uma colina, onde não seriam interrompidos pelos que não estivessem preocupados com sua verdade suprema.</p> <h2>O Conhecimento Popular e o Seleto</h2> <p>Todo mestre espiritual, seja uma encarnação divina ou uma alma iluminada, tem dois conjuntos de ensinamentos — um para a multidão, outro para os discípulos.</p> <p>O mestre espiritual prepara o caminho de sua mensagem com lições genéricas.</p> <p>A verdade profunda da religião ele a revela apenas aos discípulos íntimos. </p> <p>Porque a religião é algo que pode de fato ser transmitido. Um mestre verdadeiramente iluminado pode transmitir-nos o poder que revela a consciência divina, latente em nós. Mas é preciso que o campo seja fértil e o solo esteja pronto antes que a semente possa ser semeada.</p> <p>Quando multidões vinham aos domingos visitar Sri Ramakrishna, o místico da Índia moderna mais amplamente reverenciado, ele lhes falava de um modo vago, que lhes fazia benefício.</p> <h2>O Conhecimento para Poucos</h2> <p>Mas quando os discípulos íntimos se reuniam à sua volta — conforme me contou um deles — ele procurava certificar-se de que ninguém mais o ouvia, enquanto lhes ministrava as verdades sagradas da religião.</p> <p>Não que as verdades em si sejam secretas — elas estão registradas e qualquer um pode lê-las. O que, porém, ele dava àqueles discípulos era mais do que ensinamentos verbais; de um jeito divino, ele lhes despertava a consciência.</p> <p>Cristo ensinava desse mesmo modo.</p> <h2>Poucos se Interessam pelo Conhecimento</h2> <p>Ele não pronunciou o Sermão da Montanha para as multidões, e sim para os discípulos, cujos corações estavam prontos para recebê-lo.</p> <p>As multidões ainda não estão aptas para entender a verdade de Deus. De fato, nem a desejam.</p> <p>Meu mestre, Swami Brahmananda, costumava dizer:</p> <p>- Quantos estão prontos? Sim, muita gente vem até nós. Temos o tesouro a dar-lhes. Mas eles querem apenas batatas, cebolas e berinjelas.</p> <p>Qualquer um de nós que deseje sinceramente o tesouro, que busque a verdade, pode beneficiar-se da mensagem dada no Sermão da Montanha e pode tornar-se um discípulo.</p> <p>Cristo fala das condições que temos de possuir para sermos discípulos e para as quais precisamos preparar-nos. Ele ensina os caminhos e os meios para atingirmos a purificação de nossos corações, de modo que a verdade de Deus possa revelar-se por inteiro dentro de nós.</p> Canto do Dudu - Dudu Lopeshttp://www.blogger.com/profile/09823802994474043506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5309464665228321658.post-38431830713118366702013-06-12T00:01:00.000-03:002013-06-12T00:01:00.778-03:00O Valor de Gente Ruim<h5>Texto de CARLOS CASTANEDA <br />no livro “O Fogo Interior”</h5> <p style="text-align: justify"><img style="float: left; margin: 4px 10px 0px 0px; display: inline" align="left" src="https://sites.google.com/site/cantododudu/imagens/Carlos-Castaneda.jpg" /></p> <p>UM PEQUENO TIRANO é um atormentador .</p> <p>Alguém que ou mantém poder de vida e morte sobre guerreiros ou simplesmente os perturba, levando-os à distração.</p> <p>Disse que havia duas subclasses de pequenos tiranos inferiores.</p> <p>A primeira subclasse reunia os pequenos tiranos que perseguem e infligem miséria, mas sem chegar a causar a morte de ninguém. Esses foram chamados de pequenos tiraninhos.</p> <p>A segunda consistia dos pequenos tiranos que são apenas desesperantes e aborrecidos ao extremo. Estes foram chamados de minúsculos tiraninhos<i>.</i></p> <p>Acrescentou que os pequenos tiraninhos são ainda divididos em quatro categorias. Uma que atormenta com brutalidade e violência. Outra que o faz criando uma ansiedade intolerável através da desonestidade.</p> <p>Outra que oprime com a tristeza.</p> <p>E a última, que atormenta fazendo os guerreiros se enraivecerem.</p> <p>O pequeno tirano é o elemento externo, aquele que não podemos controlar, o que é talvez o mais importante de todos eles. </p> <p>Meu benfeitor costumava dizer que o guerreiro que tropeça num pequeno tirano é um guerreiro afortunado. </p> <h2>Se Preparando Para o Ocultismo</h2> <p>Compreendendo a natureza do homem, os guerreiros foram capazes de chegar à incontestável conclusão de que, se os guerreiros conseguem manter-se inteiros ao defrontar-se com pequenos tiranos, podem certamente encarar o desconhecido com impunidade, e então podem suportar até mesmo a presença do incognoscível.</p> <p>A reação do homem médio é pensar que a ordem dessa afirmação deveria ser invertida, que o guerreiro que pode permanecer inteiro em face do desconhecido pode certamente encarar pequenos tiranos.</p> <p>Mas não é assim.</p> <p>O que destruiu guerreiros soberbos dos tempos antigos foi essa presunção. </p> <p>Agora, já sabemos. Sabemos que nada pode temperar tanto o espírito de um guerreiro quanto o desafio de lidar com pessoas intoleráveis em posições de poder.</p> <p>Apenas sob essas condições podem os guerreiros adquirir sobriedade e serenidade para suportar a pressão do que não pode ser conhecido.</p> <p>Em oposição pode-se dizer  que inúmeros estudos tem sido realizados sobre os efeitos da tortura física e psicológica em tais vitimas, mas a diferença está em que elas são vítimas, não guerreiros.</p> Canto do Dudu - Dudu Lopeshttp://www.blogger.com/profile/09823802994474043506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5309464665228321658.post-76882012228280358742013-06-05T18:34:00.000-03:002013-06-05T18:48:56.892-03:00A Devoção<h5>Texto de SWAMI TILAK.</h5> <p style="text-align: justify"><img style="float: left; margin: 4px 10px 0px 0px; display: inline" align="left" src="https://sites.google.com/site/cantododudu/imagens/Swami-Tilak.jpg" /></p> <p align="center"><em><strong><font color="#ffffff">Depender de qualquer pessoa é dependência. <br /> Na Espiritualidade, <br />uma pessoa tem que conseguir <br />a independência, a liberdade.</font></strong></em> </p> <p align="center"><strong><em><font color="#ffffff">Em nenhum momento ou circunstância <br />devem sacrificar  <br />a liberdade mental, espiritual!</font></em></strong></p> <p align="center">*</p> <p>O HOMEM TEM OS PODERES da ação, emoção e da sabedoria.</p> <p>Cada pessoa usa estes poderes em um momento ou outro.</p> <p>Dificilmente pode-se deixar toda emoção de lado; parece que na vida necessita-se de emoção. Muito pouca gente no mundo pode compreender a Verdade sem emoção. Então necessitamos de um caminho em que se possa assimilar as emoções com sabedoria.</p> <p>Este caminho é a Devoção. </p> <a name='more'></a> <h2>As Etapas da Devoção</h2> <p>No caminho da Devoção há nove etapas e cada uma delas é importante. Em realidade todas elas são complementares.