terça-feira, 8 de abril de 2008

Evolução espiritual: soltando as amarras

Texto de Edison Rabello Jr.

TODA ALMA INDIVIDUAL que ainda precisa, como eu e você, da experiência proporcionada pela vida encarnada na Terra para evoluir espiritualmente, tão logo receba o "sinal verde" para encarnar, traz acoplado em si - alegoricamente falando - um conjunto com várias "cordas ", em cujas pontas livres está uma "presilha". Cada "corda" é então presa a um ou mais "ganchos", para os quais somos atraídos de acordo com nossas tendências adquiridas e circunstâncias criadas no decorrer das encarnações anteriores.

Podemos dizer que estas "cordas" são os elementos da natureza do indivíduo que se afinizam com os "ganchos", e os "ganchos" são o resultado acumulado das tendências e circunstâncias criadas pelos indivíduos, mas também são as oportunidades com as quais poderemos aprender a manipular essas tendências e circunstâncias e extrair delas a lição necessária.

Respeitando As Amarras

No princípio e apenas por costume, nossa ligação com os "ganchos" faz com que repitamos e reforcemos nossos hábitos, construídos ao longo de eras e eras, pelo enorme poder de atração que eles, os "ganchos", exercem sobre nós. A repetição aumenta progressivamente este poder sobre os demais encarnados, porque nos transforma em mais um "reforço" para o "time" dos criadores e mantenedores deste poder.

Mas também, por ainda estarmos em grande parte inconscientes da existência destas forças atrativas e para evitar que o ser encarnado se desprenda desses "ganchos" fora de hora, sem o devido preparo interior, e acabe se prendendo a outros "ganchos" que "trabalham" no sentido oposto (involutivo) ao que devemos seguir, as "cordas" têm um bom grau de elasticidade: o chamado livre-arbítrio.

No Início Parece Que É Só Curtir A Viagem

No início de uma nova vida parece que estamos por aqui apenas para "curtir a viagem" e vamos agindo conforme achamos ser a maneira correta, dentro dos limites da elasticidade das "cordas", raramente nos dando conta da imensidão do universo desconhecido a nossa volta. Continuamos criando novos hábitos, reforçando os existentes e aumentando o poder que os "ganchos" exercem sobre nossas "cordas", e sobre as das outras almas também.

No entanto, cada encarnação é uma oportunidade de crescimento e evolução espiritual que coloca diante de nós tarefas mais ou menos complexas, de acordo com uma infinidade de fatores, mas principalmente nossa capacidade de resolvê-las. Cada passo que damos no caminho dessa evolução, vamos "subindo", esticando as "cordas" até chegar a seus limites.

Exagerando No Livre-Arbítrio

E muitas vezes achamos que as "cordas" podem ser mais elásticas do realmente são, e tentamos extrapolar os limites do livre-arbítrio, até descobrirmos que nosso arbítrio não é tão livre como pensávamos. Estes se tornam os momentos mais difíceis de nossas vidas, nos quais alguma forma de sofrimento nos aflige. Isto ocorre para que aprendamos a olhar para trás, a usar o conhecimento que já adquirimos para agirmos na solução dos problemas; como, porém, a tendência é não o fazermos, a força dos "ganchos" nos puxa de volta de encontro a eles, e afinal nos damos conta de que sofremos por nada; nenhum crescimento decorreu do nosso sofrimento.

Paradoxalmente, é nesse exato momento que aprendemos a lição mais importante: pra mudar este padrão estica-e-volta, temos que agir conscientemente sobre a vida, com as capacidades e os recursos que dispomos agora e com o objetivo primordial de aumentar, a cada momento, essas capacidades e recursos. Ou seja, desperta em nós a necessidade de sermos mais do que temos sido até este momento: mais conscientes, mais inteligentes, mais abertos, mais realistas.

Uma Busca Consciente

Iniciamos, assim, uma busca consciente de crescimento interior.

Como o caminho interior nos atrai para cima e ainda estamos presos e sendo puxados para baixo pelos "ganchos", teremos que enfrentar novamente os efeitos de um esticamento de uma ou mais "cordas". Mas desde que aprendemos a lição do sofrimento, não tentamos mais nos livrar dos "ganchos" a força. Recuamos quando necessário - e quase sempre é - e olhamos as "cordas" e os "ganchos" mais de perto que pudermos, analisando sua natureza e como se processa essa ligação em nossas vidas. A partir de então, podemos usar o conhecimento adquirido para aprendermos a nos soltar dos "ganchos".

Toda vez que algum de nós se desprende de um ou mais "ganchos" - leve o tempo que levar - da maneira correta, através do conhecimento, faz com que diminua a força de atração total dos "ganchos" e aumente o "peso" ou força de atração do lado superior, o que possibilita que mais pessoas possam soltar-se também. O conhecimento adquirido da forma e na direção corretas vai se acumulando e se tornando acessível a todos aqueles que querem e podem fazer o esforço de usá-lo a seu favor, e com os mesmos objetivos evolutivos.

Quando Um Se Livra, Muitos Se Livram

Este é o processo pelo qual as grandes almas que estiveram e estão neste planeta, e que atuam a partir dos planos superiores - interiormente falando - exercem um poder de atração gigantesco e espontâneo sobre a humanidade, como se fosse uma "gravidade ao contrário". Seu vasto conhecimento da vida fez com que várias trilhas fossem abertas para que nós pudéssemos ou escolher uma delas em auxílio a nossos esforços ou tê-las como referências fundamentais ao nosso processo de criação das nossas próprias trilhas.

A parte que nos cabe é olhar e analisar, a cada passo dado, se estamos aprendendo ou não a nos livrar dos "ganchos" que nos prendem à ignorância espiritual. Quando aprendermos a nos soltar conscientemente desses "ganchos", é certo que o poder de atração do que nos é superior agirá por si mesmo, e então cresceremos a uma dimensão que não nos permitirá mais ficar atados a "ganchos" de espécie alguma; aí, já teremos descoberto a Fonte primordial de nossa força e é definitivamente para ela que caminharemos e estaremos dirigindo nossos esforços, vida após vida.





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