quinta-feira, 30 de julho de 2009

O Suicídio e a Arte de se Matar

Texto de Dudu Lopes

Alanis Morissette

OS CONSELHEIROS DE AUTO-AJUDA - se é que a gente pode chamar assim - que a gente vê geralmente são pessoas cheias de sucesso, usam ternos alinhados, gel no cabelo, têm muito dinheiro, uma família perfeita com filhos de sucesso, viajam pelo mundo, todos adoram os seus conselhos, enfim são pessoas de muito sucesso.

Eu não entendo nada de sucesso. A minha vida foi e é cheia de fracassos, eu não tenho dinheiro, sou feio, minha família é medíocre, nunca saí do Rio de Janeiro, tem gente que odiou os meus conselhos e, o que é pior, não há gel que dê jeito no meu cabelo.

Pessoas de Sucesso

Talvez porque, nestes meus 45 aninhos de vida, nunca tenha conhecido pessoalmente nem mesmo uma só pessoa de muito sucesso pra me espelhar, não consigo nem mesmo imaginar como deve ser uma vida perfeita.

É claro, conheci pessoas com muito dinheiro mas que não eram donas da própria vida; conheci pessoas muito bonitas que não tinham valor; conheci pessoas muito seguras de si mas que só viviam dentro do círculo familiar; conheci pessoas com uma bela brilhantina no cabelo mas que não eram nada brilhantes na hora do fracasso.

A Eutanásia

Talvez por conhecer o fracasso tão intimamente eu tenho muita simpatia por pessoas que estão à beira de um suicídio. Dia desses vi a notícia de um casal de idosos ingleses que foram para a Suíça para dar fim a própria vida. Ele estava surdo e quase cego e ela com câncer terminal.

Eu não sei o que os conselheiros de sucesso diriam a respeito; mas eu sou um conselheiro de fracasso, então, esse casal tem toda a minha simpatia e meu apoio. Só lamento que outros países do mundo não tenham uma política tão aberta sobre o assunto, afinal, a minha vida é muito importante, mas antes de ser importante ela é minha vida, eu decido quando ela acaba e não leis feitas por pessoas que tomaram essa decisão baseadas em uma posição genérica, e esse assunto é muito particular, cada caso é um caso.

Inclusive no âmbito oculto.

O Ocultismo e o Suicídio

Morrer antes da morte natural, isto é, antes do corpo se matar e não nós matarmos o corpo, sempre deixa a parte invisível do corpo físico, o duplo etérico, vivo por algum tempo. Esse "algum tempo" pode levar horas ou anos. No caso do casal inglês, eles podem muito bem, ao morrer o corpo físico, estar tendo uma vida na região etérica igual ao que estavam tendo na vida física, ele surdo e quase cego e ela com as dores de seu câncer, porém, sem os confortos que tinham na vida física, sem a família, os enfermeiros e os remédios que lhe aliviavam, mesmo que um pouco, o sofrimento.

Mas podem também terem tido ajuda de algum grupo astral a que pertenceram por toda a vida sem ter consciência física disso, que fizeram uma eutanásia também no duplo etérico para que fossem viver suas vidas no Plano Astral, após a morte, sem o sofrimento físico que deixaram nos corpos físico e etérico.

Não há como saber cientificamente essas coisas, assim como deputados e senadores que se elegeram pelo mérito do marketing e não da sabedoria não deveriam decidir essas coisas, nós também não deveríamos decidir essas coisas levianamente. Tanto pra nós quanto pra aqueles que dependem de nossa decisão, como um filho pequeno ou um parente impossibilitado, por exemplo, a eutanásia ou o suicídio deve ser muito bem pensado e também intuído. Fazer essas coisas num impulso ou no cultivo gradual de emoções mórbidas é, na melhor das hipóteses, uma burrice.

Antes de tudo, segundo a natureza, só o corpo tem o direito de se matar. Ninguém mais tem o direito de matar o corpo, só o próprio corpo de cada um de nós tem esse direito.

Eu não estou me referindo a nenhum direito moral abstrato, eu me refiro ao fato natural de que as consequências de um suicídio podem nos levar a um estado igual ou pior, em planos superiores, onde podemos estar bem mais desamparados do que estamos fisicamente, ao que estamos passando agora aqui no físico.

Não Há Como Fugir

A gente vê na imprensa aqueles sujeitos que perdem o emprego e matam toda a família e depois se matam por puro desespero. E a gente xinga o sujeito, é um burro, um idiota, um canalha e outros adjetivos menos apropriados para esse blog. Eu vejo uma pessoa ignorante, isto é, que ignora o fato de que o "morreu, acabou" não existe, como a maioria de nós que xingou o sujeito no conforto da bonança. Está pobre aqui? Lamento, vai continuar pobre lá até eliminar a causa (física ou astral) do problema.

