Texto de CARLOS CASTANEDA
no livro “O Fogo Interior”
UM PEQUENO TIRANO é um atormentador .
Alguém que ou mantém poder de vida e morte sobre guerreiros ou simplesmente os perturba, levando-os à distração.
Disse que havia duas subclasses de pequenos tiranos inferiores.
A primeira subclasse reunia os pequenos tiranos que perseguem e infligem miséria, mas sem chegar a causar a morte de ninguém. Esses foram chamados de pequenos tiraninhos.
A segunda consistia dos pequenos tiranos que são apenas desesperantes e aborrecidos ao extremo. Estes foram chamados de minúsculos tiraninhos.
Acrescentou que os pequenos tiraninhos são ainda divididos em quatro categorias. Uma que atormenta com brutalidade e violência. Outra que o faz criando uma ansiedade intolerável através da desonestidade.
Outra que oprime com a tristeza.
E a última, que atormenta fazendo os guerreiros se enraivecerem.
O pequeno tirano é o elemento externo, aquele que não podemos controlar, o que é talvez o mais importante de todos eles.
Meu benfeitor costumava dizer que o guerreiro que tropeça num pequeno tirano é um guerreiro afortunado.
Se Preparando Para o Ocultismo
Compreendendo a natureza do homem, os guerreiros foram capazes de chegar à incontestável conclusão de que, se os guerreiros conseguem manter-se inteiros ao defrontar-se com pequenos tiranos, podem certamente encarar o desconhecido com impunidade, e então podem suportar até mesmo a presença do incognoscível.
A reação do homem médio é pensar que a ordem dessa afirmação deveria ser invertida, que o guerreiro que pode permanecer inteiro em face do desconhecido pode certamente encarar pequenos tiranos.
Mas não é assim.
O que destruiu guerreiros soberbos dos tempos antigos foi essa presunção.
Agora, já sabemos. Sabemos que nada pode temperar tanto o espírito de um guerreiro quanto o desafio de lidar com pessoas intoleráveis em posições de poder.
Apenas sob essas condições podem os guerreiros adquirir sobriedade e serenidade para suportar a pressão do que não pode ser conhecido.
Em oposição pode-se dizer que inúmeros estudos tem sido realizados sobre os efeitos da tortura física e psicológica em tais vitimas, mas a diferença está em que elas são vítimas, não guerreiros.
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