segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

A Arte de Comer Besteira

Texto de Dudu Lopes.

Leia antes
Como Comer Bem

NÓS VIVEMOS NUMA SOCIEDADE que acha que comer é encher a barriga ou é uma espécie de momento de lazer; comer bem é uma coisa distante e exótica, coisa de natureba neurótico.

O conceito mais próximo de comer bem que é entendido pelas pessoas é a tal da "dieta", que as pessoas definem como uma espécie de tortura por que passam diabéticos, gordos e velhos.

Quando se fala em comer bem, as pessoas (inclusive médicos e nutricionistas) ou associam a expressão ao exotismo natureba e acham ridículo o que é saudável, ou associam à dieta imposta e tem uma reação de repulsa como se comer bem fosse uma espécie de dor de dente.

Aqueles que vêem a arte de comer bem como algo exótico, mantém a vidinha medíocre de sua saúde até serem vencidos pela má nutrição e serem obrigados a entrar em dieta porque se tornaram diabéticos, gordos ou velhos.

Aqueles que vêem a arte de comer bem como uma dieta, quando começam a se alimentar bem, em geral se tornam radicais e alguns beiram a neurose.

A Importância da Besteira

Como eu expliquei neste texto, a gente não precisa se preocupar com nomes de vitaminas e outras substâncias químicas, a gente precisa apenas aprender a identificar comida e besteira.

Isso não quer dizer que a gente não possa comer besteira, pelo contrário, as besteiras fazem parte da refeição psicológica de cada um, e respeitar isso é fundamental para se atingir uma alimentação gostosa e ao mesmo tempo saudável.

Muita gente desiste de tornar a sua alimentação infantil em refeições gostosas e maduras porque não leva em consideração a alimentação psicológica, que é tão importante quanto à alimentação pelas substâncias.

Comer uma pizza, um hambúrguer, batatas-frita, tomar um refrigerante, comer uma torta da padaria, chupar uma bala ou tomar um sorvete, nada disso deve ser tomado como ato proibido ou demoníaco, mas apenas atos infantis que têm seu espaço na vida, mas não no dia-a-dia.

A Importância da Maturidade

Pra maioria de nós, não é possível se divertir 24 horas por dia, sete dias por semana; na maior parte do tempo nós precisamos cumprir com obrigações, gostosas ou não, que têm a função de construir a nossa vida (como ganhar dinheiro, por exemplo), assim como ganhar saúde é uma tarefa básica para garantir a possibilidade de nossa felicidade.

Nem sempre é possível se divertir com intensidade com a comida. A diversão tranqüila sempre é possível, mas a diversão fácil dos sabores tecnicamente calculados pela indústria para fazer com que você gaste o seu dinheiro e ela lucre cada vez mais não pode estar no seu dia-a-dia como sinônimo de saúde.

Muitas pessoas, inclusive crianças de tenra idade, almoçam e jantam tomando refrigerantes junto com a comida, e assim prejudicam a absorção do alimento que, em geral, também é industrializado. Isso é como querer ganhar dinheiro passeando na praia ou na Disneylândia, não é possível.

O Gosto de Infância e o Jantar Romântico

Se você pretende melhorar a sua alimentação, não exclua as bobagens de sua vida radicalmente; procure, a princípio, se limitar a ingerir bobagens 2 ou 3 vezes por semana, diminuindo isso aos poucos até conseguir limitar as bobagens a uma vez por semana.

E a partir daí limitar as bobagens àquelas que o alimentam psicologicamente, àquelas que têm gosto de infância ou compõe um jantar romântico.

Na alimentação ou em qualquer outra área as bobagens são muito importantes, mas não podem ser tratadas como fundamentais, como base para uma vida feliz. As bobagens são como um colar que embeleza o pescoço e ninguém, em sã consciência, deveria dar mais importância à beleza do colar do que à saúde do pescoço.





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