É desesperador ouvir isso, mas: não há como fugir da vida.

Mas num momento de desespero, num momento de fracasso total, a gente não pode se dar o luxo de descartar nada que possa servir como fonte de força para sair do buraco em que nos vemos. E, como diz Carlos Castaneda, a morte é uma grande conselheira.

E, como me ensinaram os meus professores espirituais, a morte é Deus mesmo perfurando os grandes obstáculos onde eles são mais fracos. Quando os obstáculos se alimentam da nossa vida, consumindo qualquer possibilidade de sucesso, somente a morte pode trazer a integridade de nosso caráter de volta. Dizem que a vida é nosso bem maior, mas nosso bem maior é a integridade de caráter.

A Arte de se Matar

E saber como se matar é possuir uma arma poderosa contra a série de fracassos que todos temos que lidar durante os anos de vida. Muitos falam sobre os segredos para o sucesso, e eu não sou a pessoa mais indicada para falar sobre eles, mas o segredo para enfrentar os fracassos, esse eu conheço: é a Arte de se Matar.

E, óbvio, eu não me refiro em matar o corpo, já que não somos o corpo. O corpo é como um cachorro de estimação, matar o cachorro da família não vai resolver os seus fracassos.

Eu me refiro a matar a si próprio. Você perdeu o seu emprego e a crise não lhe traz saída? Então, experimente se matar.

  • Marque um dia, uma hora, fique sozinho em casa ou numa praça, qualquer lugar que lhe ofereça a possibilidade de ficar sozinho serve.
  • Pense na sua vida, tudo o que viveu de bom e tudo o que viveu de ruim, passe conscientemente a sua vida diante de você, como um filme, lembrando das situações mais importantes, agradáveis ou desagradáveis.
  • E depois estabeleça para si mesmo: "a partir de agora estou morto internamente".

Morto Não Chora

Agora, você pode fazer o que for necessário para sair do buraco em que se encontra. Por que sair do buraco se você está morto? Pense bem, não há como fugir, a vida externa continua, e se você está morto internamente não há porque não experimentar com ela, afinal você está morto mesmo, tem toda a eternidade pela frente.

Procure um conhecido que não vê há muito tempo que talvez possa lhe ajudar. Não há porque ter vergonha, você está morto, morto não sente vergonha.

Não há saída, você tem que baixar muito o seu padrão de vida, talvez até virar um morador de rua? Qual o problema? Você está morto.

Você está morto, você pode fazer o que quiser sem se humilhar. Um cadáver pode ser vilipendiado mas um morto não.

Seu "amor" foi embora? Não consegue viver sem ele? Então se mate com a Arte de se Matar. Quer se humilhar e pedir para ele voltar? Vai lá, fala com ele, tenta, você está morto mesmo. Ih, não deu certo? Você levou outro pé e tá se sentindo o cocô do cavalo do bandido? Sai, procura aquele chinelo velho que você não vê há algum tempo, que possa lhe aquecer o coração machucado. Todos temos um chinelo velho e somos o chinelo velho de alguém, não há problema nisso, afinal você está morto mesmo. Não dá pra fazer isso, tá doendo demais? Vai dormir, morto adora ficar deitado.

Sucesso com Pé no Chão

Aliás, São Francisco de Assis diz que os mortos são muito sábios, quando postos no trono do rei olham pro chão, quando postos no chão olham pra cima. Quando a gente aprende a Arte de se Matar a gente aprende a não perder o pé no chão quando a vida põe a gente numa posição privilegiada, nem perde de vista uma situação melhor quando a vida nos joga no chão.

É claro que tudo isso é muito bonito, mas na prática tudo é muito mais difícil do que fiz parecer aqui. Isso porque toda arte, qualquer que seja, requer estudo e prática, e a Arte de se Matar não é diferente. Mas é um instrumento tão importante que praticá-lo é igualmente benéfico tanto nos momentos de fracasso quanto naqueles de sucesso.

E esses momentos se revezam, ou se mantém numa área da vida enquanto outra passa o contrário. Todo sucesso que você tiver vai ser seguido por um fracasso, por isso mais importante do que o sucesso é não ter medo do fracasso, não importa o que esse filho da mãe esteja lhe fazendo passar.

