sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Os Caminhos da Consciência: Não-Violência

Texto de Dudu Lopes.

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TEM GENTE QUE ACHA que não-violência é o mesmo que não sair no braço com alguém. Mas não-violência é, como o nome diz, não haver violência.

Erroneamente identificada como a resistência pacífica de Gandhi, que é uma forma de não-violência mas não a forma de não-violência, a não-violência é um estado sem violência.

Esse estado sem violência é um estado a ser alcançado, a violência - tanto a minha violência contra os outros quanto a violência dos outros contra mim - deve terminar de alguma forma.

A Não-Violência Pode Ser Violenta

Essa forma pode ser através da resistência pacífica, como a de Gandhi, ou pode ser pegando em armas; a solução varia de situação em situação. Essa visão é partilhada por Sri Aurobindo e Swami Vivekananda.

Muita gente acha que é pacífico porque tem a habilidade de se manter neutro e ficar apreciando o circo pegar fogo. Muita gente acha que é pacífico porque alguém ao seu redor - cônjuge, amigos ou alguém da família - se interpõe diante da violência e se obriga a ser violento no lugar do primeiro. É fácil parecer não-violento por trás da violência dos outros.

Não-violência é eliminar a violência contra si ou contra os outros, lutando ou fugindo, sofrendo pacificamente ou esperando o melhor momento para lutar.

Impotência Não é Não-Violência

Na minha juventude achava que era não-violento porque não tinha condições físicas para brigar nem usar armas.

Mais tarde, quando o ocultismo me deu poder de ferir e me recusei a utilizar esse poder por enxergar que outras formas de ação poderiam eliminar a violência daquela situação específica, reconheci que tinha um valor sincero e, mais ainda, reconheci que não-violência não é ser um apático, é ter meios não-violentos, ou cada vez menos violentos, para se eliminar a violência em questão.

Mas se esses meios não estão disponíveis, a apatia não é opção.

A violência pode ser física, pode ser estratégica, pode ser astral, e pode ser, inclusive, a violência espiritual.

A Violência na TV

Se a violência física (que inclui a violência verbal, a violência indireta como fazer barulho pra incomodar o outro, ou qualquer coisa do gênero) é a mais reconhecida, a violência estratégica é a mais ignorada. Nós somos atacados constantemente pela TV para gastarmos nosso dinheiro em coisas absolutamente inúteis porque não servem pra nada ou porque não funcionam, isso é violência estratégica.

O cônjuge prepara a separação (financeira, social e emocionalmente) sem dar nenhum sinal concreto e, de repente, puxa o tapete do outro, isso é violência estratégica.

Muita gente conhece ou já ouviu falar da violência astral, uns chamam de macumba, outros de magia ou feitiçaria. Independentemente do nome que se dê, ela existe e aqueles grupos religiosos que mais falam contra essas práticas, costumam ser os que mais praticam porque não é necessário rituais no Plano Físico pra ser violento no astral.

A violência espiritual é a mais difícil de compreender. Impor a própria religião a outra pessoa não é violência espiritual, é violência política. A violência espiritual é quando exponho a uma pessoa despreparada ou iniciante a uma realidade espiritual que não tem condições de suportar. Isso enfraquece a mente e desgasta a evolução do indivíduo, frequentemente o levando a um atraso evolutivo.

Não-Violência é Terminar Com a Violência

Não-violência é conseguir meios de terminar a violência. Quanto menos violentos são esses meios, mais eficazes são. Mas o nível mínimo de não-violência possível varia muito de situação para situação, e da capacidade de cada um. Orar pelo inimigo é uma forma de eliminar a violência, nem sempre eficaz. Não há panaceias nessa área, nem panaceias espirituais.

Mais importante do que evitar ser violento é conhecer a natureza da violência que se está sofrendo ou que se está causando com intuito de evitar que ela se manifeste de forma alguma.





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