</p> <p>Podemos supor um rio no qual saltaremos em qualquer ponto mas, ao fim, nos aproximaremos do mar. Assim o rio da Devoção tem SHRAVANAM (Escutar), que é onde se origina a Devoção, e Rendição, onde finaliza. </p> <p>As nove etapas da Devoção são: </p> <ol> <li>SHRAVANAM ou escutar. </li> <li>KIRTANAM ou cantar. </li> <li>NAMA-SMARANAM ou lembrar o nome de Deus. </li> <li>PADA-SEVANAM, serviço ou dedicação perfeita ao Senhor. Servir aos pés do Senhor. </li> <li>ARCHANAM, identificação com a vida do Senhor, exteriormente. </li> <li>VANDANAM é a identificação com a vida do Senhor interiormente, ou a identificação com Ele interiormente. </li> <li>DASYA significa pronto para servir, que se rende. </li> <li>SAKYA significa amigo. Assim como uma pessoa tem amor por seu amigo, assim deve ter amor pelo Senhor. </li> <li>ATMANIVENANAM. Nesta etapa deve-se dissolver a personalidade em Deus. </li> </ol> <h2>O Deus de Cada Um</h2> <p>Há muitas formas e muitas descrições acerca de Deus. Toda pessoa trata de descrever Deus segundo sua atitude. </p> <p>Há uma anedota a respeito.</p> <p>Conta-se que havia seis cegos e um elefante. Os cegos quiseram compreender o elefante e então um deles pegou seu pé, outro o rabo, um terceiro a orelha. Em suma, cada cego pegou uma parte do elefante. Então um deles disse:</p> <p>- O elefante é como uma serpente.</p> <p>Mas o outro disse:</p> <p>- Não, o elefante não é como uma serpente, é como uma árvore.</p> <p>- Não - replicou um terceiro. - O elefante não é como uma árvore, é como um abanador".</p> <p>Assim a discussão continuou... indefinidamente. Na realidade, todos e cada um deles tinha razão, porque trataram de compreender o elefante segundo sua limitação. Mas, nenhum sabia como era o elefante.</p> <p>Igualmente nós tratamos de descrever a Deus, que é infinito, que é eterno, segundo nossa mente que é limitada.</p> <h2>Descrições Limitadas de Deus</h2> <p>Por isso temos muitas descrições de Deus.</p> <p>Devemos respeitar todas as descrições; mas sem esquecermos que todas as descrições têm suas limitações. Essa ou aquela descrição é necessária para avançar no caminho da Realização, mas teremos que deixar todas as descrições. </p> <p>Um dia uma criança que estava em frente de sua casa na hora do pôr do sol, avistou algo ao longe. De imediato gritou:</p> <p>- Mãe, ô mãe! Há algo, uma coisa lá na estrada.</p> <p>A mãe perguntou-lhe:</p> <p>- Que coisa é?</p> <p>- "Não sei, mas algo aproxima-se.</p> <p>Mais tarde gritou novamente:</p> <p>- Mãe, vem um animal.</p> <p>- Que tipo de animal é?</p> <p>- Eu não sei, mas é um animal preto, preto...</p> <p>Logo mais a criança disse:</p> <p>- Mãe, parece que é um fantasma.</p> <p>- Que fantasma?"</p> <p>- Não sei, mas tem um... mexe-se como um fantasma.</p> <p>Depois gritou:</p> <p>- Mãe, é um homem, um homem... - E finalmente exclamou: - "Mãe, mãe, papai chegou.</p> <p>Que foi que mudou?</p> <p>Simplesmente a visão nada mais. A visão limitada não pode compreender toda a Verdade e quem compreende a Verdade não fala. </p> <h2>Religião Pobre</h2> <p>Um santo diz que assim como um mudo quando come a manga, conhece o sabor mas não pode expressá-lo, assim também, quem realiza Deus não fala como estou falando, pois todas as palavras e expressões têm sua limitação. Então, por isso os Sábios e Santos dizem: escutem todas as descrições; não devem limitar sua visão. </p> <p>Quando num mercado ou loja há muito poucas coisas vocês não podem escolher; têm que aceitar o que há na loja.</p> <p>Assim também sucede no campo da Espiritualidade, quando uma pessoa nenhuma oportunidade tem, em sua religião, de escolher a forma de Deus, segundo sua natureza. Nesse caso sua religião é muito pobre.</p> <h2>Escolhendo Deus</h2> <p>Nós temos que escolher a Deus segundo nossa atitude.</p> <p>Deus é Um, mas nós não podemos compreender a Deus sem projetar nossa atitude em Deus. Por exemplo: quando um soldado está pronto para sair ao campo de batalha, vai à Igreja, roga a Deus e que é que fala?</p> <p>- Ó Deus, dá-me coragem. Protegei-me.</p> <p>Então, amigo meu, esta pessoa necessita de coragem e trata de ver a coragem em Deus. Deus é tudo. Pois também é a fonte da coragem. </p> <p>Quando eu necessito de dinheiro, digo:</p> <p>- Ó meu Senhor, dá-me dinheiro".</p> <p>Nesse momento, na minha consciência, eu creio que Deus é um banqueiro ou o dono de um grande banco.</p> <p>E quando um estudante roga a Deus, ele crê que Deus é a fonte da sabedoria.</p> <h2>Deus é Um</h2> <p>Sim, Deus é um, mas nós tratamos de ver a Deus segundo nossa atitude. </p> <p>Assim, os Sábios e Santos na Índia aceitaram esta verdade psicológica de que o homem não pode deixar sua atitude.</p> <p>A atitude do homem é a base de toda atividade. Nenhuma necessidade há de combater a atitude do homem.</p> <h2>Deus do Dinheiro</h2> <p>Quem tiver necessidade de dinheiro, deve ter a atitude do dinheiro e, então, muito bem. Já que você quer dinheiro, deve pedir a Deus sob a forma da riqueza, que é chamada Lakshmi.</p> <h2>Deus da Sabedoria</h2> <p>Se você quer a Sabedoria para você, Deus é também a Deusa da Sabedoria, Saraswati.</p> <h2>Deus do Poder</h2> <p>E ainda se você tem interesse no valor, na coragem, no poder, Deus está presente na forma do Deus do Poder, Kali. </p> <h2>Cada Homem tem Seu Deus</h2> <p>Dizem que na Índia há 330 milhões de deuses.</p> <p>Parece-me que no momento que os Sábios definiram o nome dos deuses, na Índia havia trezentos e trinta milhões de pessoas.</p> <p>Então cada homem tem seu Deus!</p> <p>Deus é Uno, mas nem duas pessoas pensam em Deus na mesma forma; cada pessoa tem seu conceito de Deus.</p> <h2>Deus sem Ditadura</h2> <p>Nesse campo nós necessitamos de uma atitude de democracia perfeita. Nenhuma ditadura, nenhuma atitude militar há no campo da Espiritualidade. </p> <p>Cada pessoa tem liberdade, cada pessoa tem que pensar no campo da Sabedoria ou no campo da Espiritualidade segundo sua atitude. Eu não posso impor minha atitude a vocês. </p> <p>Há um hino que diz:</p> <blockquote> <p>"Todas as pessoas comem segundo seu gosto. Há muitos rios, mas todos, ó Deus, desembocam no mesmo mar".</p> </blockquote> <p>Assim também todas as pessoas seguem seu caminho, mas no final todos os caminhos vão ao mesmo Deus. </p> <h2>Deus Segundo seu Gosto</h2> <p>Entre a comida e a fome há uma pequena língua que experimenta o sabor, o gosto.</p> <p>Toda classe de comida é para satisfazer o homem, mas cada pessoa escolhe a comida segundo seu gosto.</p> <p>Assim também nós temos que aprender a sentar-nos à mesma mesa e ter nosso prato de comida segundo nosso gosto e, devemos comer e logo nossa fome ficará satisfeita. </p> <p>Cinco crianças tinham seus bonecos de açúcar. Um deles tinha a forma de leão, outros a forma de cavalo, de cachorro, elefante e mais outras formas. A criança que tinha o elefante disse:</p> <p>- O meu elefante é maior, mais poderoso que teu leão.