Um milionário de sucesso precisa do fracasso do lixeiro, do servente, do porteiro... neste mundo não é possível que todos estejam no sucesso o tempo todo. Somente um morto entende o fracasso como uma condição externa e não pessoal, os vivos é que ficam se digladiando pelo sucesso sem fim, e muitos até matam por isso!

O Fracasso e o Sucesso

Todo sucesso tem um fim, todo fracasso tem um fim.

Não se torture por estar numa situação difícil, o seu fracasso profissional pode ser um sucesso social; me tratei com um médico tão fracassado profissionalmente que chegou a me atender de chinelos, mas esse fracasso o obrigava a atender pessoas que nunca teriam oportunidade de um tratamento médico decente. Não era incompetência, não era falta de visão, não era falta de praticar os segredos do sucesso, era pura necessidade social, caridade trazida pelo fracasso.

Não sou um amante do fracasso como também não sou um amante das baratas, mas pra me livrar de ambos eu preciso conhecer suas naturezas.

Alanis Morissette

Eu gosto do sucesso mas não atrelo a minha vida ao sucesso, pois quando ele se for pode querer levar a minha vida junto, coisa que se traduz como pensamentos de suicídio.

E aí eu tenho que concordar com a Alanis Morissette em "Joining You", se eu fosse meu corpo doente ou feio, eu me suicidaria; se eu fosse o meu futuro que parece tão incerto, eu me suicidaria; se eu fosse as minhas defesas, eu me suicidaria; se eu fosse essa sociedade com a qual eu não tenho a menor afinidade, eu me suicidaria; se eu fosse os governos e políticos incompetentes eu me suicidaria; se eu fosse as recusas e rejeições que sofri, eu me suicidaria; se eu fosse o meu salário ou as coisas indignas por que passo, eu me suicidaria; se eu fosse minhas emoções, minhas projeções, minhas paranóias, minhas obsessões, minhas aflições, eu me suicidaria.

Mas eu não sou nada disso, e daí o suicídio não funciona; para funcionar, eu só posso matar a mim mesmo, nunca a minha mente nem meu corpo, só posso matar a auto-importância excessiva de um eu inchado por um sucesso ilusório que se foi.

Leia também: 
O Poder Sobre a Vida





8 comentários.

Canto do Dudu - Dudu Lopes disse...

PARA VOCÊ QUE chegou aqui com a intenção de cometer sucídio, desesperado, pedindo ajuda, antes de tudo fique sabendo que seu comentário não será postado aqui.

Em segundo lugar, aja levando em consideração o fato de que o desejo desesperado de cometer suicídio é uma expressão errada para a saída de seu problema.

O suicídio, ou a eutanásia, e emoções intensas (como o desespero, a raiva, a euforia) NUNCA devem andar juntos. O suicídio assim não é saída, é burrice.

Lembre-se: suicídio não tem volta e ninguém vai ficar com peninha do falecido (você), provavelmente vão culpar você por trazer mais esse trauma em suas vidas.

Por fim, o suicídio não é sinal de sabedoria ou status, é sinal de falta de força.

E quando a gente está sem força a atitude correta é esperar a força pacientemente enquanto se prepara para ela, e não jogar fora instrumentos (o corpo físico, por exemplo) que podem vir a ser úteis no futuro.

Às vezes não fazer nada é a melhor coisa a se fazer.

brownie disse...

Olá ~

Primeiramente, não sou uma pessoa desesperada com pensamentos suicidas, rs. :)
Encontrei o blog por acaso e achei iteressante, comecei a ler os posts anteriores.

Estou comentando porque seu post foi relevante pra mim. É um conselho que quero levar pra vida.

Sou jovem ainda, mas quantas vezes não senti o gosto do fracasso, e aquele pensamento de "minha vida é só um disperdício de espaço e tempo, gostaria de poder acabar com tudo".
Haha, parece meio melodramático / deprimente, mas é um egoísmo tamanho... olhando por uma perspectiva maior, meus fracassos na verdade são insignificantes.

Sendo sincera, sobre as partes relacionadas ao ocultismo, não é algo em que acredito. Mas nem por isso o conselho deixa de ser válido.


É isso, tenha um ótimo dia!

Canto do Dudu - Dudu Lopes disse...

Oi, Brownie!

Que bom que você não é uma desesperada, enfim, pude postar um comentário aqui. :)

E que bom também que o texto foi útil pra você, espero que se torne uma grande artista na "Arte de se Matar".

É muito inteligente de sua parte não acreditar em ocultismo; ocultismo não é uma questão de se acredito ou desacredito, é uma questão de experiência que é gerada pela necessidade.E,se não há necessidade, a gente ignora.

Um abração,
Dudu.

