quarta-feira, 5 de junho de 2013

A Devoção

Texto de SWAMI TILAK.

Depender de qualquer pessoa é dependência.
Na Espiritualidade,
uma pessoa tem que conseguir
a indepen­dência, a liberdade.

Em nenhum momento ou circunstância
devem sacrificar 
a liberdade mental, espiritual!

*

O HOMEM TEM OS PODERES da ação, emoção e da sabedo­ria.

Cada pessoa usa estes poderes em um momento ou outro.

Dificilmente pode-se deixar toda emoção de lado; parece que na vida necessita-se de emoção. Muito pouca gen­te no mundo pode compreender a Verdade sem emoção. En­tão necessitamos de um caminho em que se possa assimilar as emoções com sabedoria.

Este caminho é a Devoção.

As Etapas da Devoção

No caminho da Devoção há nove etapas e cada uma de­las é importante. Em realidade todas elas são complemen­tares.

Podemos supor um rio no qual saltaremos em qual­quer ponto mas, ao fim, nos aproximaremos do mar. Assim o rio da Devoção tem SHRAVANAM (Escutar), que é onde se origina a Devoção, e Rendição, onde finaliza.

As nove etapas da Devoção são:

  1. SHRAVANAM ou escutar.
  2. KIRTANAM ou cantar.
  3. NAMA-SMARANAM ou lembrar o nome de Deus.
  4. PADA-SEVANAM, serviço ou dedicação perfeita ao Senhor. Servir aos pés do Senhor.
  5. ARCHANAM, identificação com a vida do Senhor, exteriormente.
  6. VANDANAM é a identificação com a vida do Se­nhor interiormente, ou a identificação com Ele in­teriormente.
  7. DASYA significa pronto para servir, que se rende.
  8. SAKYA significa amigo. Assim como uma pessoa tem amor por seu amigo, assim deve ter amor pelo Senhor.
  9. ATMANIVENANAM. Nesta etapa deve-se dissolver a personalidade em Deus.

O Deus de Cada Um

Há muitas formas e muitas descrições acerca de Deus. Toda pessoa trata de descrever Deus segundo sua atitude.

Há uma anedota a respeito.

Conta-se que havia seis cegos e um elefante. Os cegos quiseram compreender o ele­fante e então um deles pegou seu pé, outro o rabo, um ter­ceiro a orelha. Em suma, cada cego pegou uma parte do elefante. Então um deles disse:

- O elefante é como uma serpente.

Mas o outro disse:

- Não, o elefante não é como uma serpente, é como uma árvore.

- Não - replicou um terceiro. - O elefante não é como uma árvore, é como um abanador".

Assim a discussão continuou... indefinidamen­te. Na realidade, todos e cada um deles tinha razão, porque trataram de compreender o elefante segundo sua limitação. Mas, nenhum sabia como era o elefante.

Igualmente nós tratamos de descrever a Deus, que é infinito, que é eterno, segundo nossa mente que é limitada.

Descrições Limitadas de Deus

Por isso temos muitas descrições de Deus.

Devemos respei­tar todas as descrições; mas sem esquecermos que todas as descrições têm suas limitações. Essa ou aquela descrição é necessária para avançar no caminho da Realização, mas teremos que deixar todas as descrições.

Um dia uma criança que estava em frente de sua casa na hora do pôr do sol, avistou algo ao longe. De imediato gritou:

- Mãe, ô mãe! Há algo, uma coisa lá na estrada.

A mãe perguntou-lhe:

- Que coisa é?

- "Não sei, mas algo aproxima-se.

Mais tarde gritou novamente:

- Mãe, vem um animal.

- Que tipo de animal é?

- Eu não sei, mas é um animal preto, preto...

Logo mais a criança disse:

- Mãe, parece que é um fantasma.

- Que fantasma?"

- Não sei, mas tem um... mexe-se como um fantasma.

Depois gritou:

- Mãe, é um homem, um homem... - E final­mente exclamou: - "Mãe, mãe, papai chegou.

Que foi que mudou?

Simplesmente a visão nada mais. A visão limitada não pode compreender toda a Ver­dade e quem compreende a Verdade não fala.

Religião Pobre

Um santo diz que assim como um mudo quando come a manga, conhece o sabor mas não pode expressá-lo, assim também, quem realiza Deus não fala como estou falando, pois todas as palavras e expressões têm sua limitação. Então, por isso os Sábios e Santos dizem: escutem todas as descrições; não devem limitar sua visão.