</p> <p>- Ó não, não é possível.</p> <p>E a discussão começou e se converteu em luta e na luta todas as figuras quebraram-se. Nesse momento uma criança pequenina entrou na sala e viu que todas as crianças estavam chorando. Nada pode compreender, mas viu os pedaços de bonecos.</p> <p>Imediatamente tomou um, levou-o à boca e sentiu o gosto do doce. Em seguida começou a comer, e cada vez mais rápido até não deixar pedaço algum. Quando a briga terminou, as crianças não encontraram mais nada. </p> <p>Igualmente, em nome de Deus, nós lutamos todo o tempo e assim pensamos:</p> <p>- Grande Deus é o meu - ou então: - Seu Deus é muito pequeno... </p> <h2>Em Que Tipo de Deus Você Crê?</h2> <p>Quando estivemos em Belize, o chefe de Imigração perguntou-me:</p> <p>- Swami, em que tipo de Deus crê o senhor?</p> <p>Eu disse:</p> <p>- Amigo meu, eu conheço só um Deus. Não creio num tipo de Deus; simplesmente creio em Deus. O tipo não é importante, não é mais importante que Deus.</p> <p>Então ele disse:</p> <p>- Não Swami, nós damos muita importância ao tipo.</p> <p>- Amigo meu, esse é seu problema, não é meu; você dá importância ao tipo e esquece-se da substância. Eu não dou muita importância; não aceito a importância do tipo. </p> <h2>Como Respeitar a Própria Religião</h2> <p>Todas as pessoas têm o direito de escolher a comida segundo seu gosto, mas ninguém tem direito algum de odiar a comida de outra pessoa. </p> <p>Em Nova Zelândia eu disse uma vez:</p> <p>- Amigo meu, cada pessoa tem o dever de respeitar a própria mãe, mas ninguém tem direito de odiar ou faltar com o respeito às mães dos outros. </p> <p>Então, devemos respeitar todas as formas de oração, todas as formas de adoração. </p> <p>Tomemos como exemplo a janela.</p> <p>Pela janela vocês podem ver o céu; não tem forma alguma, mas a forma da janela superpõe-se ao céu e ele parece ter forma. Também nós temos muitas janelas em nossa mente e por essas janelas tratamos de ver Deus. Então, segundo a janela mental, assim temos a forma de Deus.</p> <p>Meu Deus tem forma, mas Deus em Si mesmo nenhuma forma tem. Enquanto eu não dissolver minha personalidade, não poderei compreender a um Deus que nenhuma forma tenha. </p> <h2>A Mente e o Deus Sem Forma</h2> <p>A mente não pode compreender a Deus que nenhuma forma tem. A mente é limitada, não pode compreender o infinito! Só pode dizer que o infinito não é finito.</p> <p>Finito existe na mente. O infinito existe fora da mente. Isto é verdade. </p> <p>Então, sem ter nenhum ódio, nenhum receio, nenhuma reserva mental contra as formas existentes no campo da Devoção, nós devemos avançar no campo da Espiritualidade. </p> <p>Se uma pessoa disser:</p> <p>- Meu Deus tem uma longa barba e cabelos longos.</p> <p>Eu digo:</p> <p>- Muito bem, você deve adorar a Deus nessa forma, não tenho objeção alguma a fazer.</p> <p>E outra diz:</p> <p>- Meu Deus existe no sétimo céu.</p> <p>Eu digo:</p> <p>- Muito bem, você deve primeiro compreender a Deus e depois poderá compreender o significado do Céu. Poderá compreender depois o que significam as barbas longas e o cabelo longo. Depois, poderá compreender tudo."</p> <p>Assim, devemos começar a Devoção e depois, a própria Devoção pode manifestar sua forma e crescer como uma grande árvore.</p> <p>Qualquer forma de Deus é boa para avançar na Espiritualidade. </p> <h2>Do Coletivo para o Individual</h2> <p>A princípio temos que escutar. Escutar é a semente. Depois temos o <i>Kirtam </i>(cantar). </p> <p>Há duas maneiras de cantar:</p> <ul> <li>coletiva </li> <li>e individual. </li> </ul> <p>O canto individual é mais avançado que o canto coletivo. Em realidade, no campo da Espiritualidade, todas as práticas têm que converter-se em práticas individuais. </p> <p>A princípio a prática é coletiva, depois individual, logo interior e a seguir simplesmente mental.</p> <p>Seguindo essa sequência, cada vez maior profundidade é necessária no terreno da Espiritualidade.</p> <p>Em <i>Shravanam</i> usa-se somente o ouvido. Por exemplo, eu agora falo, Swami Jyothy cantou e vocês ouvem. Desta maneira só o ouvido trabalha. </p> <p>Mas no <i>Kirtam</i> vocês cantam e escutam também. Escutar e cantar ambos estão presentes no <i>Kirtam</i>. Então temos dois órgãos ou dois sentidos dedicando-se a Deus; a princípio coletivamente, depois a sós. </p> <h2>Da Dependência à Independência</h2> <p>Neste momento podem escutar as canções de Swami Jyothy mas à meia-noite ele não estará aqui para cantá-las e se querem escutar o nome de Deus, a canção de Deus, nesse momento terão que cantar vocês mesmos e escutar.</p> <p>Deste modo, terão que ir da dependência no sentido da independência.  Depender de qualquer pessoa é dependência. Na Espiritualidade, uma pessoa tem que conseguir a independência, a liberdade, a emancipação. </p> <p>Devemos ir da forma ao que é sem forma. </p> <p>No campo da meditação também, a princípio, meditar com outros é muito bom, porque isso nos dá inspiração. Mas depois cada pessoa tem que meditar individualmente. </p> <p>A gente pensa que a meditação coletiva praticada uma vez por semana em alguma Instituição é suficiente, mas não o é. Tem-se que meditar regularmente em sua casa.</p> <p>Nenhuma Instituição diz que se tenha que meditar só no Instituto e que não devam fazê-lo em casa. Então por que não meditamos em nossas casas?</p> <p>É que sempre temos a tendência de depender dos outros. Nunca tratamos de buscar a independência. Não nos damos conta de que isto prejudica o sentido da Devoção e da Sabedoria também. </p> <h2>Buscando a Liberdade</h2> <p>Eu peço que vocês tratem de buscar a liberdade.</p> <p>No momento da morte vocês não poderão encontrar-se com Swami Tilak. Swami Tilak não morreria com vocês. Nesse momento nenhuma pessoa há no mundo que possa acompanhá-los. Vocês terão que viajar a sós.</p> <h2>Autoconfiança</h2> <p>Então nessa viagem necessitarão de auto-confiança. Tratem de buscar a auto-confiança. Eu sei que a dependência é muito doce! E a independência no começo, é muito amarga, mas sem independência nenhuma salvação há. </p> <p>Cito uma família de pássaros que vivia numa rocha à beira do mar. Na família havia um passarinho e sua mãe. Um dia, a mãe trouxe a comida, mostrou-a mas não a deu ao filhote. O passarinho ficou tentado pela comida e, por essa tentação, aproximou-se da mãe. Sua mãe simplesmente afastou-se um pouquinho e mais uma vez o passarinho avançou, mas novamente a mãe se afastou.</p> <p>Quando o passarinho já estava fora do ninho a mãe mostrou a comida de novo; o passarinho avançou para pegar a comida, mas nesse momento, a mãe voou. O passarinho agora estava fora do ninho, sem nenhum apoio,  abaixo estava o céu infinito e acima também, à direita e a esquerda estava o céu, à frente e atrás também. Nenhum apoio havia...