Unknown disse...

Olá,
bem, eu sou uma desesperada que chegou aqui com a intenção de cometer suicídio..rs Bem, na verdade, a intenção maior era a de eliminar o impulso, ou seja, no fundo, de não cometê-lo. Sou ocultista, também, mas sempre tive problemas com depressão e tendências suicidas...Embora eu tenha aprendido a lidar com tudo e reconheça que o suicídio é algo tolo, estúpido etc etc por inúmeras razões, quando se está dentro do turbilhão, é muito difícil aplicar conhecimentos e lembrar disso. como não consegui, dado ao tamanho da dor, colocar em prática NADa, nem meditação, nem controle de pensamentos maus e ruins, nada... tentei ler a respeito na internet e busquei muito algo ligado ao ocultismo, pq nada seria melhor e seu texto foi perfeito. Segue o que comentei com meu amigo ao ler seu texto:
eu: rs
10:49
ainda sobre suicidio

achei um blog

comecei a ler

e olha:(link)
Nossa, mto bom, eu precisava mto ler algo q me organizasse as ideias, me fizesse lembrar com a ALMA, não soh racional e vagamente, td isso

A ideia de suicidio tah bem fraca vc entende isso neh? qdo a gente sabe na teoria e jah viu mas... sentimentalmente vc n consegue realmente estar onde sabe q deveria

e precisa lembrar mas lembrar na pratica

sentir meesmo

vc entende, neh?
Bem, só queria agradecer, pois o texto ajudou enormemente. Obrigada!

Canto do Dudu - Dudu Lopes disse...

Oi, Denise!

Que bom que meu texto foi útil pra você, e fiquei feliz por você ter comentado aqui, dando um retorno.

Não esquece que o impulso suicida também tem causas externas, como um fígado funcionando muito mal e, por isso, dando uma depressão intensa que leva a impulsos suicidas.

Falta de sono pode causar o mesmo problema.

Forças hostis do Plano Astral, como gente morta, seres elementais e formas-pensamento também causam esses impulsos.

É importante rejeitar o impulso com paciência porque dura algum tempo até ele sumir por completo, e pedir ajuda a suas Forças Espirituais, aqueles seres que cuidam de você nos planos invisíveis da vida, para eliminar o ataque.

Entender que a Morte é amiga da vida e não inimiga, já é 90% do caminho andado.

A Morte, como ser Divino, num ato natural, leva a VITALIDADE que está na vida física para o Plano Astral; o suicídio causado por seres hostis ou por outras razões que estão fora da Divina Morte, como depressão emocional por exemplo, arranca nossa vitalidade e faz de nossa vida astral depois da morte algo muito fraco e desprezível, a mercê de forças muito negativas, que nos utilizam para o mal.

Por isso, é importante lembrar da Divina Morte, de acordo com a mitologia da religião de cada um, para que a força da Divindade nos dê uma morte natural e segura.

Um abração,
Dudu.

Leandro Sousa disse...

Interessante o texto e concordo em alguns pontos.

É curioso, como surgem em determinados períodos, os grandes gurus do sucesso financeiro, pessoal, espiritual, etc, iniciando com Paulo Coelho, Lair Ribeiro, Roberto Shinyashiki e atualmente o conhecido Augusto Cury e outros. Sinceramente, nunca fui muito de ficar em busca de aconselhamentos de gurus. Li alguns textos do Paulo Coelho, razoável apenas; Shinyashiki, alguns bons textos e Augusto Cury, igualmente razoável. Mas vejo, que por mais que eles conversassem com muitas pessoas, conhecido suas experiências pessoais e com isso criar um visão que pode contribuir a muita gente, ainda se trata de uma visão particular da vida, e da mesma que muita gente pode se entusiasmar a seguir tais conselhos, igualmente encontrarão outras que não se sentiram nenhum pouco motivadas para serem aconselhadas. As pessoas tem esse direito de não querer ser aconselhadas...

Quanto a questão suicídio, no sentido literal, é um assunto polêmico, pois além dos aspectos religiosos, envolve uma condição muita particular da pessoa que pensa em encerrar a própria vida. Já fui muito crítico em relação a pessoa se matar, apesar que na minha fase depressiva, idéias surgiram na minha mente, e na ocasião encontrei outras idéias que sobrepôs a idéia do suicídio. Fazer discurso meramente religioso, para muitas pessoas não terá nenhum proveito, pois essas pessoas não estão em condições de ouvirem esses conselhos. Por mais que eu acredite na existência do Plano Astral, Espiritual, ainda assim somos seres “presos” a um plano material, onde neste plano as necessidades são mais urgentes. O que penso, nesta questão é similar ao que autor do texto pensa, se a pessoa pensa que se matando estará fugindo da dor, ao chegar ao plano espiritual, verá que suas dores ainda permanecem, até que o espirito esteja apto a procurar a causa dessas dores e a partir daí procurar seu aperfeiçoamento.

