Texto de Dudu Lopes.
EXISTEM VALORES positivos que são universais, que não dependem nem do espírito da época, nem do lugar, nem da crença e nem de coisa alguma.
No começo da era cristã o culto a esses valores era chamado de Igreja Universal ou katholikos em grego, daí a expressão "igreja católica" que foi tomada por uma instituição cristã que não é universal.
A Igreja Universal não é uma coleção de valores que DEVE SER aceita por todos e, por isso, é universal; a Igreja Universal é uma coleção de valores que É aceita por todos e, por isso, é universal.
Deus, ou o conjunto de tudo o que é positivo no mundo, pode ter uma expressão personificada ou uma expressão em valores.
Você pode discutir se Buda ou Maomé são expressões Divinas, mas não pode discutir que a paz é uma expressão Divina, isto é, uma expressão positiva. Você pode discutir se é o Cristianismo ou se é o Islamismo a única religião verdadeira, mas não pode discutir que a liberdade é um valor positivo que todos desejamos em nosso íntimo. Você pode duvidar se Jesus ou Krishna realmente existiram, mas não duvida da existência do frio e do agasalho que elimina o sofrimento.
Cristãos e muçulmanos podem não acreditar em reencarnação, enquanto budistas e hindus acreditam, no entanto todos acreditam no valor de uma morte digna. Hindus preferem não ingerir carne, cristãos comem peixe em reverência a Jesus, mas todos igualmente reconhecem o valor de saciar a fome.
Os adeptos da Igreja Universal podem ser hindus, muçulmanos, cristãos, budistas, taoistas, judeus, ateus, pois a reunião (significado do termo "igreja") em torno de valores positivos universais só é questionada por aqueles que têm um coração cego pela fumaça dos interesses próprios. Aqueles que disfarçam o interesse egoísta em forma religiosa, seja explodindo a si mesmo e a inocentes em nome de Maomé ou tratando o cristianismo como uma franquia de fast food, são os que têm o coração mais cego, ao ponto de traírem os mais elevados valores daqueles que julgam representar.