</p> <p>Nesse momento gritou terrivelmente:</p> <p>- Ó, minha mãe é cruel. Não tem coração! Deixou-me só para morrer!</p> <p>Mas a mãe já não estava para escutar o grito do filho; o filhote abatia-se mais e mais e o mar infinito avistava-se abaixo dele. Pensou</p> <p>- Ó, agora vou perder minha vida!</p> <p>Com este medo descia cada vez mais até tocar a água do mar. Logo que a tocou percebeu que o mar não era seu inimigo, era seu amigo, seu apoio. Então pôde nadar muito bem e depois pôde também conseguir seu alimento no mar. Logo pôde agitar suas asas e voou também.</p> <p>Agora, a mãe não era uma inimiga, era uma amiga. </p> <h2>Gurus Inimigos</h2> <p>Há dois tipos de Guru no mundo:</p> <ul> <li>O Guru que trata de tornar seus discípulos dependentes </li> <li>e o que trata de torná-los independentes. </li> </ul> <p>Se vocês ficam todo o tempo dependentes e nenhuma liberdade têm, não podem avançar no caminho da Espiritualidade. Aqueles a quem não agrada a liberdade de seus discípulos, não são Gurus; são inimigos dos discípulos.</p> <p>Na Espiritualidade, todos os discípulos devem avançar. Devem avançar segundo seu próprio esforço. Deus está em todos, em tudo. Os discípulos têm a energia protetora do verdadeiro Guru. Só falta o próprio esforço para avançar e poder finalmente realizar. </p> <p>Os grandes Gurus nem sempre necessitam das orações dos discípulos. Nenhum sentido há em dizer constantemente:</p> <p>- Meu Guru é muito divino, é um grande Guru.</p> <p>Tudo isso é bom. Mas é você que deve avançar. Isso é mais necessário. </p> <p>Visto isso, fica claro que necessitamos da independência. Sempre falo da independência; não gosto da dependência, seja ela de pessoas - quaisquer que sejam - livros, coisas, etc.</p> <p>Tenho o direito de buscar a liberdade.</p> <h2>Independência é Importante</h2> <p>Eu sou criador do meu destino. Aceito a ajuda de todas as pessoas, mas não estou disposto a sacrificar minha liberdade.</p> <p>Lembrem-se ou não de mim, isto não é importante; mas lembrar sua independência sim, é importante!</p> <p>Em nenhum momento ou circunstância devem sacrificar sua liberdade: a liberdade mental, a liberdade espiritual!</p> <h2>Nome e Forma</h2> <p><i>Nama-Smaranam</i> significa a lembrança do nome de Deus, constantemente. O nome está relacionado com a substância do nome.</p> <p>Não podemos separar o nome da forma. Se eu pronunciar "vaca", instantaneamente aparece a forma na minha mente e, quando vejo a forma da vaca logo lembro do nome também. Desse modo, a forma e o nome, ambos estão relacionados. </p> <p>Há três etapas a percorrer no <i>Nama-Smaranam</i>: no começo deve-se repetir o nome; depois, lembrá-lo mentalmente; e, por último, ter consciência dele, sem esforço. </p> <p>Então, começamos a prática espiritual repetindo o nome de Deus fisicamente e depois de praticar desse modo por algum tempo, a ação física converte-se em ação mental. </p> <p>Toda criança no começo trata de escrever as letras com a ajuda de sua mãe e de seu pai ou de um professor e mais tarde tenta escrever sozinha. </p> <p>Quando inicia, tem dúvidas, problemas, mas depois escreve com facilidade. </p> <p>No início, a criança necessita da ajuda de alguém e do apoio da parede para andar.</p> <p>Mais tarde, de nenhuma parede necessita mais e corre com facilidade. Assim, todas as ações físicas podem converter-se em ação mental. </p> <p>Vejamos por exemplo que agora eu falo espanhol, mas eu falo muito pouco; posso falar mais facilmente o inglês e muito mais meu idioma materno.</p> <p>Não cabe dúvida que falo facilmente o inglês, mas o estranho é que não posso ter meus sonhos em inglês! Há pessoas que falam muitos idiomas, mas elas tampouco podem sonhar em idioma algum exceto seu idioma materno.</p> <p>As impressões do idioma materno são muito profundas em nossa consciência. </p> <p>Alguém que conhecia muitos idiomas uma vez visitou a corte de um rei. O rei não pôde compreender a procedência dessa pessoa. Então seu Primeiro Ministro disse-lhe:</p> <p>- Eu posso descobri-lo.</p> <p>Quando essa pessoa dormia, o Primeiro Ministro fincou uma agulha na palma de sua mão. Imediatamente essa pessoa gritou em seu idioma. </p> <p>Então, as impressões do idioma materno são muito profundas. Nesse campo, ninguém pode enganar outrem. </p> <h2>Imprimindo Deus</h2> <p>Temos que imprimir as impressões de Deus em nossa consciência tão profundamente como as do idioma materno.</p> <p>Por isso, no começo temos que simplesmente repetir: "Cristo, Cristo, Cristo... Buddha, Buddha, Buddha... ou Krishna, Krishna, Krishna... ou Rama, Rama, Rama ... "</p> <p>Depois, converter essa repetição em lembrança. Como transformar a repetição em lembrança? Para isso há uma técnica. Temos que fixar a ponta da língua contra os dentes e desse modo repetir o nome. Em breve, a repetição transforma-se em lembrança. Qualquer pessoa pode fazê-lo. Isto tem muito poder.</p> <p>Os psicólogos usam-no para muitas coisas. </p> <h2>Técnicas de Controle </h2> <p>Há muitas técnicas no campo do Yoga que podem ajudar-lhes a controlar a mente. Dar-lhes-ei algumas em seu beneficio. </p> <p>A paixão é muito forte. A gente muitas vezes é vítima de sua paixão, involuntariamente. Quando a tormenta da paixão sopra, uma pessoa treme; nada pode fazer nesse momento.</p> <p>Mas os Sábios e Santos dizem que também se pode controlar a si mesmo. Quando as paixões estiverem muito fortes, deve-se virar a língua na direção da laringe.</p> <p>Tomar água fria, andar, correr ou fincar-se em qualquer parte da pele, também pode ser efetivo. </p> <p>Quem quiser manter o celibato não deve tomar leite quente. Depois de fervê-lo deve esfriá-lo e bebê-lo pouco a pouco. Não se deve tomá-lo como se toma a água. </p> <p>Antes de dormir deve-se lavar os braços até os cotovelos e as pernas até os joelhos e também lavar o rosto.</p> <p>Estas coisas podem ajudar muitíssimo a um aspirante.</p> <h2>Insônia</h2> <p>As pessoas que sofrem de insônia podem praticar estas técnicas. Quando se tem ira, tomar água fria; o chá preto e o café quente não são bons. Aquele que puder manter sua coluna vertebral ereta, pode manter o autocontrole mais facilmente. </p> <p>A última etapa de <i>Nama-Smaranam</i> consiste em lembrar o nome do Senhor sem nenhum esforço.