E seguindo ainda a idéia do autor, ao falar da “arte de se matar”, é justamente eliminar gradativamente o orgulho, em relação a todos aspectos da vida: status social, profissional, afetivo, etc. Aceitar-se como um ser que tem seus defeitos, mas que está apto a melhorar, não como objetivo de barganhar com Deus, Ser Supremo, Grande Mente, ou outro nome que queira dar a essa Força Criadora. Não que tenhamos que procurar por esse caminho, mas em situações que caímos, devemos aprender a nos levantarmos e seguir em frente...

Zé disse...

Eu vim aqui, exatamente por nunca conseguir me matar, nunca conseguir me ferir propositalmente.
Eu sou fracassado até em me matar fisicamente, porém hoje eu me matei alguma coisa, não sei bem oque ainda, mas eu matei. (Hoje eu matei a verdade que as pessoas não aceitam e não querem conviver, hoje eu matei uma pessoa infeliz, hoje estou voltando a ser a mesma pessoa triste e infeliz que sempre fui a uns 3 anos atras, hoje eu vou rir sem motivo, fazer as pessoas felizes, mesmo estando infeliz, vou fazer oque não quero fazer, quando não quero fazer só pra ver as pessoas satisfeitas *-*) hoje eu deixei de me importar com oque eu quero a curto prazo, pois o curto prazo é fútil, e oque tem a frente é muito maior.
Tenho 24 anos, sou mineiro, geminiano, hétero, sou um fracasso na vida amorosa pois nunca consegui alguém que amasse como eu amo, eu sempre me doava a pessoa por inteiro em menos de 1 mês, a pessoa encontrava oque queria, usufruía o máximo de tempo que conseguia até eu me cansar de só ser só um objeto de satisfação momentânea, sou um fracasso também na vida profissional por sempre fazer tudo a tempo e a hora, as vezes fazer além do que me cabia, sou um fracasso na vida familiar pois sou de uma família evangélica tradicional, e tudo que eu fazia para me divertir, sentir prazer era contra a vontade dos familiares , e acabava provocando situações desagradáveis como brigas desnecessariamente sem sentido por uma ida na praça para tomar uma cerveja, por sair fora de hora para uma festa, por não ir ao templo hipócrita cristão, por nunca ter o cristianismo como verdade absoluta, por perguntar demais sobre a religião e eles não terem respostas, eu só não sou um frustrado pela sociedade, sempre fiz tudo a minha vontade e nunca me importei com as consequências... E hoje estou aqui sofrendo, não mais do que antes e não menos que agora mas pretendo em um futuro nem tão distante diminuir este sentimento... E que seja feito oque tiver que ser feito pois minha vontade só deverá ser feita quando não tiver mais nada pra fazer ! Se tiver alguma coisa errada, ou sem sentido no que escrevi.. Me perdoem, escrevi chorando e sem pensar ao me despedir de quem ou oque eu matei hoje.

Canto do Dudu - Dudu Lopes disse...

Meu querido Zé,

Como eu digo em tom de brincadeira, mas com um grande fundo de verdade, só conheço dois tipos de pessoa em minha vida: os infelizes e os sem autocrítica.

Seu relato não me passa o relato de uma pessoa fracassada. Mas de uma pessoa cansada. Alguém na sua situação não soluciona a vida buscando sucesso, mas buscando o descanso: primeiro, do corpo; segundo, da mente; e depois, da alma.

Me refiro como alma àquele conjunto de fatores que nos faz ser o que somos nessa vida: nossa inteligência, nossa personalidade, nosso amor e nosso ódio, e também todas as coisas que formam nossa vida externa.

Se você consegue encontrar o descanso do corpo, da mente e da alma, você encontra sua vida. Se, pra ter tempo de encontrar o descanso, coisa que não é fácil, você tem que dar um passo atrás e se tornar um hipócrita social e pessoal, que seja assim.

O próximo passo depois do descanso é descobrir o que é a sua sinceridade. Muitos de nós confunde sinceridade com exigências infantis, ou com posturas infantis em relação ao mundo.

Ora, se eu amo demais e não sou correspondido é porque não estou amando, na verdade estou me consumindo e dando o nome a isso de amor.

Um abraço ,
Dudu.

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