Texto de Edison Rabello Jr.
PRA COMPREENDER O QUE acontece nas relações entre as pessoas, e entre as pessoas e outros seres no plano astral, é preciso entender que neste plano, os pensamentos são coisas concretas, como uma parede é concreta no plano físico.
Os pensamentos provocam sensações ou sentimentos, que são vibrações na matéria astral; essas vibrações geram uma forma astral que ganha “vida” na medida da força do pensamento que a gerou.
Quanto mais fortes e repetidos são os impulsos dos pensamentos, maior o tempo de vida das formas geradas e mais longo o seu alcance. Essas formas são chamadas pelos teosofistas de “formas-pensamento” e podem ser dos mais variados tipos.
O tempo inteiro nós estamos criando formas-pensamento no astral e raramente nos damos conta disso.
Pensamentos Indo e Vindo
Quando queremos bem a uma pessoa, por exemplo, é normal nos lembrarmos dela de forma carinhosa, às vezes desejando que ela esteja bem etc. Nesse momento você gerou uma forma-pensamento e a enviou àquela pessoa; dependendo do impulso dado a forma, ela vai chegar até a pessoa e causar nela uma lembrança sua, ou um pensamento semelhante de afeto por outra pessoa ou até mesmo por você.
O oposto se dá do mesmo jeito: pensamentos ruins em relação a alguém podem causar danos a essa pessoa. Simples assim.
Simples? Nem tanto. Acontece que no astral esses conceitos de bom ou ruim são extremamente fluidos, porque o que importa é a realidade implícita nos processos ocultos.
A vida individual é recheada de mecanismos muito complexos de interação com outras pessoas encarnadas ou não e com seres não-humanos que habitam o plano astral.
Grande parte dos pensamentos que povoam nossa mente nem foram criados por nós, foram absorvidos dos ambientes os quais frequentamos, das pessoas com as quais encontramos, mas também são “insuflados” por seres astrais, cujos interesses podem ser evolutivos ou involutivos.
Vidas cruzadas
Todas as pessoas possuem uma vida astral consciente ou inconsciente, e no astral se relacionam com outras pessoas, encarnadas ou desencarnadas e seres não-humanos também.
A natureza desses relacionamentos varia até o infinito, mas alguns tipos são bem comuns, como a relação com parentes e amigos vivos ou já mortos, colegas de trabalho, grupos religiosos e pessoas desconhecidas no plano físico, mas com as quais possuímos afinidade no astral.
Também comuns são as relações com os seres da natureza astral, como os elementais, com os quais travamos contato pelos motivos mais diversos, incluindo fazer o mal.
Porta Aberta pro Ruim
Infelizmente, pessoas comuns como eu e você temos muito pouco autocontrole, tanto sobre nosso corpo e sentidos correspondentes, quanto sobre nossos pensamentos e desejos.
E como no astral os pensamentos são coisas concretas e cheias de energia, acabam atraindo seres astrais que se aproveitam pra pegar carona neles, reforçando-os para facilitar seu acesso à vida das pessoas.
É assim que muitos fenômenos de obsessão começam. Os seres, normalmente atraídos por afinidade energética com as pessoas, passam a ter uma relação simbiótica com elas, e dependendo da natureza desses seres, essa relação pode durar por muitas vidas.
Pessoas, obsessores e circunstâncias que hoje povoam e atuam em nossa vida astral podem ser processos de longa data, mas também é comum que sejam restritos à vida atual ou parte dela.
O que é certo é que sempre são colocados em nosso caminho por nós mesmos, nesta ou em outras vidas, através dos nossos próprios pensamentos e desejos, hábitos e idiossincrasias.
Relações de Outra Vida
É uma situação bem comum que pessoas que tiveram algum tipo de relacionamento em outras vidas se reencontrem nesta.
Se foi uma relação profunda de amor, por exemplo, essas pessoas podem nascer numa mesma família como irmãos ou pais e filhos.
Nestes casos também, o oposto é verdadeiro: pessoas que numa vida anterior tiveram um relação pautada pelo ódio mútuo, podem ter nascido num mesmo grupo familiar ou terem se tornado amigos para que a natureza favoreça o equilíbrio da situação.
Já estudei sobre casos de várias famílias, cuja relação no astral é uma contínua disputa pela energia circulante entre eles; uns sugam a energia da vida de um ou mais de seus membros em benefício próprio, pra que possam obter mais da vida do que conseguiriam usando a própria, no modo de ver deles mesmos.
Todos Querem Mais
Todos querem ter mais dinheiro, mais saúde, mais poder, mais prestígio, ou até um pacote de biscoito a mais do que os outros. Depois que conseguem o que querem, vivem o resto da vida achando que construíram seu patrimônio, seu sucesso na vida, com seus próprios recursos, quando na verdade usaram os recursos alheios.
Pra aqueles que têm a energia roubada desta forma, este processo serve para que aprendam a defender a própria vida, que é tão sagrada e importante quanto a de quem rouba; para aqueles que roubam, serve pra que aprendam que na natureza, uma das leis mais importantes é a da individualidade: todo mundo tem o direito e o dever de viver com seus próprios recursos, sem roubar ou ser roubado energeticamente.
Usar a energia alheia é, além de tudo, usar mal um recurso caríssimo, porque a energia roubada não rende nem 30% do que renderia nas mãos do próprio dono.
“Economia” astral
Para a economia da natureza, para a evolução da vida, é um enorme desperdício de energia e tempo; é um péssimo investimento, porque você usa hoje o que é dos outros, mas os outros vão receber tudo de volta depois; não houve ganho, o mundo não evoluiu, você não evoluiu e ainda atrapalhou a evolução alheia.
