quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

O Haiti de Cada Um

Texto de Edison Rabello JR.

O Terremoto de 2010 no Haití

HÁ ALGUNS DIAS atrás o mundo inteiro se comoveu de novo por causa de uma grande tragédia, que foi o terremoto no Haiti. É sempre uma situação triste e que nos faz refletir a respeito do que somos e do que estamos fazendo de nossas vidas.

Por mais difícil e desagradável que seja colocar as coisas dessa maneira, este tipo de tragédia vai continuar ocorrendo porque é uma decorrência não só dos rearranjos das entranhas do planeta, mas principalmente porque as tragédias são instrumentos de ajustes kármicos dos seres humanos que habitam o planeta, e que fazem escolhas e cometem erros e acertos que geram suas consequências. É bom lembrar que só consideramos as tragédias como tragédias por causa das vítimas, fatais ou não. Se um terremoto acontece numa área desabitada, não vira tragédia, certo?

A Tragédia Criada

A verdade é que nenhuma tragédia - e também nenhuma coisa maravilhosa - pode nos acontecer sem que tenha sido atraída para nossas vidas por nós mesmos, através de nossos atos passados nesta ou em outras vidas. Nós escolhemos o que queremos deixar entrar em nossas vidas da mesma forma que escolhemos um amigo ou uma namorada: no início sentimos afinidade, depois aquela vontade de ficar mais tempo perto porque aquela pessoa nos dá algo que estamos precisando e quando vemos, aquela pessoa já faz parte da nossa vida. E boa parte do que vamos fazer daí pra frente vai incluir essa pessoa de um jeito ou de outro. Com as circunstâncias se dá o mesmo.

No nível de evolução (pessoal, espiritual, de consciência) em que a maioria de nós se encontra, é natural que tenhamos a nossa dose de sofrimento, não por uma questão fatalista do destino, mas sim porque nós mesmos criamos o caminho e as condições para que o sofrimento chegue até nós, por afinidade.

Quanto maior o tamanho dos erros pregressos, maior a dose de sofrimento recebido, quer a gente goste ou não. A Natureza nunca perde seu equilíbrio. A isso chamamos Lei do karma: aqui (no plano físico) se faz, aqui se paga. O problema é que nem sempre os resultados de nossos erros aparecem de imediato, numa mesma vida. E aí quando chega a hora da cobrança, de acordo com a Lei, a gente se acha injustiçado.

Nossas Placas Tectônicas

Os erros que cometemos provocam ou reforçam desvios de caráter, de postura ou falta de consciência e geram um desajuste nas "placas tectônicas" de nossa natureza (nosso "eu" comum e nosso "Eu superior"). As "placas", que deveriam andar juntas na direção da evolução do homem até a Divindade, passam a se mover em sentidos opostos: a natureza interior ou "Eu superior" naturalmente toma o caminho pra cima, do progresso; e a natureza inferior ou física puxa o homem pra baixo. Quando o desajuste chega a um determinado nível, vem um "terremoto" oculto, que é a consequência kármica de nossos atos.

A cada "terremoto" desses, nossos corpos sutis e nossas vidas vão ficando cobertos com os "escombros", que são as circunstâncias desfavoráveis, seres vivos ou mortos e outros elementos da natureza oculta. Estes são atraídos pela afinidade existente entre os elementos que já existem em nosso corpos sutis, gerados pelos erros passados, e que servem de ímã para os "escombros". Normalmente, um problema oculto se reflete na realidade física, porque é nela que a maioria das pessoas mantém o foco da consciência e é, portanto, a partir dela que as pessoas têm que buscar as soluções.

A ONU Cósmica

Até que chega um ponto, ao longo de uma ou mais vidas, em que o indivíduo, apesar dos erros cometidos, consegue ver ou abrir uma brecha entre os escombros e grita por socorro; nessa hora, as "forças de resgate" da ONU cósmica, que zelam pela evolução do indivíduo, ouvem o seu chamado e vêm em seu auxílio para a ajudá-lo a limpar a sujeira que ele mesmo gerou.

Tirar todos os escombros é uma tarefa demorada, mas deve ser começada agora e o primeiro passo somos nós que temos que dar. O tal do "livre-arbítrio" entra aí e só funciona dentro de um limite bem estreito, que é o de resolver pra que lado queremos ir. Se queremos sair dos escombros não basta gritar por socorro. Temos que aprender a nos manter vivos, a respirar poeira e a suportar a dor, enquanto as Forças cósmicas vêm em nosso auxílio.

Evitando os Terremotos

Quanto mais nos esforçarmos para aumentar nossa consciência da vida e para elevar o nível do nosso caráter, dentre outras coisas, mais estaremos caminhando na direção certa, mais teremos espaço na vida pra evitar que os "terremotos" nos alcancem, ou pelo menos teremos condições de ver quando eles estão se aproximando.

Antes tarde do que nunca: para que não nos concentremos demais no lado "negativo" da coisa, todo esse processo de atração e conseqüências kármicas evidentemente funciona também para as coisas boas, "positivas". Então, além de eliminar o mau karma, temos que começar agora também a criar as condições para um futuro melhor, criando bom karma e então poderemos ter certeza de que os terremotos que nos atingirão terão cada vez menos potência na "escala" cósmica.





6 comentários.

Harizando disse...

Bom demais!

Edison Rabello disse...

Oi Hari

Agradeço de verdade seu comentário elogioso.

A ideia aqui é ser um ponto de partida para a aquisição de mais conhecimento e espero que todo o material do Canto do Dudu seja de bom uso pra você.

Um grande abraço

Edison Jr.

José Cambeiro disse...

fala irmão tudo bem, muito bem colocado.
Estamos longe do ideal de evolução moral, quando eu vejo varios povos se ajudando em momentos de crise como esse do Haiti, me pergunto porque só na desgraça nos unimos?
Por quê não repartir as novas tecnologias, o acesso a medicina moderna, dividir as riquezas e ensinar os povos do mundo a pescar, nada de um sutentar ao outro mais crescer juntos, ainda falta muito juninho para aprendermos alguma coisa.

Edison Rabello disse...

Comigo tudo bem, meu irmão. É isso aí mesmo, ainda falta muita coisa pra aprender e acho que é isso o que nos leva adiante.

Valeu pelo comentário e um grande abraço.

Vander Borges disse...

"temos que começar agora também a criar as condições para um futuro melhor"

Minha pergunta é: O que estamos fazendo para tornar mais amena a nossa passagem por este planeta? Que contribuições reais estamos deixando?

Será que estamos provendo o planeta com descendentes melhores que nós, com mais consciência, com mais ação? Será que na nossa prestação de contas estaremos no crédito ou no débito cármico. Nascemos sem manual de instrução e é possível que a busca faça parte do carma.

A verdade (pra mim né...) é que priorizamos tudo, nesta vida, menos o que pode mudar efetivamente nossa história e a história desse planeta.

Precisamos sair da contemplação para a ação, precisamos nos envolver com as mudanças, precisamos deixar marcas na evolução.

É assim que eu vejo hoje.

Vander Borges

Edison Rabello disse...

Meu caríssimo Vander

Do modo como vejo as coisas, a melhor contribuição que podemos dar ao mundo é nos tornarmos seres humanos melhores, para que todo mundo possa crescer junto.
E quanto à contabilidade kármica, se voltamos a encarnar e não somos santos, pode acreditar que estamos devendo.

Um grande abraço

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