</p> <p>Que faz a mãe cujo filho doente está muito longe de sua casa? Não cumpriria ela todos seus deveres pensando constantemente em seu filho? Igualmente um devoto faz o que tiver que fazer, cumpre com todos seus deveres, mas sua mente permanece em Deus. Seu nome vem automaticamente à sua mente. </p> <p>Isso, amigos meus, é o fim de <i>Nama-Smaranam</i>. </p> <p>OM SHANTI, SHANTI, SHANTI </p> <p>OM PAZ, PAZ, PAZ </p> <p><strong>Fonte: <a href="http://www.jnanamandiram.org.br/" target="_blank">Jnana Mandiram</a></strong></p> Canto do Dudu - Dudu Lopeshttp://www.blogger.com/profile/09823802994474043506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5309464665228321658.post-39656751826841739342012-09-14T00:01:00.000-03:002012-09-14T00:01:00.865-03:00Um mundo melhor sem políticos?<h5>Texto de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Swami_sivananda">Swami Sivananda</a>. </h5> <p><img style="margin: 0px 10px 10px 0px; display: inline; float: left" align="left" src="https://sites.google.com/site/cantodaajuda/swami-sivananda-saraswati-150x150.jpg" /></p> <p><strong>PERGUNTA:</strong></p> <p>Haveria paz mundial se não existissem políticos?</p> <p><font style="font-weight: bold"> <br />RESPOSTA: </font></p> <p>A paz mundial não dependeria da existência ou não de políticos se ao menos as pessoas, individual ou coletivamente, entendessem e vivessem de acordo com os princípios fundamentais da perfeita retidão, sabedoria, verdade e justiça.</p> <p>Enquanto as pessoas não se erguem a esse nível, “políticos”, o qual é somente um nome para aqueles que estão a cargo da administração, continuarão atuando impulsionados por seu egoísmo e ganância e, de acordo com isso, não terão consideração com os sentimentos e sofrimentos de milhões e continuarão empreendendo guerras por mais destrutivas que possam ser.</p> Canto do Dudu - Dudu Lopeshttp://www.blogger.com/profile/09823802994474043506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5309464665228321658.post-22759805929013443012012-09-05T01:41:00.001-03:002012-09-11T11:47:20.827-03:00A Não-Resistência e a Fé em Si mesmo<h5>Texto de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Swami_vivekananda">Swami Vivekananda</a>. <br />Em 27 de setembro de 1896. </h5> <p><img style="margin: 0px 10px 10px 0px; display: inline; float: left" align="left" src="http://cantodaajuda.googlepages.com/Swami-Vivekananda.jpg" /></p> <p>DOIS CAMINHOS estão abertos para nós.</p> <p>O caminho do ignorante que acha que somente há um caminho para a verdade e todo o resto está errado.</p> <p>E o caminho do sábio que admite que, de acordo com nossa constituição mental ou os diferentes planos de existência nos quais estamos, o dever e a moralidade podem variar.</p> <p>O ponto importante é saber que há gradações de dever e de moralidade, que o dever de um estado de vida, em um conjunto de circunstâncias, não é e não pode ser o mesmo de outro.</p> <h2>Não Resista ao Mal?</h2> <p>Para ilustrar, todos os grandes professores tem ensinado "não resista ao mal", que a não-resistência é o ideal moral mais elevado.</p> <p>Todos sabemos que se um certo número de nós tentar colocar essa máxima completamente em prática, todo o tecido social cairá em pedaços, o homem perverso tomará posse de nossas propriedades e de nossas vidas, e fará o que quiser conosco.</p> <p>Mesmo que essa não-resistência fosse praticada por apenas um dia, levaria a um desastre.</p> <a name='more'></a> <h2>O Ideal Mais Elevado</h2> <p>Ainda assim, intuitivamente, no coração de nossos corações sentimos a verdade do ensinamento "não resista ao mal".</p> <p>Isso nos parece ser o ideal mais elevado, ainda assim ensinar essa doutrina seria o equivalente a condenar uma vasta porção da humanidade.</p> <p>E não somente isso, faria os homens se sentirem como se sempre estivessem fazendo algo errado, e causaria neles pesos de consciência em todas as suas ações, os enfraqueceria, e essa auto desaprovação daria nascimento a mais perversão do que qualquer outra fraqueza daria.</p> <p>O portal da degeneração já está aberto para o homem que começa a odiar a si mesmo, e o mesmo é verdade para uma nação.</p> <h2>Não Odiar a Nós Próprios</h2> <p>Nosso primeiro dever é não odiar a nós próprios, porque para avançar nós devemos ter fé em nós próprios primeiro e então em Deus.</p> <p>Aquele que não tem fé em si mesmo nunca poderá ter fé em Deus.</p> <p>Por isso, a única alternativa que permanece para nós é reconhecer que o dever e a moralidade variam sob circunstâncias diferentes.</p> <p>Não é como se o homem que resiste ao mal está sempre fazendo o que é errado em si mesmo, mas, de acordo com as diferentes circunstâncias nas quais é colocado, a resistência ao mal pode até mesmo se tornar o seu dever.</p> <h2>O “Pacífico” por preguiça</h2> <p>O extremo positivo e o extremo negativo são sempre similares. De natureza semelhante é a diferença entre a resistência e a não resistência.</p> <p>Um homem não resiste porque é fraco, preguiçoso ou não tem capacidade, não porque não quer; outro homem sabe que ele pode desferir um golpe indefensável se quiser, mas abençoa seus inimigos.</p> <p>Aquele que, por conta de sua fraqueza, não resiste ao mal comete um pecado, e assim não pode receber nenhum benefício da não-resistência.</p> <p>Enquanto o outro cometeria um pecado se oferecesse resistência.</p> <h2>Renúncia Vazia</h2> <p>Buddha abandonou o seu trono e renunciou a sua posição, essa é a verdadeira renúncia, mas não pode haver nenhuma questão de renúncia no caso do mendigo que não tem nada a renunciar.</p> <p>Então, devemos sempre ser cuidadosos sobre o que realmente queremos dizer quando falamos dessa não-resistência ou amor ideal. Devemos primeiro procurar entender se temos poder de resistência ou não. Daí, tendo poder, renunciamos a ele e não resistimos ao mal, assim estamos cometendo um grande ato de amor.</p> <p>Mas se não podemos resistir e ainda assim, ao mesmo tempo, tentamos nos enganar acreditando que estamos atuando por conta do amor mais elevado, estamos fazendo exatamente o oposto.</p> <p><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Arjuna" target="_blank">Arjuna</a> se tornou um covarde com a visão do poderoso exército diante dele, seu “amor” o fez esquecer seus deveres para com seu país e seu rei. É por isso que <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Krishna" target="_blank">Shri Krishna</a> lhe disse que era um hipócrita:</p> <p>- Você fala como um sábio, mas suas ações o traem e fazem de você  um covarde, por isso levante e lute!</p> <h2>Resistir ao Mal</h2> <p>O <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Iogue" target="_blank">Yogi</a> é o homem que entende que o ideal mais elevado é a não-resistência, mas também sabe que essa não-resistência é a manifestação de poder mais elevada que se possui realmente, e também que o que é chamado de <em>resistir ao mal</em> é apenas uma etapa no caminho de manifestação desse poder mais elevado, isto é, não-resistência.</p> <p>Antes de alcançar esse ideal mais elevado, o dever do homem é resistir ao mal. Somente quando ganhar poder de resistir, a não-resistência será uma virtude.