Quando num mercado ou loja há muito poucas coisas vocês não podem escolher; têm que aceitar o que há na loja.

Assim também sucede no campo da Espiritualidade, quan­do uma pessoa nenhuma oportunidade tem, em sua religião, de escolher a forma de Deus, segundo sua natureza. Nesse caso sua religião é muito pobre.

Escolhendo Deus

Nós temos que escolher a Deus segundo nossa atitude.

Deus é Um, mas nós não pode­mos compreender a Deus sem projetar nossa atitude em Deus. Por exemplo: quando um soldado está pronto para sair ao campo de batalha, vai à Igreja, roga a Deus e que é que fala?

- Ó Deus, dá-me coragem. Protegei-me.

Então, amigo meu, esta pessoa necessita de coragem e trata de ver a coragem em Deus. Deus é tudo. Pois também é a fonte da coragem.

Quando eu necessito de dinheiro, digo:

- Ó meu Se­nhor, dá-me dinheiro".

Nesse momento, na minha consciência, eu creio que Deus é um banqueiro ou o dono de um grande banco.

E quando um estudante roga a Deus, ele crê que Deus é a fonte da sabedoria.

Deus é Um

Sim, Deus é um, mas nós tratamos de ver a Deus segundo nossa atitude.

Assim, os Sábios e Santos na Índia aceitaram esta ver­dade psicológica de que o homem não pode deixar sua atitu­de.

A atitude do homem é a base de toda atividade. Nenhu­ma necessidade há de combater a atitude do homem.

Deus do Dinheiro

Quem tiver necessidade de dinheiro, deve ter a atitude do dinheiro e, então, muito bem. Já que você quer dinheiro, deve pedir a Deus sob a forma da riqueza, que é chamada Lakshmi.

Deus da Sabedoria

Se você quer a Sabedoria para você, Deus é também a Deusa da Sabedoria, Saraswati.

Deus do Poder

E ainda se você tem interesse no valor, na coragem, no poder, Deus está presente na forma do Deus do Poder, Kali.

Cada Homem tem Seu Deus

Dizem que na Índia há 330 milhões de deuses.

Parece-­me que no momento que os Sábios definiram o nome dos deuses, na Índia havia trezentos e trinta milhões de pessoas.

Então cada homem tem seu Deus!

Deus é Uno, mas nem duas pessoas pensam em Deus na mesma forma; cada pessoa tem seu conceito de Deus.

Deus sem Ditadura

Nesse campo nós necessitamos de uma atitude de democracia perfeita. Nenhuma ditadura, nenhuma atitude militar há no campo da Espiritualidade.

Cada pessoa tem liberdade, cada pessoa tem que pensar no campo da Sabedoria ou no campo da Espiritualidade se­gundo sua atitude. Eu não posso impor minha atitude a vocês.

Há um hino que diz:

"Todas as pessoas comem segundo seu gosto. Há muitos rios, mas todos, ó Deus, desembocam no mesmo mar".

Assim também todas as pessoas seguem seu caminho, mas no final todos os caminhos vão ao mesmo Deus.

Deus Segundo seu Gosto

Entre a comida e a fome há uma pequena língua que experimenta o sabor, o gosto.

Toda classe de comida é para satisfazer o homem, mas cada pessoa escolhe a comida se­gundo seu gosto.

Assim também nós temos que aprender a sentar-nos à mesma mesa e ter nosso prato de comida segundo nosso gosto e, devemos comer e logo nossa fome ficará satisfeita.

Cinco crianças tinham seus bonecos de açúcar. Um deles tinha a forma de leão, outros a forma de cavalo, de ca­chorro, elefante e mais outras formas. A criança que tinha o elefante disse:

- O meu elefante é maior, mais poderoso que teu leão.

- Ó não, não é possível.

E a discussão come­çou e se converteu em luta e na luta todas as figuras que­braram-se. Nesse momento uma criança pequenina entrou na sala e viu que todas as crianças estavam chorando. Nada pode compreender, mas viu os pedaços de bonecos.

Imediatamente tomou um, levou-o à boca e sentiu o gosto do doce. Em seguida começou a comer, e cada vez mais rápido até não deixar pedaço algum. Quando a briga terminou, as crianças não encontraram mais nada.

Igualmente, em nome de Deus, nós lutamos todo o tempo e assim pensamos:

- Grande Deus é o meu - ou então: - Seu Deus é muito pequeno...

