Morrendo aos 27

Texto de Edison Rabello Jr.

Saturno devorando um de seus filhos.

O QUE EXISTE de tão especial nesta idade, que faz com que a morte de alguns artistas famosos tenha acontecido justamente quando tinham 27 anos? Vou explicar usando uma analogia tirada da Astrologia.

Para a Astrologia, existe um “planeta” chamado Saturno, que é ligado ao processo de maturidade do indivíduo, e que leva aproximadamente 28 anos para dar a volta inteira no zodíaco, passando signo por signo e chegando ao mesmo ponto onde estava quando do nascimento daquele indivíduo – é o chamado “retorno de Saturno”.

Planeta Entre Aspas

A palavra planeta foi colocada entre aspas de propósito, porque na verdade o que chamamos de “planeta” é apenas um símbolo para identificar um processo astral muito mais complexo que ocorre na natureza, e afeta a todos de muitas formas diferentes; tudo vai depender de como os indivíduos vão conseguir lidar com as energias envolvidas, como vão aplicá-las produtivamente em suas vidas

O processo astral que vamos chamar daqui pra frente de Saturno, opera na natureza através da imposição de limites e restrições, que se não forem bem resolvidas vão gerar muito sofrimento, mas sempre com o objetivo de que enxerguemos uma realidade maior do que nós mesmos.

A Obscura Morte Famosa

E o que isso tem a ver com os artistas mortos aos 27? Todos nascemos com uma quantidade limitada de energia para viver e esta energia vai sendo gasta nas tarefas do dia-a-dia, nos relacionamentos, no trabalho, no lazer, enfim, na sobrevivência e no bem estar da vida em geral. Porém, certos hábitos físicos e comportamentos geram um desgaste muito maior de energia:

1. má alimentação – que exige que os órgãos físicos e, consequentemente, os astrais, precisem de muito mais energia para transformar alimento pobres em nutrientes, em combustível para manter o corpo saudável;
2. preocupação excessiva com o corpo físico, no sentido de forçar seus limites, como no caso da malhação exagerada;
3. sono insuficiente;
4. vida sexual extremamente ativa (sexo pode ser bom, mas é bem cansativo);
5. drogas pesadas, álcool e remédios incluídos. No astral, além dos efeitos nocivos das drogas ao corpo astral dos indivíduos, ainda tem um problema sério que é atrair para o próprio ambiente astral um monte de seres hostis, sejam eles pessoas mortas ou elementais, interessados em usufruir daqueles momentos de “gozo” proporcionado pelas drogas, aos quais aqueles seres só conseguem ter acesso através dos usuários com corpo físico.

Tá começando a fazer sentido, né? Mas antes que me julguem retrógrado e reacionário, não tenho nada contra quem usa, já usou ou quer usar drogas, cada um faça o que quiser de suas vidas. Mas a realidade astral por trás dos excessos em geral é que a natureza sempre vai buscar seu equilíbrio e é aí que entra em ação o retorno de Saturno.

Gastando o Que Não Deveria

Na prática: um cara resolve viver a vida de forma livre, assumindo os riscos de seus atos, fazendo do seu corpo o que quer e bem entende, até que chega uma hora que os excessos começam a provocar problemas de saúde.

Como a energia é limitada, ele começa a desviar energia de outras áreas da vida pra cobrir a falta, puxando, por exemplo, energia de grana ou de seu próprio futuro pra viver o aqui e agora.

E vai fazendo isso até que uma hora o corpo não aguenta, porque não há mais energia disponível – lembrando que a energia também é usada pelo corpo astral, que a essa altura já está bem fraco - e o cara morre.

Dívida Energética

Esse processo de Saturno representa um marco na “aquisição” de maturidade e necessita usar uma energia que deveria estar disponível no próprio reservatório individual.

O “puxão de orelha” de Saturno funciona rearranjando o saldo de energia disponível para que ela possibilite aos indivíduos lidar com as “responsabilidades” dessa nova fase da vida adulta.

As pessoas que excedem sua capacidade energética, então, por não terem mais energia disponível a ser reestruturada, não conseguem manter seu corpo físico com o retorno de Saturno.

O corpo físico acaba tendo que ser descartado para que o indivíduo interior possa ser resgatado do processo de envenenamento ao qual esteve sujeito ao longo da vida. É um processo da natureza astral, da vida; não há qualquer julgamento ou preconceito nisso.