Texto de Dudu Lopes
O ESTUDO DO Ocultismo tem uma metodologia própria e tem como finalidade conhecer as partes da natureza que geralmente nos são invisíveis, desconhecidas ou inacessíveis.
Assim como tudo o mais, o estudo do Ocultismo não é uma panaceia, não é a coisa mais incrível do mundo, não é o mais novo testamento, não vai fazer de você o bam-bam-bam do pedaço, não vai resolver seus problemas e nem substitui a sua responsabilidade no sucesso da sua vida.
O estudo do Ocultismo é só uma ferramenta, como uma faca de cozinha, se você vai se cortar ou fazer uma comida depende só de você. Também depende de você a qualidade da comida que você vai fazer.
O Início
Dados os avisos iniciais, vamos à prática.
Anote seus sonhos. Assim como os homens ejaculam e urinam pela uretra, a imaginação é o canal comum do acesso à natureza oculta tanto quanto para fantasiarmos uma porção de abobrinhas.
O primeiro passo para o estudo do Ocultismo é aprender a usar esse canal de forma limpa e segura.
Para isso é necessário aprender a enxergar o que está oculto por trás da fantasia e até mesmo identificar se tem alguma coisa por trás dessa fantasia.
Por exemplo, por trás de um sonho pode haver uma experiência vivida no Plano Astral, ou pode haver uma mensagem de um ser astral, ou uma mensagem de seu inconsciente, ou simplesmente pode ser o corpo se deliciando com suas próprias criações sem sentido e sem importância para o estudo do Ocultismo.
O ato de anotar o sonho vai dando subsídios à mente para aprender a identificar as diferentes texturas que cada tipo de sonho possui. E, bem entendido, não é analisar o sonho, é anotar o sonho.
Quando se habitua a anotar o sonho, com o tempo surge no estudante de Ocultismo uma capacidade de perceber as diferentes texturas, sabores ou tonalidades de cada expressão da mente.
É um trabalho lento mas importantíssimo.
A Divindade
Outra coisa importante é criar um canal para algo Divino atuar e manter o estudante no caminho correto, porque as influências negativas do Plano Astral são muitas e aumentam estupidamente com a abertura da percepção através da anotação dos sonhos.
Isso é algo que, frequentemente, faz com que aqueles interessados no Ocultismo torçam nariz. Normalmente porque associam o Divino a instituições religiosas.
O Divino é uma Força, uma Energia, uma Potência que sempre direciona para o que é sempre benéfico. É como se o Bem fosse a direção norte e o Divino fosse um vento que empurra a nau das experiências e do indivíduo sempre para o norte, para resultados benéficos.
Nos relacionamos com o Divino através de imagens e imaginações religiosas, sons e atitudes religiosas, nos pondo de acordo com uma ou algumas tradições religiosas.
Separar essas tradições religiosas de instituições religiosas é uma tarefa importante e insubstituível no estudo do Ocultismo. Instituições religiosas e tradições religiosas que guardam imagens, sons e atitudes religiosas não são a mesma coisa.
Por exemplo, a religião católica (uma instituição religiosa) não é a mesma coisa que São Francisco de Assis ou o Pai Nosso, ainda que a tradição católica seja a guardadora dessas tradições, imagens e sons Divinos, que apontam para o Bem de acordo com o Cristianismo católico.
O mesmo pode ser dito em relação a qualquer religião ou seita que tenha uma estrutura institucional, como as igrejas protestantes, com sacerdotes, diretores e até contadores.
Em primeiro lugar vem o Bem Universal. Em segundo vêm as imagens e imaginações religiosas. Isto é, o que importa é honestidade nas ações e não ficar tagarelando sobre Jesus ou Krishna, ou ter alguma obsessão em relação a Jesus ou Krishna, ou qualquer outro aspecto da Divindade.
Os aspectos da Divindade nos ajudam a cumprir nossos ideais nobres, não podem e não devem substitui-los.
Jesus não pode ser mais importante do que a honestidade, nem Krishna, nem Buda, nem nenhum aspecto da Divindade de qualquer religião.
Dentro do estudo do Ocultismo, a Divindade nos auxilia a nos mantermos no caminho correto no ideal de expandir a consciência para fora dos limites conhecidos pela mente mediana.
A criação de um canal para o Divino, vem, antes de tudo, pela identificação de um aspecto da Divindade que está próximo. Essa identificação pode vir por uma afinidade com a natureza daquele aspecto Divino, pela presença marcante através de uma imagem (escultura, quadro, medalha, etc) ou através de uma experiência forte em algum momento da vida.
Isso é individual e, na minha opinião, ninguém deveria estabelecer isso para você. Só você mesmo tem essa capacidade.
Metodologia
No estudo do Ocultismo, é de suma importância se ter muita paciência e nenhuma pressa.
A metodologia do estudo é muito menos aprender sobre do que se preparar para receber das suas Forças Espirituais individuais e intransferíveis a condição para enxergar mais do que enxerga agora.
Se você ficar se afogando em livros ou desprezar completamente o estudo teórico vai ter problemas. O equilíbrio é fundamental, o taoísta caminho do meio é a melhor abordagem que se pode ter no estudo do Ocultismo.
- Mas no livro tal diz que devemos fazer tal e tal coisa.
Suas Forças Espirituais tanto quanto suas experiências pessoais podem dizer coisa completamente diferente, e na maioria das vezes você vai estar certo e não os livros, na maioria das vezes você terá entendido de forma equivocada o que lhe ensinaram os livros, e mais tarde suas experiências o levarão a entender o que antes parecia contradizer os livros.
Praticar, Praticar, Praticar
Tudo muito bonito, mas nada funciona se você não praticar com dedicação.
Mas praticar com dedicação não é praticar como um fanático, com uma obsessão por resultados imediatos e hollywoodianos que sejam divertidos.
Estudar Ocultismo na maioria das vezes não é divertido nem tem esse objetivo, estudar Ocultismo é enriquecedor. E se você não sabe a diferença entre esses dois prazeres, vai se decepcionar com esse estudo mais cedo do que pensa.
2 comentários.
A parte dos sonhos, desde que fui levado a espiritualidade, me chamou muito a atenção.
Tenho experiências realmente interessantes.
No estudo que fiz, do Trigueirinho, ele diz para considerar a vida de sonho tão importante quanto a vida de desperto, e para considerar ambas como uma vida só.
Abraço Dudu!
Na minha vida pessoal é tudo uma coisa só, não só porque eu interpreto os sonhos, mas também porque eu estou tão vivo nos sonhos como estou quando acordado.
É exatamente a mesma coisa pra mim, estar aqui ou estar lá.
A não ser, claro, quando como muito logo antes de dormir, aí é só besteira que o cérebro físico cria.
Um abração,
Dudu.
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