Em Que Tipo de Deus Você Crê?

Quando estivemos em Belize, o chefe de Imigração per­guntou-me:

- Swami, em que tipo de Deus crê o senhor?

Eu disse:

- Amigo meu, eu conheço só um Deus. Não creio num tipo de Deus; simplesmente creio em Deus. O tipo não é importante, não é mais importante que Deus.

Então ele disse:

- Não Swami, nós damos muita importância ao tipo.

- Amigo meu, esse é seu problema, não é meu; você dá importância ao tipo e esquece-se da substância. Eu não dou muita importância; não aceito a importância do tipo.

Como Respeitar a Própria Religião

Todas as pessoas têm o direito de escolher a comida se­gundo seu gosto, mas ninguém tem direito algum de odiar a comida de outra pessoa.

Em Nova Zelândia eu disse uma vez:

- Amigo meu, cada pessoa tem o dever de respeitar a própria mãe, mas ninguém tem direito de odiar ou faltar com o respeito às mães dos outros.

Então, devemos respeitar todas as formas de ora­ção, todas as formas de adoração.

Tomemos como exemplo a janela.

Pela janela vocês podem ver o céu; não tem forma alguma, mas a forma da janela superpõe-se ao céu e ele parece ter forma. Também nós temos muitas janelas em nossa mente e por essas janelas tratamos de ver Deus. Então, segundo a janela mental, assim temos a forma de Deus.

Meu Deus tem forma, mas Deus em Si mesmo nenhuma forma tem. Enquanto eu não dissolver minha personalidade, não poderei compreender a um Deus que nenhuma forma tenha.

A Mente e o Deus Sem Forma

A mente não pode compreender a Deus que nenhuma forma tem. A mente é limitada, não pode compreender o infinito! Só pode dizer que o infinito não é finito.

Finito existe na mente. O infinito existe fora da mente. Isto é ver­dade.

Então, sem ter nenhum ódio, nenhum receio, nenhuma reserva mental contra as formas existentes no campo da Devoção, nós devemos avançar no campo da Espiritualidade.

Se uma pessoa disser:

- Meu Deus tem uma longa barba e cabelos longos.

Eu digo:

- Muito bem, você deve adorar a Deus nessa forma, não tenho objeção alguma a fazer.

E outra diz:

- Meu Deus existe no sétimo céu.

Eu digo:

- Muito bem, você deve primeiro compreender a Deus e de­pois poderá compreender o significado do Céu. Poderá com­preender depois o que significam as barbas longas e o cabelo longo. Depois, poderá compreender tudo."

Assim, devemos começar a Devoção e depois, a própria Devoção pode manifestar sua forma e crescer como uma grande árvore.

Qualquer forma de Deus é boa para avançar na Espiritualidade.

Do Coletivo para o Individual

A princípio temos que escutar. Escutar é a semente. Depois temos o Kirtam (cantar).

Há duas maneiras de cantar:

  • coletiva
  • e individual.

O canto individual é mais avançado que o canto coletivo. Em realidade, no campo da Espiritualidade, todas as práticas têm que converter-se em práticas individuais.

A princípio a prática é coletiva, depois individual, logo interior e a seguir simplesmente mental.

Seguindo essa se­quência, cada vez maior profundidade é necessária no terre­no da Espiritualidade.

Em Shravanam usa-se somente o ouvido. Por exemplo, eu agora falo, Swami Jyothy cantou e vocês ouvem. Desta maneira só o ouvido trabalha.

Mas no Kirtam vocês cantam e escutam também. Escutar e cantar ambos estão presentes no Kirtam. Então temos dois órgãos ou dois sentidos dedi­cando-se a Deus; a princípio coletivamente, depois a sós.

Da Dependência à Independência

Neste momento podem escutar as canções de Swami Jyothy mas à meia-noite ele não estará aqui para cantá-las e se querem escutar o nome de Deus, a canção de Deus, nesse momento terão que cantar vocês mesmos e escutar.

Deste modo, terão que ir da dependência no sentido da inde­pendência.  Depender de qualquer pessoa é dependência. Na Espiritualidade, uma pessoa tem que conseguir a indepen­dência, a liberdade, a emancipação.

Devemos ir da forma ao que é sem forma.

No campo da meditação também, a princípio, meditar com outros é muito bom, porque isso nos dá inspiração. Mas depois cada pessoa tem que meditar individualmente.