</p> Canto do Dudu - Dudu Lopeshttp://www.blogger.com/profile/09823802994474043506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5309464665228321658.post-75066986910079978262012-08-24T19:46:00.001-03:002012-08-24T19:46:52.308-03:00Yoga e Meditação<h5>Texto de SWAMI TILAK.</h5> <p style="text-align: justify"><img style="margin: 4px 10px 0px 0px; display: inline; float: left" align="left" src="https://sites.google.com/site/cantododudu/imagens/Swami-Tilak.jpg" /></p> <p>NÃO EXISTE NA realidade nenhuma diferença entre Meditação e Yoga. Ambas têm a mesma finalidade. </p> <p>Yoga significa Unidade. Por que necessitamos da unificação? Porque temos problemas com a variedade infinita, em que cada coisa difere da outra; e sentimos que não podemos conseguir a felicidade sem obter o sentido da unificação.</p> <p>Como isto é possível? </p> <p>Sem dúvida, no mundo exterior esta unificação não é possível; somente no mundo interior nós podemos estabelecê-la.</p> <p>Temos de entrar no mundo interior. </p> <a name='more'></a> <h2>O Passo-a-Passo do Yoga</h2> <p>O Yoga é a ciência do mundo interior. Amigos meus, no Yoga há oito passos a serem percorridos. Os dois primeiros são Yama e Niyama.</p> <p>Yama significa disciplina, disciplina restritiva; e Niyama é disciplina positiva, aplicada. </p> <p>Antes de falar sobre os outros passos do Yoga, quero explicar algo sobre Yama e Niyama; porque nenhuma pessoa pode em apenas um momento fazer-se um Yogue.</p> <p>Ninguém pode meditar se estiver no início dessas primeiras etapas.</p> <p>Por exemplo, se uma pessoa pretende ser universitária, tem de passar primeiro pela escola, depois entrar no colégio para finalmente ir à Universidade. Assim também, aquele que quer meditar tem de preparar sua atitude mental. </p> <h2>Não-Violência</h2> <p>No campo de Yama, nenhuma atitude de violência pode-se ter contra pessoas ou coisas. Deve-se observar auto-controle, celibato, e não se deve mentir.</p> <p>Essas coisas são importantes, porque quando uma pessoa, em sua atitude, tem violência contra outros seres, ela também tem continuamente intranquilidade em sua mente; e aquele que quer matar a outra pessoa tem medo que o matem também. Os estudantes de Yoga devem compreender que o medo, sem dúvida, é um reflexo do ódio no coração. Aquele que nenhum ódio tem contra nenhum ser, nada tem a temer.</p> <h2>Não Mentir</h2> <p>Ainda no campo de Yama, a pessoa deve falar a verdade. Sem dúvida, nos parece que as mentiras favorecem nossos interesses; mas nenhuma pessoa pode dizer uma mentira sem precisar dizer outra, para encobrir a primeira e assim sucessivamente. Mas quando diz a verdade, a nada teme, e a todo tempo cresce a energia em sua mente.</p> <p>Amigos meus, assim como na mentira, ocorre igualmente com a violência.</p> <p>O celibato também deve ser praticado.</p> <h2>Pensando em Sexo</h2> <p>É natural que os casados devem ter relação sexual; mas o que não se deve é pensar no sexo todo tempo, porque não sobra tempo para pensar em coisas superiores.</p> <p>Agora temos que pensar apropriadamente.</p> <h2>Sabendo o que Quer</h2> <p>Podem dizer: essas coisas são muito difíceis. Amigo meu, antes deve determinar-se, a fim de obter essa finalidade na sua vida e só depois deve ver o resultado de sua determinação.</p> <p>Agora não temos essa determinação, e simplesmente pensamos que não podemos fazer, não temos o poder de fazê-las.</p> <p>Aquele que tem determinação, pode fazer o que for, segundo sua determinação. </p> <p>Amigos meus, não devem pensar nas coisas físicas, devem pensar na sua determinação e nada mais. </p> <h2>A Postura  Física</h2> <p>O passo seguinte é a prática do Yoga.</p> <p>Para tanto devemos adotar uma postura. Qualquer postura, contanto que seja cômoda; porque, para meditar-se, deve se fixar o corpo a fim de que não haja distração causada por alguma dor, impedindo assim de dirigir a mente para o Ser ou Deus.</p> <p>Por isso. deve-se praticar uma postura.</p> <p>A postura não significa que seja uma determinada posição; seja uma ou outra posição, também é postura; mas se deve praticar de tal maneira que não mais sinta a necessidade de se mover e assim poder permanecer na posição por longo período. </p> <p>Um grande Yogue pode sentar-se em uma postura por três horas e meia, sem mover-se. Nesse momento já pode localizar a atenção nas coisas interiores. </p> <p>No início, o corpo nos apresenta muitos problemas, então temos de controlar nosso corpo; mas nem por isso gastar toda a vida simplesmente aperfeiçoando a postura. </p> <p>Infelizmente, no mundo ocidental, atualmente, as posturas são muito populares. Em todos os lugares só se pratica e cada vez mais as posturas. É evidente que é só para aumentar a beleza.</p> <p>Amigo meu, você pode aumentar a beleza, não faço objeção; mas a beleza não é uma coisa permanente, é simplesmente uma coisa transitória. Devemos usar o Yoga para buscar e conseguir a eternidade. </p> <h2>Respiração</h2> <p>Depois da postura, temos de praticar a disciplina da respiração.</p> <p>Vocês sabem que onde há respiração está presente a mente. A disciplina para esse controle se chama PRANAYAMA.</p> <p>O Pranayama tem duas palavras, PRANA e YAMA.</p> <p>Yama significa disciplina, como já vimos. Prana significa vitalidade.</p> <p>Todo o Universo é a manifestação da vitalidade. Essa vitalidade está presente em nossa existência também; e aquele que pode disciplinar sua vitalidade pode controlar todo o mundo!</p> <p>A vitalidade, então, tem de ser disciplinada. A vitalidade é a base da existência física e mental, também. Amigos meus, essa vitalidade, sem dúvida, está presente em nossa existência como respiração! </p> <p>Como se sabe que uma pessoa está viva? Quando respira. Essa respiração se relaciona com o coração, e quando não respiramos bem, reduzimos a capacidade fisiológica, criando problemas cardíacos. O coração por sua vez, está relacionado com o cérebro e com o sangue.</p> <p>Assim, a respiração é a manifestação densa da Vida ou vitalidade; e a pessoa pode sem dúvida controlar sua vitalidade pelo controle de sua respiração.</p> <h2>Respiração e Memória</h2> <p>Outro aspecto importante é que quando você trata de controlar sua respiração de imediato, a mente se acalma e com a mente calma, seu poder de memorizar e recordar aumenta.</p> <p>Dou um exercício que se pode praticar a qualquer hora.</p> <p>Como vocês são estudantes, aqui está uma técnica bem simples para facilitar qualquer estudo e aumentar a memória.