O saldo da “operação” é zero.
Pra dar uma ideia de como funciona a “economia” energética no astral, imaginemos as seguintes situações:
Uma pessoa “A” toma uma decisão radical e repentina na vida, e resolve largar um emprego de muitos anos pra abrir um negócio. Alguns meses depois uma pessoa “B”, muito importante para a pessoa “A”, morre num acidente de carro. O que ocorreu neste caso?
Bem, emprego é um “departamento” da vida física que faz parte da “área” de sobrevivência do indivíduo, é uma peça-chave no todo da vida, incluindo aí a vida oculta.
Então, mudar de emprego, e em alguns casos, até aceitar uma promoção, é um passo muito delicado pra ser dado sem olhar o oculto, porque a pessoa sabe – e no astral ela com certeza sabe – que sem o emprego sua sobrevivência e a de sua família estará ameaçada.
Ganha-se Aqui, Perde-se Ali
No físico ela vai direcionar grande parte da energia disponível em sua vida pra arranjar outro emprego ou fazer o novo negócio dar certo, ou seja, tapar o buraco que ela mesma abriu.
Como resultado, vai faltar energia pra lidar com os outros “departamentos” da vida, como a saúde, a segurança, a integridade moral, a honestidade.
No astral, pela ligação próxima e afinidade energética com a pessoa “B”, a pessoa “A” sugou a energia de “B”, de forma inconsciente, até o ponto em que a energia começou a fazer tanta falta para “B” que ela sofreu um acidente e morreu.
Pode acontecer também e ao mesmo tempo que, como essa pessoa “A” – assim como todas as outras - tem diversas ligações astrais com um bocado de gente, seja conhecida no físico ou não, seja por afinidade ou parentesco, de repente percebe que algum desses seus contatos astrais tá com muita energia na vida, seja porque aprendeu a administrá-la, seja porque faz parte da natureza dele, e então o “vampiro A” começa a canibalizar a vida do outro sem este perceber, em busca de recursos extras pra tapar a cratera que ela mesma abriu na vida dela.
Então o vampirizado de repente contrai uma doença contagiosa ou seu casamento entra em colapso aparentemente sem explicação. A maior parte dos problemas graves na vida acontecem por conta dessas interações astrais, incluindo aquelas com seres hostis do plano astral.
Não Foi Deus quem Quis
Quando coisas assim acontecem, é muito difícil que as pessoas consigam associar suas escolhas e atos com os resultados, principalmente porque quase nunca a falta de energia vai acontecer na mesma área em que a pessoa está focada, pois ela já direcionou energia de outra área da vida pra suprir a falta e/ou pegou de outrem.
E se alguém tenta explicar como a coisa funciona, a pessoa diz que é tudo uma besteira, que a vida não funciona assim, que foi “Deus quem quis” etc.
Por que então a natureza – ou Deus – “permite” que isso aconteça?
A resposta é que todo mundo nasce com uma quantidade limitada de energia pra viver. Em condições normais, se alguém está com um volume de energia maior do que seria de se esperar, levando em consideração o desgaste natural causado pelo envelhecimento, dentre outros fatores, é quase certo que esteja pegando de outra pessoa ou circunstância, geralmente de forma inconsciente.
Ao longo da vida, todo mundo, em maior ou menor grau, pega energia dos outros e também é sugado inconscientemente. A vontade de ter coisas – não necessariamente materiais – que estão além de nossa capacidade atual, o instinto de sobrevivência, os desejos, tudo isso faz com que peguemos energia alheia.
Porém, mais cedo ou mais tarde, nesta vida ou em outra, vai ter que devolver. É assim que funciona o equilíbrio da natureza, manifestado pela lei do karma. Aqui se faz, aqui se paga, mesmo, ainda que em vidas diferentes. Nunca há prejuízo na natureza.
4 comentários.
Belo texto!
Bem esclarecedor... nos ultimos tempos, eu lembro muito de sonhos, tipo, a cada 10 minutos vem uma imagem de um sonho que eu sei que tive...
Alguns deles, fica claro pra mim que não eram sonhos comuns, e sim experiencias astrais ou coisa do tipo, mas são apenas flash's... hehe.
Obrigado!
Caro Fabio
Obrigado pelo comentário tão simpático e por dividir suas experiências conosco também.
Lembrar dos sonhos - e de preferência, anotá-los - é um dos passos importantes pra trazer o que aprendemos no astral para a vida física.
Espero que você goste também dos outros textos aqui do Canto do Dudu.
Um abraço
Edison
nunca há prejuiso na naturez;mas há sofrimento,pela pessoa não ter podido realizar o que desejava,por ter sido vampirizada ,isto a meu ver é um grande prejuiso ,qual sua visão da coisa?
Prezado Anônimo,
O que você chama de prejuízo agora, pode ser, na verdade, algo que veio para equilibrar um "lucro" obtido - pelo atual vampirizado - contra as leis da natureza, numa circunstância anterior, dessa vida ou de outras.
Uma situação assim pode criar um laço de afinidade que une vampiro e vampirizado, porque sempre vai ter uma causa concreta, ninguém é simplesmente vampirizado sem ter algo em si mesmo que atraia os vampiros; é uma questão de afinidade de frequências.
Existem, claro, outras causas, mas é muito importante evitar a postura de vítima; ninguém é vítima de nada nem de ninguém, somos, todos, partes de processos muito maiores e mais complexos, que visam nossa evolução e conhecimento.
Com esta consciência teremos então mais condições de descobrir as causas reais de nossos sofrimentos e buscar as soluções para eles.
Obrigado pelo questionamento e um grande abraço!
Edison Rabello
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