A gente pensa que a meditação coletiva praticada uma vez por semana em alguma Instituição é suficiente, mas não o é. Tem-se que meditar regularmente em sua casa.

Nenhuma Instituição diz que se tenha que meditar só no Instituto e que não devam fazê-lo em casa. Então por que não meditamos em nossas casas?

É que sempre temos a ten­dência de depender dos outros. Nunca tratamos de buscar a independência. Não nos damos conta de que isto prejudica o sentido da Devoção e da Sabedoria também.

Buscando a Liberdade

Eu peço que vocês tratem de buscar a liberdade.

No momento da morte vocês não poderão encontrar-se com Swami Tilak. Swami Tilak não morreria com vocês. Nesse momento nenhuma pessoa há no mundo que possa acompa­nhá-los. Vocês terão que viajar a sós.

Autoconfiança

Então nessa viagem necessitarão de auto-confiança. Tratem de buscar a auto-confiança. Eu sei que a dependência é muito doce! E a in­dependência no começo, é muito amarga, mas sem indepen­dência nenhuma salvação há.

Cito uma família de pássaros que vivia numa rocha à beira do mar. Na família havia um passarinho e sua mãe. Um dia, a mãe trouxe a comida, mostrou-a mas não a deu ao filhote. O passarinho ficou tentado pela comida e, por essa tentação, aproximou-se da mãe. Sua mãe sim­plesmente afastou-se um pouquinho e mais uma vez o pas­sarinho avançou, mas novamente a mãe se afastou.

Quando o passarinho já estava fora do ninho a mãe mostrou a comida de novo; o passarinho avançou para pegar a comida, mas nesse momento, a mãe voou. O passarinho agora estava fora do ninho, sem nenhum apoio,  abaixo estava o céu infi­nito e acima também, à direita e a esquerda estava o céu, à frente e atrás também. Nenhum apoio havia...

Nesse momento gritou terrivelmente:

- Ó, minha mãe é cruel. Não tem coração! Deixou-me só para morrer!

Mas a mãe já não estava para escutar o grito do filho; o filhote abatia-se mais e mais e o mar infinito avistava-se abaixo dele. Pensou

- Ó, agora vou perder minha vida!

Com este medo descia cada vez mais até tocar a água do mar. Logo que a tocou percebeu que o mar não era seu inimigo, era seu amigo, seu apoio. Então pôde nadar muito bem e depois pôde também conseguir seu alimento no mar. Logo pôde agitar suas asas e voou também.

Agora, a mãe não era uma inimiga, era uma amiga.

Gurus Inimigos

Há dois tipos de Guru no mundo:

  • O Guru que trata de tornar seus discípulos dependentes
  • e o que trata de torná-los independentes.

Se vocês ficam todo o tempo de­pendentes e nenhuma liberdade têm, não podem avançar no caminho da Espiritualidade. Aqueles a quem não agrada a li­berdade de seus discípulos, não são Gurus; são inimigos dos discípulos.

Na Espiritualidade, todos os discípulos devem avançar. Devem avançar segundo seu próprio esforço. Deus está em todos, em tudo. Os discípulos têm a energia protetora do verdadeiro Guru. Só falta o próprio esforço para avançar e poder finalmente realizar.

Os grandes Gurus nem sempre necessitam das orações dos discípulos. Nenhum sentido há em dizer constantemente:

- Meu Guru é muito divino, é um grande Guru.

Tudo isso é bom. Mas é você que deve avançar. Isso é mais necessário.

Visto isso, fica claro que necessitamos da independência. Sempre falo da independência; não gosto da dependência, seja ela de pessoas - quaisquer que sejam - livros, coisas, etc.

Tenho o direito de buscar a liberdade.

Independência é Importante

Eu sou criador do meu destino. Aceito a ajuda de todas as pessoas, mas não estou disposto a sacrificar minha liberdade.

Lembrem-­se ou não de mim, isto não é importante; mas lembrar sua independência sim, é importante!

Em nenhum momento ou circunstância devem sacrificar sua liberdade: a liberdade mental, a liberdade espiritual!

Nome e Forma

Nama-Smaranam significa a lembrança do nome de Deus, constantemente. O nome está relacionado com a subs­tância do nome.

Não podemos separar o nome da forma. Se eu pronunciar "vaca", instantaneamente aparece a forma na minha mente e, quando vejo a forma da vaca logo lembro do nome também. Desse modo, a forma e o nome, ambos estão relacionados.