</p> <ol> <li>Inale profundamente, mas suavemente, e feche as duas narinas. </li> <li>Force e pressione o ar; force como se fosse exalar, mas sem soltá-lo, e imediatamente sentirão uma pressão em toda a cabeça. </li> <li>Depois de algum tempo solte o ar pelas narinas. Observe que a mente fica mais clara. </li> </ol> <p>É um processo simples do benefício que o Pranayama proporciona. No início faça-o com prudência. À medida que a prática aumenta você pode aumentar sua capacidade em todos os sentidos, se fizer o exercício com a atenção voltada para si mesmo. </p> <p>O Pranayama é também para o controle da mente.</p> <p>Como o anterior, é também um processo simples.</p> <ol> <li>Temos de fechar nossa narina direita com o polegar e inalar pela narina esquerda, </li> <li>fechar a narina esquerda com o indicador e médio, reter o ar e exalar pela narina direita. </li> </ol> <p>Isto ajuda a purificar os nervos.</p> <p>Aparentemente parece simples demais para ser tão importante. Uma pessoa pode controlar o cérebro, todo o corpo e todas as coisas quando domina suas paixões, e isto pode-se obter simplesmente pelo controle de sua respiração. Vocês talvez não tenham ideia da importância desta verdade.</p> <h2>Controlando os Estímulos Externos</h2> <p>O seguinte passo é o processo para controlar nossos sentidos. </p> <p>Ver e olhar. Há diferença entre ver e olhar, não? Em ver não está presente a intenção, em olhar, sim. Quando vejo uma coisa pondo intenção então ver se converte em olhar. Assim também há diferença entre ouvir e escutar. Ouvir é natural, pode-se ouvir qualquer coisa, mas quando se trata de ouvir intencionalmente, a essa ação chama-se escutar. </p> <p>Sendo assim, o Yoga diz que uma pessoa deve ver, mas não deve olhar. </p> <p>Deve ouvir, mas não escutar. Para conseguir isto, tem de se praticar. Eu simplesmente vejo, mas não aplico minha intenção deliberada. A mesma disciplina se aplica ao sentido do gosto.</p> <h2>Viciado em Sabor</h2> <p>Também eu como, mas não tenho o prazer do gosto da comida. É muito difícil, não? Mas não é impossível.</p> <p>Uma pessoa pode ter o poder de controlar sua vida.</p> <p>A essa disciplina se chama PRATYAHARA. Algumas pessoas acham que Pratyahara é simplesmente jejuar. Parece-me que só o jejum físico não é suficiente, porque não é verdadeiro jejum. </p> <p>Explico: os órgãos têm seu alimento próprio e diferente. Os olhos têm um tipo de alimento, os ouvidos têm outro, e o nariz, também, outro. Então, temos que restringir todos os tipos de alimento, por uma simples razão: a mente se fortalece com a energia poupada no jejum dos sentidos. </p> <h2>Concentração</h2> <p>Ainda temos mais três passos a percorrer no campo do Yoga; e eles são muito importantes.</p> <p>O primeiro dos três passos DHARANA, e logo vem DHYANA e depois SAMADHI.</p> <p>Por favor, deem a devida atenção, porque essas etapas conduzem diretamente à Meditação.</p> <p>DHARANA significa pensar somente em uma coisa por vez e em nada mais. É muito difícil. Essa dificuldade consiste em que você, por exemplo, está agora em um lugar de aula ou de trabalho; mas só está seu corpo, porque sua mente está com seus amigos, ou em compromissos; e seu sentimento em outro lugar. Isto cria muitos problemas para você e nada de positivo produz. </p> <p>Amigo meu, quando você está no cinema, não deve pensar na aula ou no trabalho. Fique por inteiro onde estiver. Claro que isto necessita controle também. </p> <h2>Meditação</h2> <p>DHYANA significa pensar constantemente em uma coisa. Outra categoria de pensamento não deve interromper aquele pensamento. Por exemplo, quando eu tiver um livro em mãos, tenho que pensar constantemente só nesse livro. </p> <p>Vocês têm que convencer-se de uma notável verdade: é que todas as grandes pessoas têm essa capacidade, e que ninguém pode fazer-se um cientista sem ter esse poder. Vocês devem estudar a vida do Dr. Einstein, de Newton. Na vida dessas pessoas encontramos esse pensamento constante, em uma coisa só. </p> <p>Um dia Einstein estava conversando com um amigo e já eram dez horas da noite, quando o amigo disse-lhe:</p> <p>- Doutor, já é muito tarde.</p> <p>Mas continuaram a conversar por mais tempo. Então o amigo disse novamente:</p> <p>- Doutor, além de ser muito tarde, não conseguiremos mais condução; então temos de sair já.</p> <p>Mas a conversa continuou. Por fim o amigo disse:</p> <p>- Posso chamar um táxi?</p> <p>O Dr. Einstein teve uma grande surpresa e disse:</p> <p>- Sou eu que tem que sair? Pensei que estava na minha casa e você teria que sair.</p> <p>Em outra ocasião, o Dr. Einstein viajava de trem e perdera seus bilhetes. As autoridades disseram-lhe:</p> <p>- Não tem importância; nós sabemos quem o Senhor é. Cremos na sua palavra.</p> <p>Mas o Dr, Einstein respondeu:</p> <p>- Muito bem, vocês creem em minhas palavras, mas meu problema é que não sei para onde me dirijo. Sem ver o bilhete neste momento, não me lembro para onde tenho que ir.</p> <p>Aí temos um exemplo típico de abstração total. Um pensamento onde não é possível recordar mais nada que seja diferente de sua finalidade. A diferença entre um cientista verdadeiro e um estudante de ciência está em que um estudante de ciência estuda para receber diploma e um Einstein estuda simplesmente por estudar e trabalha por trabalhar.</p> <p>Assim sendo, a fonte do êxito no mundo é a concentração em um pensamento! Isto é DHYANA.</p> <h2>Pensar e Concentrar</h2> <p>Então dissemos que a princípio se deve pensar numa coisa por vez, e que logo a seguir se deve ter o pensamento constante em uma só coisa, e depois de pensar, tem que parar de pensar para se concentrar.</p> <p>Neste momento não temos mais de pensar, mas sim concentrar.</p> <p>Há diferença entre pensar e concentrar. Posso pensar neste gravador, por exemplo, e também só concentrar minha mente nele. Quando penso no gravador todas as ideias sobre o gravador vêm a minha mente e mais nada. Isto quer dizer que minha mente não flutua e nesse momento fica firme. </p> <p>Quando uma pessoa pode pensar consecutivamente em uma coisa durante trinta segundos sequer, isso já é muito raro, porque trinta segundos é muito tempo para o estado mental em geral. A mente não pensa constantemente nem dois segundos apropriadamente; logo divaga. A cada instante muda! Então, só depois de parar a nossa mente ficamos aptos para pensar! </p> <h2>Controle da Mente</h2> <p>Podemos controlar qualquer coisa, mas o controle da mente é muito difícil. Um grande Santo da Índia diz:</p> <p>- Conheço pessoas que podem voar no céu; conheço pessoas que podem andar no oceano; mas nenhuma pessoa conheço que tenha controle perfeito sobre sua mente!</p> <p>A mente é muito forte, muito poderosa. Portanto, tratemos de pensar seguidamente pelo menos por trinta segundos em algo, então podemos primeiro focalizar e só depois fixar a mente em uma figura ou símbolo qualquer. </p> <h2>Se Ligando com a Divindade</h2> <p>Antes é importante que compreendamos que a imagem da concentração atinge nossa personalidade.