Há três etapas a percorrer no Nama-Smaranam: no co­meço deve-se repetir o nome; depois, lembrá-lo mentalmen­te; e, por último, ter consciência dele, sem esforço.

Então, começamos a prática espiritual repetindo o nome de Deus fisicamente e depois de praticar desse modo por algum tempo, a ação física converte-se em ação mental.

Toda criança no começo trata de escrever as letras com a ajuda de sua mãe e de seu pai ou de um professor e mais tarde tenta escrever sozinha.

Quando inicia, tem dúvidas, problemas, mas depois escreve com facilidade.

No início, a criança necessita da ajuda de alguém e do apoio da parede para andar.

Mais tarde, de nenhuma parede necessita mais e corre com facilidade. Assim, todas as ações físicas podem converter-se em ação mental.

Vejamos por exemplo que agora eu falo espanhol, mas eu falo muito pouco; posso falar mais facilmente o inglês e muito mais meu idioma materno.

Não cabe dúvida que falo facilmente o inglês, mas o estranho é que não posso ter meus sonhos em inglês! Há pessoas que falam muitos idiomas, mas elas tampouco podem sonhar em idioma algum exceto seu idioma materno.

As impressões do idioma materno são muito profundas em nossa consciência.

Alguém que conhecia muitos idiomas uma vez visitou a corte de um rei. O rei não pôde compreender a procedência dessa pessoa. Então seu Primeiro Ministro disse-lhe:

- Eu posso descobri-lo.

Quando essa pessoa dormia, o Primeiro Ministro fincou uma agulha na palma de sua mão. Imedia­tamente essa pessoa gritou em seu idioma.

Então, as impressões do idioma materno são muito pro­fundas. Nesse campo, ninguém pode enganar outrem.

Imprimindo Deus

Temos que imprimir as impressões de Deus em nossa consciência tão profundamente como as do idioma materno.

Por isso, no começo temos que simplesmente repetir: "Cristo, Cristo, Cristo... Buddha, Buddha, Buddha... ou Krishna, Krishna, Krishna... ou Rama, Rama, Rama ... "

Depois, converter essa repetição em lembrança. Como transformar a repetição em lembrança? Para isso há uma técnica. Temos que fixar a ponta da língua contra os dentes e desse modo repetir o nome. Em breve, a repetição transforma-se em lembrança. Qualquer pessoa pode fazê-lo. Isto tem muito poder.

Os psicólogos usam-no para muitas coisas.

Técnicas de Controle

Há muitas técnicas no campo do Yoga que podem aju­dar-lhes a controlar a mente. Dar-lhes-ei algumas em seu beneficio.

A paixão é muito forte. A gente muitas vezes é vítima de sua paixão, involuntariamente. Quando a tormenta da paixão sopra, uma pessoa treme; nada pode fazer nesse mo­mento.

Mas os Sábios e Santos dizem que também se pode controlar a si mesmo. Quando as paixões estiverem muito fortes, deve-se virar a língua na direção da laringe.

Tomar água fria, andar, correr ou fincar-se em qualquer parte da pele, também pode ser efetivo.

Quem quiser manter o celibato não deve tomar leite quente. Depois de fervê-lo deve esfriá-lo e bebê-lo pouco a pouco. Não se deve tomá-lo como se toma a água.

Antes de dormir deve-se lavar os braços até os cotovelos e as pernas até os joelhos e também lavar o rosto.

Estas coisas podem ajudar muitíssimo a um aspirante.

Insônia

As pessoas que sofrem de insônia podem praticar estas técnicas. Quando se tem ira, tomar água fria; o chá preto e o café quente não são bons. Aquele que puder manter sua coluna vertebral ereta, pode manter o autocontrole mais facilmente.

A última etapa de Nama-Smaranam consiste em lem­brar o nome do Senhor sem nenhum esforço.

Que faz a mãe cujo filho doente está muito longe de sua casa? Não cumpri­ria ela todos seus deveres pensando constantemente em seu filho? Igualmente um devoto faz o que tiver que fazer, cumpre com todos seus deveres, mas sua mente permanece em Deus. Seu nome vem automaticamente à sua mente.

Isso, amigos meus, é o fim de Nama-Smaranam.

OM SHANTI, SHANTI, SHANTI

OM PAZ, PAZ, PAZ

Fonte: Jnana Mandiram





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