</p> <p>Por isso é recomendável que fixemos a mente na figura de Cristo ou a do Senhor Buddha, ou na de Krishna, ou na de qualquer pessoa divina.</p> <p>A escolha é um direito que lhe assiste.</p> <p>Quando pensamos em Cristo ou concentramos nossa mente na figura de Cristo, sem dúvida o poder d’Ele desce a nós porque a mente é Universal; e nossa mente individual é simplesmente uma parte ou uma manifestação da Mente Universal. </p> <p>Tomemos a lâmpada de eletricidade como exemplo; quando a ligamos, imediatamente temos luz.</p> <p>Essa luz está sempre presente na eletricidade.</p> <p>Para que se manifeste essa luz, necessita apenas de uma lâmpada.</p> <p>Assim, Cristo está presente todo o tempo na Mente Universal, e Krishna também está presente sempre. Todos os sábios e santos estão presentes na Mente Universal!</p> <p>Logo que possamos identificar nossa mente com essas personalidades divinas, só então poderemos receber de sua manifestação.</p> <h2><a href="http://cantododudu.blogspot.com.br/2012/06/o-que-e-meditacao.html" target="_blank">Meditação</a> e Visuallização</h2> <p>Voltemos à focalização. No início, focalizemos toda a imagem. Com o tempo a reduzimos cada vez mais.</p> <p>Assim, tomemos a imagem de Cristo completa, no começo. Depois a reduzimos até os joelhos, logo depois até a cintura. Passado mais algum tempo de prática reduzimos a imagem até os ombros: logo focalizamos somente o rosto de Cristo; a seguir, só os olhos; para finalmente, nos olhos ver a luz brilhante.</p> <p>Nesse momento nossa mente se funde com uma grande luz, e todas as imagens e nomes que estão em nossa mente se vão também. </p> <h2>Iluminação</h2> <p>Amigos meus, nesse momento ainda temos duas coisas: a luz e nossa consciência, que vê essa luz. Sem dúvida isso é SAMADHI. Assim que pudermos concentrar durante 30 minutos, direto, então temos o SAMADHI. </p> <p>SAMADHI significa SAM-ADI, SAM é equilíbrio e ADI é mente ou estado mental. Quando uma pessoa pode manter o estado de equilíbrio em sua mente por 30 minutos, tem SAMADHI.</p> <p>Há dois tipos de Samadhi: Nirvikalpa Samadhi e Sarvikalpa Samadhi.</p> <p>Sarvikalpa significa Eu ou Minha Consciência; e a alternativa da minha consciência ou o objeto dela. Quando em minha mente fica só uma coisa, nada mais, esse Samadhi é Sarvikalpa Samadhi, porque sou eu e mais a outra coisa. Vejo então que ambos estão presentes.</p> <p>Mas quanto mais uma pessoa focaliza sua mente nesse objeto, sem dúvida, esse objeto também se dilui. Neste momento não fica nada mais que a consciência pura. É o Nirvikalpa Samadhi. </p> <h2>Consciência Pura</h2> <p>Ora, consciência pura não é inconsciência.</p> <p>Eu digo que não é certo. Agora, por exemplo, vemos a luz. Por que a vemos? Porque os objetos são iluminados. Quando tiramos todos os objetos iluminados não podemos mais ver a luz pura. Não é possível, porque a luz pura não pode ver-se. Mas nesse momento, a luz, não pode deixar de existir.</p> <p>A luz é luz sempre; haja ou não objetos iluminados, a luz não pode perder seu poder.</p> <p>Assim também, haja ou não objetos da consciência, a consciência não se torna inconsciência, em nenhum momento. É verdade. Então no Samadhi uma pessoa simplesmente tem Consciência Pura! Quer dizer que não existe nenhum objeto, ideia ou alternativa da consciência. </p> <p>Amigos meus, todas as ideias são simplesmente uma forma da consciência, nada mais! E quando a consciência não tem mais forma alguma nela, mesmo assim ela existe. Então, não há motivo de nenhuma perturbação. Nesse momento não existe o nascimento, a morte; não existe o mal nem o bem, nada existe exceto a Consciência Pura!</p> <h2>A Realização</h2> <p>Amigos meus, isto é algo muito grande! Nesse momento a pessoa realiza a Verdade do Universo. Nesse momento realiza o que eu canto sempre:</p> <blockquote> <p>Onde brilha o Ser não brilha o sol, nem a lua, nem as estrelas, nem o relâmpago: aí não há o fogo, tampouco; tudo brilha porque brilha o Ser, o Ser ilumina tudo. </p> </blockquote> <p>Todo mundo é iluminado! Como? Pela sua Consciência ilumina todo o Universo! Aqui cabe perguntar: Fora da tua consciência onde está Deus? Aquele que conhece ou tem experiência da realização da consciência própria, nada tem a temer na vida. Porque essa pessoa nunca perde nada, nem tampouco nunca ganha nada. Todas as coisas simplesmente são como as ondas na consciência, nada mais!</p> <p>Mas às vezes, os filósofos discutem muitas coisas. Uma maioria de professores, no mundo inteiro, diz que a consciência é um produto da matéria, do cérebro.</p> <h2>Consciência e Cérebro</h2> <p>Amigos meus, eu pergunto: Quem afirma a existência desta cadeira? É a sua consciência e não a matéria. A cadeira não tem poder de falar. É a sua consciência que aceita a existência da cadeira. O mesmo acontece com a existência do cérebro. É simplesmente minha consciência que aceita.</p> <p>Devemos compreender apropriadamente algo mais: nenhum biólogo e nenhum cientista pode jamais produzir a consciência na matéria inconsciente! </p> <p>Como podemos dizer, então, que o cérebro tem consciência?</p> <p>Sem dúvida o cérebro, neste momento, também será consciente. Então, indiretamente fala-se que o cérebro consciente produz a consciência. Que tipo de argumento é esse? O cérebro inconsciente nunca pode produzir consciência. É algo assim como dizer que o copo que contém água produz a água. Ademais, o lugar do cérebro inconsciente é no cemitério. </p> <p>"A matéria 'consciente' produz consciência". Isto significa que a matéria consciente tinha consciência anteriormente, e simplesmente esta consciência flui, nada mais. A Consciência é sua própria Existência!</p> <p>O corpo não pensa, não sente: você sente! Sem a sua consciência o corpo nada pode sentir. Quando algumas pessoas dormem com os olhos abertos elas não veem. É verdade. Têm olhos mas não veem, porque neste momento sua consciência não está presente nos olhos. Então, toda sua experiência é nada mais que uma manifestação de sua consciência. </p> <p>Ainda hoje, infelizmente, tratamos de relacionar nossa consciência com outras coisas, e então resulta a experiência da Consciência relativa. Nós temos que realizar a Consciência irrelativa! A Consciência Absoluta! Sem dúvida esta consciência está presente em nós! E a finalidade do Yoga é a realização dessa Consciência Absoluta. Sem dúvida, não há maior realização no mundo do que esta Consciência Absoluta! </p> <p>Agradeço a atenção; e se houver perguntas poderei respondê-las.</p> <p><strong>Fonte: <a href="http://www.jnanamandiram.org.br/" target="_blank">Jnana Mandiram</a>.</strong></p> Canto do Dudu - Dudu Lopeshttp://www.blogger.com/profile/09823802994474043506noreply@blogger.com6